Os britânicos
gostam de fazer trabalhos voluntários como poucos povos, inclusive dizem que
eles trazem esse desejo de devotamento no DNA, pois abraçam causas em favor da
sociedade e não esperam muito dos políticos. O sistema de saúde britânico é
tido como de “Primeiro Mundo”, mas os profissionais da área e a população
sempre estão comprometidos buscando aperfeiçoá-lo. Um grupo de jovens médicos,
em 2012, pelo twitter, criou um movimento inusitado denominado de “Dia de
Mudança do NHS” — NHS é a sigla em inglês do “Serviço de Saúde Nacional” — e em
poucas semanas dezenas de milhares de voluntários se alistaram para auxiliar o
aperfeiçoamento do NHS e todos saíram ganhando com a melhoria.
A “Samaritanos” é uma instituição britânica sem
fins lucrativos que funciona 24 horas por dia auxiliando pessoas a não
cometerem o suicídio e possui 200 agências no Reino Unido com mais de 20 mil
voluntários. A “Samaritanos” é altamente organizada, séria, salva por ano
milhares de vidas e leva esperança para outras milhares que estão desesperados
pensando em ideias extremas...
Outro evento
notável que mobilizou 70 mil voluntários britânicos que trabalharam sem receber
qualquer tipo de pagamento foram as “Olimpíadas 2012”, em Londres, pois para
eles era uma questão de honra fazer uma festa bonita. Os britânicos amam a sua
cultura e são resistentes a mudanças, inclusive resistiram até onde puderam a
não entrar na “União Europeia”, da qual decidiram, em plebiscito, sair
recentemente.
Há hoje no
Reino Unido por volta de 17 mil Quakers — pessoas que participam da “Sociedade
de Amigos” — que são pacifistas, vivem para a filantropia, lutam contra o
comércio de armas e defendem a pureza moral. Os Quakers resistem ao sistema e,
ao invés de lutarem contra ele, o sistema, colocam a “mão na massa” em busca de
um mundo melhor para todos...
Luís Olímpio
Ferraz Melo é advogado e psicanalista