LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
Encontros e desencontros com homens notáveis.
Divaldo Franco é uma dessas pessoas que conseguem prender nossa atenção numa conversa por horas sem fim, pois certa feita tive a felicidade de ser escalado seu motorista para uma série de palestras que ele faria pelo interior do Ceará e, naquela oportunidade pude, conhecer melhor Divaldo e esclarecer dúvidas sobre o mundo espiritual que ainda me perseguiam. Como foi esclarecedor e gratificante aquela viagem, Divaldo, crente que eu estava fazendo um favor a ele, quando na verdade era o contrário. Quando o deixei de volta no aeroporto perguntei se ele tinha algum recado do mundo espiritual para mim, ele sorriu e disse: “Tenho sim, os espíritos me dizem que você já brincou demais e precisa começar a sua missão aqui na Terra”. Por muito tempo fiquei pensando que teria sido melhor se não tivesse feito aquela última pergunta, pois a resposta custou-me várias noites de sono.Conheci Chico Xavier em Uberaba, Minas Gerais, três anos antes do seu desencarne e foi um encontro indescritível e inesquecível, pois como ele estava muito doente havia a possibilidade de que eu não conseguisse falar com ele como todos falavam após as reuniões espíritas. Ainda não tinha visto ninguém com tanta devoção e amor ao próximo em carne e osso e essa opinião parecia dominar aquele pequeno recinto repleto de visitantes de todos os cantos do Brasil. Chico passava o tempo todo sorrindo e já não andava mais e brincava com anedotas da sua própria enfermidade. O meu encontro com ele foi muito rápido, afinal, a fila era enorme e o máximo que se conseguia era trocar duas ou três palavras com ele e após isto ele beijava as mãos de todos. Quando voltei de lá aconteceu na minha vida algo de fantástico.Já havia lido vários livros sobre yoga do professor Hermógenes, quando o conheci aqui em Fortaleza num curso sobre yoga, do qual participei – ele que é o ícone da yoga no Brasil. Octogenário de saúde e equilíbrio admirável contagia com seu otimismo e humor quem dele se aproxima. Aprendi assim que os mais velhos têm muitas coisas boas para nos ensinar e juntei isto ao meu espírito revolucionário.Nas duas ocasiões em que estive na África do Sul não tive a felicidade de conhecer o maior líder mundial vivo, Nelson Mandela, pois, apesar de os sul-africanos afirmarem que ele é pessoa acessível, a sua agenda é concorridíssima e ele mora hoje em Maputo, Moçambique – país vizinho à África. Mesmo depois de ficar preso por 27 anos, Mandela não desistiu do seu ideal de ver a igualdade racial na África do Sul. A humanidade deve muito a esses homens notáveis.
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