Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Em defesa da ampla psicanálise - artigo - Diário do Nordeste

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
Em defesa da ampla psicanálise

Encontram-se na biblioteca do Congresso Nacional dos Estados Unidos, nos “Arquivos Freud”, as cartas, artigos e manuscritos que Sigmund Freud escreveu e recebeu em vida. São preciosidades de valor inestimável para a humanidade, pois há relatos de fatos que a cada dia ganham mais força e corroboram as teses de Freud.A Europa é sempre inédita em quase tudo que faz, basta ver a Revolução Francesa e as intelectualidades que por ali surgem, inclusive as principais fontes de pesquisas psicanalíticas, sem demérito para com as demais, são Européias, mas deve se ressaltar que em alguns países a psicanálise é hostilizada e, em outros, proibida.A psicanálise nunca assumiu claramente que existe algo mais entre o Céu e a Terra do que sabe a nossa vã filosofia, apesar dos esforços de Carl Gustav Jung de fazer o elo entre o mundo material e o espiritual e os estudos vigentes e válidos sobre hipnose, magnetismo, telepatia e regressão. Acreditar que todos os problemas do homem estão diretamente relacionados apenas com a sua infância ou algo ligado à sexologia seria desprezar a lei de causa e efeito, ou acreditar que existe efeito sem causa, ou ainda crer no despautério de que vivemos em função do sexo. Freud era ateu e falhou em não avançar na questão da espiritualidade, apesar de citar várias vezes ela (espiritualidade) nos seus textos e reconhecê-la numa carta ao psiquiatra Hereward Carrigton, em 1921, que lhe pedia a sua opinião sobre espiritualidade, dizendo: “Se eu me encontrasse no inicio de minha carreira cientifica, e não em seu fim, talvez escolhesse outros campos de pesquisa (...)”.Freud, Jung e Breuler travaram acirrados debates sobre a esquizofrenia e outras abordagens psicanalíticas e todos, de uma forma ou de outra, deixaram registros que acreditavam no mundo espiritual. Jacques Lacan deu à psicanálise uma estrutura filosófica diferente da biológica freudiana, mas não assumiu o espiritualismo por puro medo.Sandor Ferenczi, discípulo mais querido de Freud, apresentou a psicanálise, em 24 de maio de 1919, como um “movimento espiritual”, mas gerou conflitos entre os ainda hoje desunidos psicanalistas...O desafio da psicanálise para este século é unir os conhecimentos que já têm com os espirituais. Sem preconceitos ou medo de novamente ser hostilizada, pois diferente do que prega o hedonismo, mesmo sendo uma ciência natural e não sociológica, a psicanálise terá todas as ferramentas para propor à humanidade um novo paradigma de comportamento para o homem ter uma vida feliz e sem neuroses.

Luís Olímpio Ferraz Melo - Advogado

Nenhum comentário: