Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

domingo, 27 de julho de 2008

Análise do sujeito - Artigo - Diário do Nordeste


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Análise do sujeito

A ortodoxia impede o analista tradicional de conhecer experiências extraordinárias que podem e vão mudar os rumos da psicanálise, pois, ao contrário do que se afirma, o inconsciente não é “cláusula pétrea” na mesma e nem tampouco a análise começa e termina neste. Utopia acreditar que existe efeito sem causa e que todos os problemas do sujeito originam-se nesta vida, daí a necessidade de ir além da análise convencional e buscar a cura do sujeito também em vidas passadas. Os analistas ortodoxos vêem na reencarnação apenas uma ilusão de uma crença, quando na verdade, a mesma é conhecimento e dos mais antigos. Desde tempos imemoriais o homem tem o saber da reencarnação, inclusive era proibida a comunicação com os espíritos, mas se proibiam é porque eles existem. As religiões ortodoxas também não acreditam na reencarnação, aliás, por ironia, são também contra muitas coisas boas para a humanidade e querem as mesmas resolver os problemas que o sujeito não tem. Antigamente, a ciência negava as hipóteses quando não conseguia prová-las, mas em relação à reencarnação, não há elementos válidos capazes de anular a mesma. A palavra psicanálise vem do grego e quer dizer: análise da alma -, mas o que é a alma senão o espírito do sujeito? Por muito tempo foi tabu falar-se em alma e espírito, pois a Igreja temia que esses conhecimentos fossem revelados à humanidade e a mesma se libertasse dessas ilusões dogmáticas. Ouve-se do sujeito, no fim da análise que, apenas “superou” o problema e/ou conflito e, quase nunca, o mesmo fala em “cura”, pois a psicanálise ainda não assumiu a existência do espírito e que o mesmo precisa de cura, por motivos que sempre são inerentes a vidas passadas. Negar esse inequívoco conhecimento é retroceder e caminhar na contramão da evolução do pensamento humano. Os espíritos têm influência em nossas vidas mais do que se imagina, seja lá o que se imagina. Investigar somente até o inconsciente é deixar inacabada a análise do sujeito e o seu espírito carente de cura definitiva. É difícil acreditar que, com provas cabais, alguém consiga desconstruir essa hipótese.
* Psicanalista

domingo, 20 de julho de 2008

Legião Urbana - Quase sem querer

Legião Urbana - Quase Sem Querer

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo
E tão contente.
Quantas chances
desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada p'ra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
P'ra você juntar
E queria sempre achar
Explicação p'ro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir p'ra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos.
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você

sábado, 12 de julho de 2008

Depende do olhar - Artigo - Diário do Nordeste

Depende do olhar

A quase totalidade das pessoas abomina e se queixa da inveja e dos invejosos, pois acham que são pessoas doentes e que devem ser alijadas da sociedade, mas o que é mais hilariante é que em sendo assim, onde estariam então os invejosos, já que seria impossível haver a inveja sem o invejoso? O invejoso acredita que o invejado é inferior e que faz necessário diminuí-lo, ou mesmo anulá-lo, para que não seja ofuscada as suas “virtudes”. O invejoso tem a ilusão de que ninguém fala dele pejorativamente, pois, como bom narcisista, somente vê qualidades e virtudes em sua vida. A posição do invejado é bem mais confortável do que a do invejoso, pois este, além de incapaz de se igualar ou mesmo superar àquele, sofre com o destaque do mesmo. É comum ouvir comentários de pessoas indignadas reclamando de estarem sendo vitimas de fofocas, mas quando abordadas se também fofocam, saem dizendo que apenas fazem “comentários” sobre os outros e não fofocas (?). Tudo depende do olhar e da posição em que se encontra o sujeito, pois até um contumaz seqüestrador, por exemplo, pode se sentir “traído” por sua vitima se a mesma consegue escapar do cativeiro incólume. Nas páginas de sites de relacionamento na Internet, vê-se, sem esforço, nos perfis, que quase a totalidade das pessoas afirmam não tolerar mentiras e falsidades, mas se quase todos repudiam esses comportamentos, onde estariam então os falsos e os mentirosos? Os clérigos pregam desesperadamente para “salvar” a alma de seus rebanhos, e esquecem de se salvar, quando na verdade, se se salvassem, já estariam fazendo grande negócio. Os corruptos vão à loucura quando são pilhados surrupiando o erário, mas se julgam injustiçados e na cabeça deles não se acham desonestos, pois, para eles, a corrupção é inata ao homem. O emprego pode ser a coisa mais importante na vida do homem, mas imaginem como deve se sentir psiquicamente o que fabrica a bomba-atômica. Em qualquer situação que esteja, jamais desista da vida, pois, dependendo do olhar, o maior problema na vida pode ser ótima oportunidade para o seu crescimento pessoal e espiritual.

Luís Olímpio Ferraz Melo – psicanalista.