Palestinos e
israelenses voltam a se reunir para tentar um acordo de paz e as partes foram
orientadas a não revelar os passos das negociações. A questão palestina é pouco
debatida e compreendida pela opiniao pública, talvez isto justifique o silêncio
em torno de tema de tamanha importância global. Na resolução da Organização das
Nações Unidas nº 181, de 1947, Israel deveria ocupar 51% da Palestina, mas já
na guerra de tomada de posse, em 1948-49, ocupou 78% expropriando as terras de
700 mil palestinos. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou a
Cisjordânia e a Faixa de Gaza, em Jerusalém Oriental, as Colinas do Golan, na
Síria, e o Monte Sinai, no Egito. O
Conselho de Segurança da ONU, por unanimidade, determinou, na Resolução nº 242,
de 22 de novembro de 1967, que Israel devolvesse as terras ocupadas que
representam aproximadamente 20% — ou seja, Israel ocupa quase toda a Palestina.
Não há dúvida de que Israel ocupa ilegalmente terras na Palestina e que
descumpre as resoluções jurídicas da ONU.
O
professor catedrático judeu de História da Universidade de Montreal, no Canadá,
Yakov M. Rabkin, no seu livro, “Judeus contra judeus — a história da oposição
judaica ao sionismo”, revela algo surpreendente: a maioria dos rabinos e judeus
tradicionais é contrária ao sionismo e à manutenção do Estado de Israel, pois
vai contra o ensinamento originário do Judaísmo e é uma desobediência aos “Três
Juramentos” feitos pelo povo judeu por ocasião da derrubada do segundo templo
de Jerusalém no ano de 70 d.C. — 1º, Israel não suba os muros; 2º, Deus fez
Israel jurar que não se rebelaria contra as nações do mundo; e o 3º, Deus fez
os idólatras jurarem que não oprimiriam Israel em demasia.
O sionismo prega que os judeus somente
estariam seguros se tivessem um Estado próprio — esse tema versa sobre a busca
da paz no Oriente Médio, mas diz respeito a toda a civilização...
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista