Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 17 de agosto de 2013

O mundo em silêncio sobre a questão palestina - artigo - Diário do Poder

   Palestinos e israelenses voltam a se reunir para tentar um acordo de paz e as partes foram orientadas a não revelar os passos das negociações. A questão palestina é pouco debatida e compreendida pela opiniao pública, talvez isto justifique o silêncio em torno de tema de tamanha importância global. Na resolução da Organização das Nações Unidas nº 181, de 1947, Israel deveria ocupar 51% da Palestina, mas já na guerra de tomada de posse, em 1948-49, ocupou 78% expropriando as terras de 700 mil palestinos. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, em Jerusalém Oriental, as Colinas do Golan, na Síria, e o Monte Sinai, no Egito. O Conselho de Segurança da ONU, por unanimidade, determinou, na Resolução nº 242, de 22 de novembro de 1967, que Israel devolvesse as terras ocupadas que representam aproximadamente 20% — ou seja, Israel ocupa quase toda a Palestina. Não há dúvida de que Israel ocupa ilegalmente terras na Palestina e que descumpre as resoluções jurídicas da ONU.
   O professor catedrático judeu de História da Universidade de Montreal, no Canadá, Yakov M. Rabkin, no seu livro, “Judeus contra judeus — a história da oposição judaica ao sionismo”, revela algo surpreendente: a maioria dos rabinos e judeus tradicionais é contrária ao sionismo e à manutenção do Estado de Israel, pois vai contra o ensinamento originário do Judaísmo e é uma desobediência aos “Três Juramentos” feitos pelo povo judeu por ocasião da derrubada do segundo templo de Jerusalém no ano de 70 d.C. — 1º, Israel não suba os muros; 2º, Deus fez Israel jurar que não se rebelaria contra as nações do mundo; e o 3º, Deus fez os idólatras jurarem que não oprimiriam Israel em demasia.
   O sionismo prega que os judeus somente estariam seguros se tivessem um Estado próprio — esse tema versa sobre a busca da paz no Oriente Médio, mas diz respeito a toda a civilização...



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Em nome do progresso - artigo - OPOVO


   É legítimo o movimento “Ocupe o Cocó” que tenta impedir mais uma devastação nas já escassas áreas verdes do município de Fortaleza e logo no coração da Aldeota — a elite parece não se importar com a natureza. A sociedade civil vem se mobilizando para tentar proteger o meio ambiente da sede desesperada de obras em nome do progresso para receber eventos internacionais de grande porte, tais como a Copa do Mundo.
   Porém, não há preocupação alguma dos governantes com a preservação ambiental e quem deveria proteger a sociedade e a cidade, no caso, a Justiça, acabou foi dando as costas e “lavando as mãos”, pois o presidente do egrégio Tribunal de Justiça, Luiz Gerardo Brígido, cassou na velocidade de uma motosserra a liminar que impediria a tragédia ambiental anunciada e ainda destacou na decisão: “os significativos benefícios que os viadutos trarão à população...”
   Um fato que passa despercebido neste debate é a questão dos recursos que financiarão essas suntuosas construções, pois a maioria dessas obras é fruto de empréstimos contraídos junto a banqueiros internacionais e a juros e condições nunca revelados, o que sugere que aumentará o endividamento do Município e do Estado, além de devastar a natureza. Sem falar que professores de arquitetura e urbanismo já disseram que há soluções alternativas para a questão do trânsito e da mobilidade urbana sem que seja necessário agredir a área de preservação ambiental que é o Parque do Cocó.
   É dito que o Estado fará desapropriações em 22 comunidades na capital para viabilizar a construção dos trilhos do VLT — metrô que parece mais um trem — sem levar em conta a cultura daquelas centenas de humildes famílias que terão que reiniciar à força seus laços de vizinhanças. Esse “progresso” que agride a natureza aumenta a dívida pública e desloca os mais humildes, não interessa a nossa cidade...

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista