Meu novo livro: Novas abordagens

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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Segredo das mulheres e outros dos homens - artigo - Diário do Nordeste

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
Segredos das mulheres e outros dos homens

O saudoso Mário Lago cantarolou, em 1941, a música que falava de uma exemplar mulher que acabaria virando o sonho de todo homem – “Ai que saudade da Amélia”. A Amélia, que Lago cantava, era a sua “ex” e ele, segundo a história, vivia comparando a sua então atual esposa, que era gastadora sem limites, com a sua “ex” (Amélia). Pode até parecer uma coisa absurda, mas a música tem uma influência muito grande nos costumes de um povo, basta ver que o filósofo Platão dizia que para se modificar a letra de uma música era necessário mudar a Constituição. Analisando as músicas de outrora se vê que eram, na sua maioria, melancólicas e falam de separações e sofrimentos que talvez nunca tenha ocorrido. Esse “fenômeno” de se ficar comparando os relacionamentos não foi inaugurado por Lago, mas ninguém pode negar que há uma forte influência dele entre nós homens...Todo mundo procura seu príncipe ou a sua princesa encantada, mas isto só existe em ficções românticas, tipo, “Romeu e Julieta” que nunca existiram e nem conviveram juntos. Não existe pessoa perfeita, até porque se perfeitos fôssemos já não mais estaríamos aqui na Terra... As mulheres criaram o “mito” de que todo homem trai e é “cachorro”, o que não é razoável acreditar, pois não se pode acreditar que um homem que tem várias mulheres ao mesmo tempo seja bem resolvido...O tema da sexualidade feminina é um dos mais espinhosos, pois são várias as hipóteses e nem mesmo elas se entendem. No final do século XIX, os trabalhos de Sigmund Freud, Josef Breuer, Pierre Janet e Jean Martin Charcot apresentavam as mulheres como histéricas, loucas e hipnotizadas e elas eram para eles apenas “objeto” de estudos para ampliar o saber científico da época. Exageros à parte, é fato que a francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) publicou em 1945, o livro, “O segundo sexo”, que serviu para jogar mais “lenha na fogueira” na questão da sexualidade feminina e o também francês Jacques Lacan entrou nessa parada com as suas teses sobre esse universo indecifrável.A explicação antropológica para a tagarelice das mulheres está no mito de que, desde o homem das cavernas, são as mulheres que ensinam os filhos a falar quando o patriarca saía para caçada diuturna.A maioria das mulheres vive “presa” ao passado, às vezes até criando fatos de relacionamentos nas suas cabeças que nunca existiram...Um recurso psicológico sugere que usemos a figura metafórica da “morte” para “matarmos” os relacionamentos passados ou a pessoa que não mais queremos ser, afinal, quem gosta e vive de passado é Museu.

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