Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 24 de agosto de 2008

Escola de futuro - Artigo - Diário do Nordeste


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Escola de futuro

É preciso repensar urgentemente essa obsessão em que virou a disputa dos alunos nos exames vestibulares, pois preparam o mesmo para passar a qualquer preço nas provas, mas esquecem dos inevitáveis efeitos emocionais colaterais, sem falar que essas verificações não são justas para medir a capacidade integral do aluno. Não é difícil fazer modificações no ensino; tudo depende de vontade política e de visão no futuro. É preciso ter humildade para reconhecer que esse modelo de ensino não mais satisfaz aos adolescentes e aos jovens da contemporaneidade. Não é culpa da escola de hoje, mas de todo o sistema, pois houve certa acomodação e o conservadorismo dos respeitados gestores do ensino não acompanhou as velozes mudanças ocorridas nas últimas décadas no comportamento humano. O aluno deve aprender na escola a viver e lidar com as adversidades, como o inevitável sofrimento e a conviver com as diferenças inequívocas que existem na vida. A falta de interesse dos alunos nas matérias tem muito a ver com a questão da dispersão da mente. Os educadores precisam saber que o nosso corpo vive em permanente mutação e que muitas vezes o homem não acompanha mentalmente a velocidade dessas mudanças. Não consigo imaginar alguma sociedade que queira ser de qualidade e ética sem o conhecimento psicanalítico amealhado até aqui. Não é difícil formar educadores profanos analistas, para propagarem os auspiciosos conhecimentos psicanalíticos aos alunos de forma didática e acessível, pois quando se sabe de antemão dos inevitáveis conflitos por que todos passam na vida, os mesmos são minimizados e até evitados. A escola exerce na sociedade papel fundamental na formação dos seus cidadãos e por isso precisa exortar o aluno desde cedo a hábitos salutares, tais como: alimentação natural nas cantinas, prática de esportes para se trabalhar o corpo e as situações de adversidade, como a “vitória” e a “derrota”, úteis por demais na vida, ioga para melhorar a concentração e combater o estresse e a agressividade. A integração corpo e mente dos alunos de hoje, na escola, produzirá a nova sociedade do amanhã.
* Psicanalista

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Amor platônico - Artigo - Diário do Nordeste


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO (10/8/2008)

Amor platônico
A expressão “amor platônico” nada tem a ver com as ardentes paixões, pois a proposta de Platão, no seu livro, “O Banquete”, em que disserta sobre a gênese do amor, é de que somente é possível o amor duradouro e real, o metafísico, aquele em que se prioriza os ideais e se vê a beleza “nas” e não “das” coisas, sublimando assim o físico e o emocional. A busca incessante do que falta, e alguns chegam a acreditar que são apenas uma metade e que a outra se encontra solta por aí esperando o grande dia do encontro para viverem felizes para sempre, produz sofrimento nas pessoas, pois comprovadamente as atrações físicas são passageiras e a procura por esse tal amor perfeito nunca virá. Quando se compreende que o amor é algo sublime e harmonioso, vê-se que Platão tinha razão quando defendia o amor metafísico. Muitos dirão que é utopia, mas deve-se ao fato de nunca terem tentado ou pelo fato de não se julgarem capazes de assim amar. As relações que se movem apenas pela atração física inequivocamente faliram, pois se assim não fosse não haveria tantos casos extraconjugais e tantas tragédias passionais evitáveis.A biologia afirma que no reino animal somente o Cisne não trai sexualmente seu parceiro (a) e é da natureza humana a poligamia, apesar do esforço das normas sociais e religiosas em alguns continentes de quererem modificar essa fatalidade e transformar o sujeito em monogâmico, mas se o mesmo transcende o físico e opta pelo amor metafísico, essa regra acima importância alguma terá. Os homossexuais e as lésbicas, em matéria de sexo, são insaciáveis, e mesmo não sendo essas opções sexuais doença ou perversão, ficam distante do amor platônico pugnado pela filosofia como único capaz de fazer o sujeito feliz duradouramente. Muitos casais estão na iminência da separação por falta de ideais para o relacionamento e os mesmos faliram porque giram quase que somente entorno do sexo. O fenômeno social da contemporaneidade que mais surpreende é o sofrimento psíquico por conta dos relacionamentos e da diversidade sexual pela falta de tentativa de se buscar o inédito verdadeiro amor.
* Psicanalista