Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O risco mínimo - artigo - Observatório da imprensa


MÍDIA & TERRORISMO
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O risco mínimo
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Por Luís Olímpio Ferraz Melo em 29/12/2009
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Em maio de 2005, quando houve o violento atentado à bomba ao lado do hotel Sheraton, na cidade de curda, no Iraque, eu estava na Nova Zelândia, ou seja, a quase 16 mil quilômetros, mas não consegui me livrar mentalmente das imagens exaustivamente "glorificadas" e reproduzidas repetidas vezes em quase todos os canais de televisão neozelandeses durante aquele malfadado dia. Os comentários na cidade resumiam-se naquele dia ao atentado e a sensação que tinha é que algo análogo poderia acontecer a qualquer momento.
No ano de 2007, viajei para começar a conhecer o Oriente Médio e tentar entender a lógica daquelas guerras seculares e o terrorismo. Em Israel, país tradicionalmente envolvido em conflitos bélicos, para minha surpresa descobri que a violência urbana era próxima de zero e o único risco em solo israelense era o perigo iminente de uma guerra entre países limítrofes àquela plaga. Estabeleci como estratégia que não deixaria me influenciar pelas notícias e o sensacionalismo reproduzido pela mídia e assim poderia analisar melhor e sem qualquer elemento estranho ao que estivesse observando. Portanto, não assisti telejornalismos, não li jornais e/ou programas de rádio e internet durante este período. Durante todas as minhas idas e vindas ao Oriente Médio, não senti qualquer ansiedade e/ou medo de possíveis atentados terroristas divulgados e alardeados pelos governos sob as bênçãos da mídia internacional.
No Egito, há algo impressionante, pois fora da capital, o Cairo, os visitantes somente podem ir a alguns locais em comboios do exército e da polícia que partem pela madrugada e retornam ao cair da noite, pois para eles o "risco" de atentados é iminente e a tensão é indisfarçável. Conversei com várias dezenas de turistas e eles me diziam que estavam, sim, ansiosos e receosos de algum atentado terrorista e estes sintomas já duravam alguns dias antes mesmo do embarque da viagem. Depois destes eventos comecei a desconfiar, com provas cabais, de que fatores externos – mídia – tinham forte influência no estado emocional das pessoas e, nas devidas proporções, os noticiosos locais em cada país que destacavam as cenas de violência urbana e tragédias acabavam, sem saber, contribuindo para o aumento da violência e produziam ansiedade e melancolia nas pessoas.
Estou hoje convencido de que a possibilidade de alguém morrer num atentado terrorista é infinitamente menor do que num acidente de trânsito. Não há coincidência, pois há interesses obscuros na divulgação desproporcional e "glorificada" pela mídia da violência, atentados terroristas e de outras tragédias.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Convite para o lançamento do meu novo livro - INÉDITOS


INÉDITOS é revelador e vai auxiliar na mudança positiva do pensamento humano.
Lançamento: 14 de janeiro, quinta-feira, às 19h e 30 min - Oboé cultural - Rua Maria Tomásia, nº 531 - Aldeota - Fortaleza - Ceará - Brasil.
Apresentação do livro e do autor: professor Harbans Lal Arora, Ph.D em física quântica

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Absurdo supremo - Artigo - Observatório da imprensa


STF vs. ESTADÃO
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Absurdo supremo
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Por Luís Olímpio Ferraz Melo em 22/12/2009
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Recentemente o egrégio Supremo Tribunal Federal deu-nos uma lição de que a liberdade de expressão é relativa e pode ser controlada de forma preventiva, mesmo a Constituição Federal garantindo expressamente a sua ampla e ilimitada existência. O argumento utilizado pelo STF de que a ação impetrada pelo jornal O Estado de S. Paulo era inadequada não encontra égide na doutrina e na jurisprudência dos tribunais brasileiro, pois se quisesse o STF poderia ter aplicado o sacrossanto princípio da fungibilidade e julgaria o mérito da questão – a liberdade de expressão – e não a mera formalidade processual, mas é cediço no Direito que os tribunais judiciais são órgãos colegiados políticos e assim julgam as ações que lá deságuam.
A liberdade de expressão é um direito inegociável conquistado a duras penas e a civilização não pode abrir mão desse tesouro democrático que controla as instituições e a sociedade. Sociedade civil com o direito castrado de livre expressão é sociedade afásica e sem poder apontar as contradições dos governantes e demais autoridades. Num país onde os políticos têm imunidade parlamentar ampla, geral e irrestrita e que a usam para tudo, pois deveria ser somente para a proteção processual de sua fala, mas aqui ela impede até as condenações por corrupção e as prisões sem o flagrante delito, faz-se necessária a liberdade de expressão para garantir alguma transparência.
O totalitarismo começa assim: primeiro retiram "legalmente" a liberdade de expressão alegando erros insanáveis na ação e/ou iminente perigo de dano à imagem e usam a desarticulação da sociedade civil para tolher-lhes os outros direitos e as garantias constitucionais.
Outro ponto que passa desapercebido é que a imprensa trata essa questão como fato isolado e não dá o devido e merecido destaque a essa decisão política e antijurídica do STF em favor da elite e do clã Sarney. Não há outra decisão análoga a esta contra O Estado em que figure como vítima alguém da classe menos favorecida, ou seja, a proteção dada a Fernando Sarney, filho do ex-presidente da República e atual presidente do Senado Federal, José Sarney, é uma suprema decisão de exceção.
É possível que o jornal O Estado ainda seja vítima de uma eventual ação de reparação de dano moral impetrada pelo Fernando Sarney, alegando que teve a sua vida privada invadida e esmiuçada mesmo sendo acusado de graves crimes contra o erário.
O egrégio Supremo Tribunal Federal faz pouco caso da liberdade de expressão e desafia a inteligência do povo brasileiro, mas hora dessas vai acabar sendo pelo povo declarado inconstitucional...

sábado, 19 de dezembro de 2009

Lendas himalianas - Artigo - Diário do Nordeste

Lendas himalianas
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20/12/2009
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O abominável homem das neves, que viveria nas montanhas do Himalaia, não existiu; mas há quem acredite nele. As crenças, lendas, rituais e mitos levam a civilização a viver de ilusões, por exemplo, todo sábado no Nepal há o ritual do sacrifício do animal, onde os nepalenses levam seus animais para degola, sob a promessa divina de que agindo assim terão saúde e dinheiro, mas o Nepal é paupérrimo.O Tibete tem se notabilizado pelas historietas mirabolantes que saem de lá, pois sendo local de difícil acesso, quem volta dá a versão que bem entende, mas nem sempre é próxima da verdade. O atual Dalai Lama não é egresso da tradição lamista que durou até 1924 com a morte do 13º Dalai Lama, ou seja, o 14º, seria genérico, mas mesmo assim muitos acreditam na sua santidade. Impressiona os suntuosos templos tibetanos que são repletos de dinheiro espalhado pelo chão e imagens esculpidas em ouro; talvez esses deuses e santos sejam carentes de adoração eterna e gostem também de uma granazinha.Todo o ano, no mês de maio, acontece o festival do Wesak, onde relatam suposta aparição do espírito do Buda no deserto de Gobi, mas os depoimentos fogem do razoável e beiram à alucinação e na dúvida e sem prova mínima alguma, é prudente e sábio, não acreditar.Os Sai Babas na Índia, que alguns acreditam serem deuses, criaram mitos e lendas absurdas de santidade e de milagres que nunca existiram e não há um só milagre operado na Índia, salvo o da ignorância que sobrevive até hoje de forma milagrosa. O povo na Índia é humilde, honesto e devotado, mas é explorado com crenças absurdas, adoração a animais ditos sagrados e a devoção a milhares de deuses que jamais existiram. As crenças e as lendas são alimentadas pelo imaginário popular e de tanto repetir as historietas ditas santas, mas que nunca existiram, acabam virando "verdade".O fanatismo leva o sujeito ao extremismo e a ver no outro um opositor se não for de sua corrente religiosa.Alguns grupos mais afetados mentalmente chegam a se mutilar, castrando-se, outros tantos praticam o autoflagelo, como punição pelos pecados que não cometeram.
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LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é Psicanalista