Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Juízes contra juízes - artigo - blog do Eliomar de Lima

   A briga entre a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, e as associações de magistrados no Brasil – alguns magistrados estão apoiando Calmon e a manutenção do Conselho Nacional de Justiça, a cada dia ganha novos capítulos e mostra um racha na categoria dos juízes. As associações classistas dos magistrados levantaram a tese absurda de que houve “quebra” do sigilo bancário de mais de duzentas mil pessoas ligadas ao Judiciário por parte do CNJ e que com isto a corregedora teria cometido crime de responsabilidade.
   O estopim da disputa começou com a liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, sustando as investigações de supostos privilégios para recebimentos no Tribunal de Justiça de São Paulo, em que o próprio Lewandowski, então desembargador, teria recebido. O maior interessado no sacrossanto princípio da transparência deveriam ser os juízes, pois é uma contradição ter que aplicar a lei contra casos análogos em que se cobra transparência e na própria categoria ser contra tal princípio – o sigilo bancário é um instrumento que protege apenas uma elite e não deveria existir, pois a grande maioria da população nem conta bancária possui.
   Parece, em tese, que estamos diante de oportunidade única para se passar o Judiciário a limpo, pois a reclamação generalizada entre os operadores do Direito por transparência e moralidade na Justiça já é pública e notória e não há argumentos capazes de sustentar a manutenção desse sistema falido e endógeno – a Justiça somente mostra o que quer.
   A elite do Judiciário ficou incomodada com as inspeções da corregedora Calmon nos tribunais, mas o CNJ cumpre apenas as suas atribuições constitucionais, que são: fiscalizar os tribunais e eventuais desvios funcionais de magistrados. No Império Romano, a máxima da moralidade, dizia: “Não basta a mulher de César ser honesta, tem que também parecer.” Nunca o pensamento de Thomas Hobbes (1588-1679) esteve tão em voga quando dizia que toda ação política visa beneficiar um grupo – os tribunais judiciais são órgãos de composição e de ação política…

 
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

A água é sagrada - artigo - Diário do Nordeste

A vida emergiu de águas africanas, mas carregamos dentro do corpo quase todo nosso peso em líquidos. Água não se cria, ou seja, podemos usar somente a existente. No planeta Terra, 75% de sua superfície estão cobertos por água, no entanto, somente pouco mais de 1% dela é potável. Há evidências de que o povo maia desapareceu misteriosamente da América Central por conta da falta de água, pois a teria priorizado na construção das pirâmides. As guerras atuais já não são mais somente pelo petróleo, exemplo: a Etiópia disputa a água do rio Nilo com o Egito e vivem em permanente conflito. Na China, há ainda hoje comunidades em que pessoas nunca tomaram um só banho completo por escassez de água. Em Israel, a severa seca fez com que se criasse um sistema de irrigação de gotejamento para a produção agrícola e a água é quase toda bombeada do mar. Em Valência, na Espanha, há o Tribunal das Águas composto pela comunidade para dirimir as questões do abastecimento de água; e em várias culturas há o ritual do "culto a água". As previsões sobre a privação da água no planeta é preocupante, pois não há consciência ecológica e a falta desse ouro líquido poderá dificultar a vida de muitas metrópoles - no Nordeste, o povo humilde da caatinga sofre há séculos com as constantes secas. Adam Smith, autor de, "A riqueza das nações", apontou a contradição: "Os homens valorizam os diamantes, que não precisam para viver, mas desprezam a água, que é fundamental para a vida". A água é tão importante e vital para a civilização que a palavra "água" é citada na Bíblia mais até do que o verbete "amor"...



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

domingo, 11 de dezembro de 2011

A verdade é o remédio - artigo - Diário do Nordeste


Os bastidores do mercado de remédios são algo assustador e merecem reflexão do leitor, pois se trata de uma indústria bilionária e que não para de crescer - em 2002, faturou U$$ 400 bilhões de dólares (Angell, 2010). O ex-presidente dos EUA, George W. Bush, o pai, era diretor do gigantesco laboratório farmacêutico Eli Lilly, mas poderia ser coincidência, porém, o ex-diretor de orçamento da Casa Branca, Mitchell E. Daniels Jr. era vice-presidente sênior da Eli Lilly; e o ex-secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld era diretor presidente do laboratório G. D. Searle - hoje Pfizer. Os laboratórios farmacêuticos jogam pesado para chegar aos objetivos e há uma rede de corrupção e de promiscuidade, em que, até artigos pseudocientíficos para legitimar e propagar as vendas dos remédios, podem ser "comprados" de cientistas (!). Os laboratórios farmacêuticos sempre dizem que seus preços são altos por conta dos custos, principalmente o P&D (pesquisa e desenvolvimento), mas gastam mais é com marketing e "mimos" para os médicos e toda a rede interligada. O Prozac, aprovado em 1987, pelo FDA - Food and Drug Administration dos EUA-, chegou a ser tido como um "milagre" no tratamento da depressão e o laboratório Eli Lilly explodiu suas vendas, mas em agosto de 2001, o Prozac perdeu sua patente e foi substituído pelo genérico fluoxetina cerca de 80% mais barato, sugerindo que os lucros dos laboratórios são astronômicos. A fabricante do Prozac modificou-o, por causa da patente perdida, e transformou-o no Safarem para combater sintomas pré-menstruais, mas com preço bem mais alto, o que levou as mulheres a se sentirem enganadas quando descobriram. Fabricantes de remédios para hipertensão arterial, na calada da noite, anunciaram que há pré-hipertensão arterial quem tem pressão de 120 por 80 e 140 por 90, ampliando assim, o universo de usuários desses remédios sem nenhum estudo sério. A psiquiatria hoje está a serviço da indústria farmacêutica sem qualquer remorso e os remédios prescritos, além de causarem efeitos colaterais, apenas "controlam" os sintomas...



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

domingo, 27 de novembro de 2011

Tratado de Versalhes - artigo - Diário do Nordeste

Tido, muitas vezes, como o estopim para a ascensão do Nazismo de Hitler e supostamente o motivo principal da II Grande Guerra, o polêmico Tratado de Versalhes, guarda suas contradições. Assinado na Galeria dos Espelhos do Castelo de Versalhes, na França, em 28 de junho de 1919, num simbolismo de vingança, pois 48 anos antes, naquele mesmo local, havia sido proclamado o Império Alemão. O Tratado de Versalhes - houve outros no final da I Guerra e foram chamados de "tratados da periferia parisiense" -, foi para pôr fim à I Grande Guerra e assim os países selarem a paz mundial. A Alemanha foi condenada a pagar 132 bilhões de marcos-ouro, mas somente depositaria próximos de 23 bilhões, inclusive, o pagamento era para ser parcelado em 59 anos - até 1988 -, e foi na Conferência de Lausanne, em junho-julho de 1932, que a Alemanha alegou colapso econômico e não mais pagou a dívida. O Tratado de Versalhes e demais não visaram somente reparações monetárias, mas também, territoriais, o que fez o território alemão ser reduzido drasticamente e o povo alemão comer "o pão que o diabo amassou" com crises econômicas e hiperinflação por conta das altas parcelas da dívida contraída involuntariamente. De tão escandaloso, arbitrário e impraticável, o Senado americano não corroborou o Tratado de Versalhes e os valores da condenação acabaram levando a Alemanha à derrocada, pois, além de destruída, tinha que pagar essa dívida impagável - uma comissão independente de investigação composta por notáveis, talvez mudasse completamente a história das duas Grandes Guerras. O sociólogo alemão Max Weber usou o seu prestígio e credibilidade intelectual para sugerir que foi a Rússia, e não a Alemanha, a provocadora da I Guerra Mundial, inclusive fundou em fevereiro de 1919, a "Associação para uma Política do Direito" para que o estudo das origens do conflito fosse proclamado para a opinião pública. A História é escrita pelos vencedores que se apropriam da verdade para manipulá-la em seu favor, exemplo: a criação do mito do Hitler sanguinário e o do mega terrorista Osama Bin Laden...



Luís Olímpio Ferraz Melo é Psicanalista

domingo, 13 de novembro de 2011

O bondoso Maomé - artigo - Diário do Nordeste

Há mais de uma versão dos ensinamentos - Sunna, em árabe - do profeta Maomé, mas algumas estão em contradição ao que desejou esse homem iluminado. Maomé foi homem de poucas letras e por quase cem anos os seus ensinamentos eram transmitidos apenas na forma oral. Não é razoável acreditar que alguém que recebeu a honra de conversar com o anjo Gabriel, segundo a tradição muçulmana, possa não ter o coração puro. A cultura da infibulação e da excisão, por exemplo, é anterior à religião islâmica, daí não ser obra sua essas crueldades para com as mulheres muçulmanas. O apedrejamento, ou lapidação, como forma de punição a diversos crimes, especialmente o adultério, incorporou-se à cultura muçulmana no "rito da lapidação de Satã", em Mina - etapa da peregrinação à Meca, onde o diabo é representado e apedrejado num monumento de 18 metros. No Alcorão, há até a possibilidade do perdão para os adúlteros, se houver o arrependimento, mas a cultura machista dos países muçulmanos ignora essa hipótese. A religião islâmica é a que mais cresce no planeta, mas a cultura muçulmana tem trazido problemas para muitos que residem em países não muçulmanos, pois muitas das tradições islâmicas são consideradas crimes nessas plagas, exemplo: a infibulação e a excisão nas mulheres e o apedrejamento no adultério são crimes comuns na Europa e nos EUA. A cultura tribal dos muçulmanos se sobrepõe às leis e a autoridade religiosa tem mais poder do que o governante e pode decidir sobre a vida ou a morte de alguém. A imagem da religião islâmica assusta a opinião pública, mas Maomé ensinou aos seus seguidores amar ao próximo e a união de seu povo. Maomé jamais teria alcançado a liderança plena se não fosse humano e de bom coração, porém, deve-se reconhecer que há antinomia no ensinamento maometano original e na jurisprudência - Figh, em árabe. É mentira a generalização que a grande mídia faz dos muçulmanos tratando-os como terroristas, pois são, na sua maioria, pessoas boas, porém, no caminho diferente do ensinado e desejado por Maomé.



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

sábado, 12 de novembro de 2011

A cultura da superstição - artigo - OPOVO/Espiritualidade


   A civilização cultua a superstição desde seu início e uma vez inserida na cultura é retransmitida por gerações que a têm como algo válido, mesmo que não haja qualquer fundamento ou base científica. A tradição religiosa mais antiga de que se tem notícia é o xamanismo que surgiu na Sibéria há 40 mil anos e tem toda uma sistematização de superstições, amuletos e rituais religiosos. A Astrologia é estudada desde a Antiguidade e a data da fundação de Roma, 21 de abril de 753 a.C, foi determinada pelo sábio e antiquário Marco Terêncio Varrão (116-27 a.C) que seguiu a sugestão do astrólogo Lúcio Tarúcio de Fermo.
   No Egito antigo, praticava-se a magia negra e os bonecos de “vudu” faziam parte desse ritual e eram vendidos no mercado, como se fosse algo natural e rotineiro. Na Europa moderna, ante e pós-Inquisição, a feitiçaria era temida, e muitas mulheres, tidas como bruxas, viraram cinzas nas fogueiras inquisitórias — a mais famosa foi a jovem Joana D´arc. Porém, algumas mulheres europeias se diziam feiticeiras, sem sê-las, para serem temidas e assim “segurar” a língua afiada dos vizinhos que calavam temendo alguma maldição em suas vidas. Na contemporaneidade, ainda se vê culturas preservando suas superstições e crenças sem qualquer lógica — nem tudo que é lógico é verdadeiro, mas tem que ser racional —, como se fosse uma ação inconsciente, exemplo: passar por debaixo de escada, dizem que dá azar; quebrar espelho também. Nos EUA, alguns edifícios não “têm” o 13º andar por pura superstição; pessoas usam roupas de certas cores em determinadas ocasiões, acreditando que podem atrair a sorte. Muitas autoridades recorrem aos astrólogos e cartomantes para se orientarem, mas o curioso é que, mesmo quando as previsões não se consumam, eles continuam acreditando piamente naquilo — as moças casamenteiras morrem de medo de que passem a vassoura sob os seus pés, pois, segundo a superstição, não casam.
   Até o século XVIII, na Europa, os reis eram conhecidos por taumaturgos, ou seja, teriam supostamente o poder de cura, e aplicavam o “toque real” nos súditos, mas descobriu-se que nem todos que os procuravam para o toque estavam doentes e que os que se curavam era por conta da imposição das mãos que, conhecemos por magnetismo animal. Porém, os que não conseguiam a cura continuavam, mesmo assim, acreditando que os poderes dos reis eram divinos. Alguns dizem, com fino humor, que se a superstição de usar ferraduras para ter sorte fosse verdadeira, burro não carregaria peso.
Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista.

A psicanálise e a formação das crianças e adolescentes - artigo - OPOVO

   Foi na antiga Grécia que se estruturou o conflito pelo qual todas as pessoas passam: o complexo de Édipo, em que a tragédia humana é explicada num mito que não envelhece com o passar do tempo. Sigmund Freud reivindicou a redescoberta do mito do Édipo e se reconheceu na imagem mitológica do Édipo rejeitado e longe dos pais biológico e deu-lhe tamanha importância que hoje não se consegue imaginar a psicanálise sem essa significativa contribuição.
   Os problemas humanos e as questões familiares ainda são quase os mesmos desde a época do Édipo, mas com o fenômeno do declínio do patriarcado, a psicanálise ganhou lugar de destaque na civilização e foi estruturada por Freud numa tentativa de revalorizar a figura paterna, pois Freud sabia do valor do pai na formação do sujeito. Jacques Lacan, outro gigante psicanalista, teorizou o importante conceito psicanalítico “O Nome do Pai”, inspirado no seu drama pessoal de pai e na insubstituível figura paterna na formação do filho.
   A mãe exerce uma função nobilíssima na família e na formação da criança, que tem até a idade de sete anos para estruturar a sua personalidade e definir o seu perfil psicológico. Na contemporaneidade, a separação e o divórcio tornaram-se recorrentes na família, e não se pode negar que provoca conflitos nos filhos o rompimento do laço familiar original. Nas famílias substitutas, tem-se encontrado o fenômeno da alienação parental; ora consciente, ora inconsciente.
   A alienação parental é uma manipulação mental – ou lavagem cerebral – no filho e é prejudicial à formação da criança e do adolescente, pois nela um dos cônjuges – geralmente o que detém a guarda, que é a mãe – tenta anular a figura paterna, mas também, em pequena escala, o contrário é possível. A mulher na separação quase sempre sente-se abandonada e/ou rejeitada e pode despertar desejos inconscientes de vingança, facilitando assim a prática da alienação parental no filho com a tentativa de anular ou negativar a imagem paterna.
   O pouco tempo que o genitor dispõe para ficar com o filho menor tem sido outro fator favorável à alienação parental, mas hoje há o remédio jurídico da guarda compartilhada, em que os pais podem dividir o tempo de convivência com o filho atenuando ou mesmo anulando as tentativas da lamentável alienação parental.
   A lei federal nº 12.318, de 27/8/2010, que disciplina a questão da alienação parental, deve ser lida por todos os pais legítimos separados e também pelos substitutos, pois esclarece essa delicada questão familiar tão presente nas famílias substitutas. As questões envolvendo famílias são sempre complexas e os pais legítimos devem eleger como prioridade a formação salutar do filho, deixando assim de lado, qualquer outro sentimento que não seja favorável ao seu rebento.


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 29 de outubro de 2011

Em nome da honra - artigo - Diário do Nordeste

Na cultura muçulmana, a honra é mais importante do que a vida, pois nesses países, as mulheres que forem pilhadas em adultério, crime considerado contrário à honra da tribo, são apedrejadas até a morte para desestimular outras que, porventura, pensem em praticá-lo. O estarrecedor é que a mulher casada pode ser condenada à morte por apedrejamento por conta de um simples olhar a outro homem, bastando para tanto, que quatro testemunhas confirmem o ato. Em 1999, no Paquistão, Samia Sarwar, mulher muçulmana, mãe de dois filhos, procurou uma advogada para que fizesse o seu divórcio, alegando não mais suportar o marido, mas antes de assinar a procuração foi fuzilada na frente de sua mãe que a acompanhava e tinha planejado a emboscada (!). A mãe justificou o ato dizendo que era para defender a honra da família e de sua comunidade, pois o divórcio para eles é um atentado contra a família e a religião islâmica. Como se não bastasse tamanha crueldade, a mão da vítima é cortada, pois é a "prova" para o chefe da tribo de que a adúltera, ou divorciada, foi realmente executada. No fim de 2003, prisioneiras da prisão de Abu Ghraib, no Iraque, fizeram circular uma "carta aberta", em que pediam para morrer antes da data da execução, pois não suportavam mais as torturas de todas as espécies pelos seus crimes: adultério - e até as que foram vítimas de estupros (!). Pela tradição tribal iraquiana essas mulheres "manchadas" teriam que ser eliminadas para não violar a honra coletiva. O que é mais espantoso é que há mulheres que defendem essa prática cavernosa em nome de uma pseudomoralidade. Frise-se, a cultura muçulmana machista permite a poligamia, podendo o homem ter até quatro mulheres - se conseguir sustentá-las, é lógico - e nunca se levantou a relação dos crimes de adultério com esses tradicionais casamentos "arranjados", em que a família da noiva paga a do noivo dote para viabilizar o enlace matrimonial. Há um equivoco na cultura muçulmana, pois Maomé ensinou amor, e não crueldade, aos seus discípulos; e a história da civilização não pode mais continuar a ser escrita com sangue.



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

O homem do bem - artigo - blog do Eliomar de Lima

   Numa cidadela, limítrofe ao Nepal, o simpático padre Luciano recomendava nas missas dominicais aos seus fiéis que tomassem cuidado com a tentação da avareza, pois era um dos sete pecados capitais e que era capaz de transformar um homem de bem em apenas de "bens". Os fiéis, homens simples de vida modesta, pareciam que jamais saberiam o que era riqueza, pois tradicionalmente a cidadela era paupérrima e sem histórico de novos ricos. A riqueza pode gerar dividendos sociais e até ajudar o sujeito a evoluir, mas quando mal usada, o efeito é contrário.
   O dinheiro, numa sociedade capitalista, tem a sua importância, mas deve ficar no bolso e nunca subir a cabeça, mas tem-se visto casos tristes de pessoas que tinham tudo para reunir as melhores qualidades e ser, quiçá, exemplos para as demais, no entanto, deixaram o dinheiro falar mais alto. O Ceará é um fenômeno em matéria de riquezas repentinas e a sociedade anda preocupada com o desenrolar do caso de um sujeito que enriqueceu numa velocidade supersônica, mas passou a ser odiado na mesma proporção, pois anda causando constrangimento nas rodas sociais, sempre deselegante e agredindo verbalmente as pessoas que, em outrora, tinha-as como amigas.
   Não faz muito tempo que esse sujeito chegou ao ponto de agredir um renomado empresário cearense num desses clubes sociais, o que causou comoção e repúdio imediato ao seu comportamento. Parece que os familiares não perceberam a gravidade do problema, ou não têm coragem de enfrentá-lo, pois, assim como algumas vítimas, dizem que ele tem muito dinheiro e é influente, daí ficarem com medo de represálias…
   A família deve encaminhar esse sujeito para tratamento psicoterapêutico o quanto antes, pois se tornou uma pessoa indesejada nas rodas sociais, sem falar na sua língua envenenada, quando invade esses eventos de descontração falando mal de muitos, trazendo medo e apreensão. Os recursos financeiros devem ser aliados do sujeito e não inimigos, pois, como parece ser o caso concreto, o dinheiro está levando à derrocada esse sujeito que tinha de tudo para ser um homem de bem.



* Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O desafio da educação - artigo - blog do Eliomar de Lima

Com o título “O desafio da educação”, eis artigo do advogado e psicanalista Luis Olímpio Ferraz Melo. Ele aborda a figura do professor e a importância de se valorizar a educação como um todo. Confira:



   Na Roma antiga, um gladiador ganhava numa única luta no Coliseu — Cômodo, ex-governador, cobrava por luta um milhão de sestertii do Estado —, mais do que o professor durante um ano de trabalho, daí se vê a injustiça que é feita à educação e aos professores ao longo da história. Os governos, regra geral, não morrem de amores pela educação — no sentido mais amplo da palavra —, pois sempre resistiram a instruir a população que, em sendo assim, ficaria mais vigilante e crítica em relação ao regime governamental. Do ano 27 a.C. até a Revolução Francesa em 1789, fomos governados por reis e monarcas e a liberdade de expressão e de leitura foi tolhida, pois somente assim se sustentaram os impérios.
   Na Rússia, Catarina, a Grande, dizia que era mais fácil governar com o povo ébrio, sugerindo que se pensasse sóbrio e com estudo, pouco tempo duraria seu governo. Disfarçados sob a pseudobandeira da proteção à população, regimes totalitários mandavam queimar livros e coleções inteiras em praças públicas de autores que ousavam pugnar ideias diferentes das governamentais, exemplo: nazismo, fascismo e comunismo. No regime do Vichy, na França — 1940-44 — a grade curricular foi modificada e era ensinado aos alunos somente o que interessava aos nazifascistas.
   No Camboja, durante o regime do Khmer vermelho — 1975-79, do comunista Pol Pot — 80% dos professores foram barbaramente assassinados para impedir que a população pensasse diferente da ideologia dominante. Alguns pensadores desejaram colocar suas ideias sobre a educação e a sociedade em redomas, como se não existisse vida fora delas, mas isto é alienação, pois o pensamento deve ser livre.
   Na África, ainda hoje, os professores são, além de heróis, devotos da educação, pois andam léguas para dar aulas diariamente e, quando muito, recebem misérias — alunos chegam a pagar as aulas com animais que carregam nas costas por quilômetros. O tema da defesa da educação é antigo e foi universalizado por Platão, mas a luta é permanente e de toda sociedade e não temos que ser apenas amigos da escola, mas também, dos bravos professores.


* Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

domingo, 16 de outubro de 2011

Semitismo explicado - artigo - Diário do Nordeste

Sempre quando há crise econômica no planeta, o antissemitismo ressurge com força total, portanto, o leitor precisa entender esse fenômeno socioeconômico. O semitismo é tudo que estiver relacionado à cultura e à influência dos judeus, desde a Antiguidade quando ainda eram chamados de hebreus. O sujeito antissemita é o que tem aversão aos judeus e ao judaísmo e esboça preconceito à questão judaica, o que é lamentável. O povo judeu é desbravador e era escravo no Egito quando conseguiu fugir, no que ficou conhecido na bíblia como Êxodo, levando ouro e formando diásporas - dispersão -, pois culturalmente são nômades e exímios negociantes. Acusados do assassinato do Nazareno, conforme diz a bíblia, os judeus são perseguidos desde então. Na Europa, os judeus foram expulsos diversas vezes por graves acusações sem que haja contestação, inclusive, em alguns países, era proibida a venda de imóveis aos judeus, pois onde se instalavam, diziam, escravizavam os demais. Os judeus eram sobretaxados com pesados impostos, pois sempre tiveram o dom de multiplicar dinheiro e em pouco tempo constroem verdadeiros impérios financeiros e industriais, daí os rumores de que governam o planeta. Há quem defenda que o antissemitismo é fruto da inveja, mas nesta hipótese, muitos seriam invejosos, pois há antissemitismo até em países onde não residem judeus. O bilionário americano, Henry Ford, é apontado como o disseminador do antissemitismo nos EUA, pois mesmo sendo a segunda fortuna americana, perdendo apenas para John Rockefeller, que dizem que era "judeu em segredo", resolveu divulgar no seu livro, "O judeu internacional", como supostamente agem em silêncio os judeus nos governos e na economia mundial. Após o "mito do Hitler" o antissemitismo passou a ser tratado como "racismo", mesmo os judeus sendo um povo, e não uma raça, e criaram leis raciais nos países para intimidar e rotular maldosamente de antissemita quem ousassem questionar o semitismo. O intelectual judeu, Jacques Attali, no seu livro, "Os judeus, o dinheiro e o mundo", foi quem melhor descreveu o semitismo e a saga dos judeus.



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Negócio bilionário - artigo - Site do Cláudio Humberto



   Por volta do século IX, os árabes já haviam desenvolvido completamente sua medicina baseada em medicamentos fitoterápicos, mas esse recurso já era usado pelos chineses desde a Antiguidade e na medicina milenar ayuvédica indiana. Os orientais se trabalham para não adoecer, ao contrário dos ocidentais que somente procuram ajuda médica adoentados. A saúde e a sua cura passou a ser um grande negócio, como qualquer outro, daí a explosão da bilionária indústria farmacêutica pesquisando e desenvolvendo princípios ativos para os remédios que fabrica. São assustadoras as estatísticas da quantidade de pessoas dependentes dos remédios alotrópicos; e várias doenças e sintomas não possuem ainda cura, exemplo: esquizofrenia, hipertensão arterial, etc. Não é por acaso que um dos maiores grupos empresariais do planeta, os Rockefeller, investem pesado no mercado farmacêutico mundial com a marca Roche que é líder de vendas de muitos remédios, exemplo: Rivotril®, Lexotan®, Dormanid® e o polêmico Tamiflu® — aquele que todos os governos compraram aos montes e às pressas para combater a suposta pandemia da gripe suína, ou H1N1, que não existiu —, entre outros.
   Não existe efeito sem causa, daí não ser razoável acreditar que a indústria farmacêutica esteja trabalhando em prol da civilização, pois sabe-se hoje que muitas bactérias e vírus foram criados em laboratórios e com experimentos humanos — cobaias — que o digam os pobres africanos. No filme, “O jardineiro fiel”, o cineasta foi genial ao alertar para o índice de maldade e do que é capaz a indústria farmacêutica para aumentar seus lucros e como agem manipulando pessoas e informações na mídia sem qualquer remorso.
   A indústria farmacêutica tem tanta certeza de que nada abala as suas vendas e reputação, que patrocina até eventos que são contrários aos seus interesses — o leitor que tente entender. Os laboratórios montaram uma rede de negócios e de comissões médicas por cada remédio prescrito criando um vínculo entre médico, paciente e laboratório quase inquebrável — transformando a saúde num negócio tão rentável quanto o ouro.

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista.

Judiciário na berlinda - artigo - Blog do Eliomar de Lima

No meio jurídico é comum ouvir, com alguma razão, que estudante de Direito é sinônimo de impetuosidade e de imprudência. Não foi diferente comigo, pois até pouco tempo depois de formado, escrevi artigos com críticas ao Judiciário que foram considerados por alguns como “fortes demais”; outros falaram em irresponsabilidade. O Judiciário sempre foi hermético e um tema tabu e os advogados tinham – e tem, receio de se manifestar publicamente temendo retaliações por parte dos magistrados que eventualmente ficassem insatisfeitos com as críticas.
Recentemente, os comentários que se ouve nos corredores dos fóruns e nas rodas sociais, tomaram corpo, pois ninguém menos do que a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, disse, em entrevista, que estão infiltrados na magistratura “bandidos de toga”. Ninguém numa posição da ministra Calmon iria levantar uma questão grave dessa se não tivesse as provas, daí o espanto e a repercussão da sua entrevista.
A crítica é importante, desde que venha desacompanhada de qualquer outro interesse que não seja o de contribuir para o aperfeiçoamento da máquina pública, mas o fato é que nunca se ouviu tantas reclamações por parte dos advogados, inclusive, até a Ordem dos Advogados do Brasil acordou para a gravidade do sistema judicial que, além de lento, agora provocou insegurança por conta de não se ter ainda os nomes dos supostos “bandidos de toga” mencionados pela ministra Calmon – não se pode deixar respingar as críticas da corregedora em toda nobilíssima categoria dos magistrados, pois ela falou de uma minoria. O caos no Judiciário teve vários fatores que contribuíram, mas há evidências de que a corrupção de alguns poucos desacreditou todo o sistema.
Depois da polêmica entrevista da ministra Calmon, meus artigos passados podem ser considerados hoje ingênuos.



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

sábado, 1 de outubro de 2011

Controle da mente - artigo - Diário do Nordeste

A contemporaneidade se apresenta com algumas estatísticas de distúrbios mentais assustadoras e parecem sem sinais de recuo, pois, de uma hora para outra, toda civilização ficou doente e dependente de remédios para sobreviver. Insônia, depressão, angústia, ansiedade, oitiva de vozes, bipolaridade, desejo de suicídio, síndrome do pânico e outros diagnósticos rotulados pela psiquiatria, chamam a atenção para a escalada da questão da saúde mental e levam-me a fazer um alerta sobre o uso indiscriminado e abusivo de remédios prescritos como panaceias para sintomas que, muitas vezes, são apenas pontuais, mas tratados como se permanentes fossem. Não se sabe ao certo como funciona, mas há tecnologia para se fazer o “controle mental” de pessoas e até de populações, como numa espécie de hipnose coletiva. Há experimentos utilizados pelos governos beligerantes para uso militar, mas que podem estar sendo usados, sem que se saiba exatamente como, na distração da civilização e criação de poluição na atmosfera psíquica. Sabe-se que uma pessoa hipnotizada pode possuir dupla personalidade e fazer coisas que normalmente não faria, exemplo: assassinar outra. O LSD foi amplamente usado para fins de obter informações pelos serviços secretos de vários países, daí a evidência de que algum tipo de influência esteja provocando nas pessoas esses sintomas que as levam a serem dependentes de remédios. É inexplicável que o Rivotril® seja hoje um dos remédios mais vendido no planeta para combater a ansiedade e a insônia, mas não existe efeito sem causa e todas essas drogas causam dependência e apenas “controlam” os sintomas sem jamais curá-los, até porque não há interesse em curar. É, no mínimo, muito estranha essa relação entre sintomas diagnosticados — ou sentenciados —, permanentemente e o crescimento desenfreado da bilionária indústria farmacêutica. Não se pode assistir, sem questionar, a razão da explosão do uso das drogas — e de remédios —, pois nada justifica esse desejo repentino de autodestruição nas pessoas — é tentador imaginar que esse fenômeno é uma ação planejada e orquestrada...

 
Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

domingo, 25 de setembro de 2011

A guilda dos céticos - artigo - OPOVO/Espiritualidade


   A história das guildas na Europa fornece elementos importantes para se entender essa forma de agrupamento social. Registros datam o início das guildas ainda no século VIII e a sua existência se justificava para reunir pessoas com o mesmo pensamento e profissão - negociantes, artesãos, artistas etc. - e havia segredos nelas, como é hoje nas sociedades secretas. Dentro das guildas, falava-se línguas e dialetos específicos para que outros não soubessem dos segredos profissionais daquela categoria e assim ficariam seguros de eventuais ataques.
   O Renascimento, período áureo da civilização, somente foi possível por conta da Bíblia, pois a história religiosa da civilização foi belamente retratada na pintura e na arte. Na Revolução Francesa, tentou-se de todas as formas anular a religião, destruindo igrejas e modificando o calendário e retirando o “domingo”, para que as pessoas não fossem à missa (mas não conseguiram).
   Usei o exemplo da guilda para mostrar que os céticos vivem como se estivessem na Idade Média, dentro dessas comunidades, pois, ao negarem tudo, não acreditam em nada do mundo espiritual. Fecham-se numa redoma. É compreensiva a desilusão quando se descobre que boa parte da literatura religiosa é mera quimera, mas nem por isto tudo deve ser anulado, até porque seria impossível.
   Outro tipo de comunidade surgiu na Europa nos moldes das guildas, a Comuna, mas tinha ideologia política partidária e, por ser marxista, negava a religião e tudo o que fosse metafísico. Porém, causou derramamento de sangue e gerou muita confusão.
   Mais recente, surgiram, em Israel, os Kibutzim, em que as pessoas residem na comunidade e todos colaboram com os afazeres. É uma alternativa ao sistema capitalista. Pessoas de religiões diferentes convivem nos Kibutzim, pois há alguma tolerância nessa seara, mas aquela região - Palestina - é marcada por conflitos territoriais e religiosos.
   Negar por negar, sem conviver e conhecer a cultura desses povos que preservam suas crenças e têm fé nas tradições e rituais sagrados, parece-me um erro, pois se possível fosse anular a questão da religiosidade nas pessoas, poder-se-ia estar retirando algo bastante importante para suas vidas. Não serei eu que proporei encorajar a civilização a abandonar suas crenças sem que seja possível dar-lhe algo concreto em troca - exemplo, o conhecimento. Porém, como é utópico acreditar que um dia todos terão acesso à educação e desejarão aprender, deixem como está.

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista e autor do livro Psicanálise para todos.

domingo, 18 de setembro de 2011

Canal da corrupção - artigo - Blog do Eliomar de Lima

   Historicamente, os governantes são fascinados pela construção de grandes obras, mas nem sempre esse desejo é pelo bem-estar de seus governados, pois há interesses pessoais — comissões — e políticos partidários — campanhas eleitorais —, sem falar nos generosos lucros que geram para os banqueiros que financiam essas empreitadas; ora pelo recebimento de altos juros, ora pela exploração do negócio. Em 1884, o governo dos EUA assinou com o de Manágua, um tratado, dito de Zavala, para a construção de um canal através da Nicarágua que atravessaria o Panamá, ou a Nicarágua, para ligar os dois oceanos, que viria a se chamar: Canal do Panamá. Em 1893, houve uma crise de pânico na Bolsa de Valores de Nova Iorque acarretada, entre outros fatos, pela falência da Companhia Lesseps, que construía o Canal do Panamá, obrigando-a a interromper a escavação do canal, causando grande prejuízo. O Parlamento Francês abriu investigação para apurar o ocorrido e descobriu que a Companhia Lesseps corrompeu políticos de primeiro plano, além de jornalistas famosos para mascarar a verdade sobre o avanço das obras.
   No endividado Brasil, a corrupção generalizada é cultural e os recursos públicos escoam pelo ralo da improbidade e desde o império sobram denúncias de malversação do erário e é comparável a uma metástase, pois parece não ter cura. No intrigante dia 3 de agosto de 1914, foi inaugurado o Canal do Panamá, porém, o fato passou totalmente despercebido, pois "coincidentemente", foi o dia em que explodiu a Primeira Guerra Mundial. O Canal de Suez, inaugurado antes do Panamá, também teve o mesmo destino de denúncias de corrupção na sua construção.
   Os portos, tradicionalmente, são vias importantes para o intercâmbio de livros, mercadorias, alimentos, etc. Inclusive, os canais hidroviários são meios de comunicação necessários entre as nações, mas devido aos desvios com superfaturamento e pagamento de propinas dos recursos da contrapartida e dos empréstimos a juros extorsivos, acabam inviabilizando o progresso dos países que se pensava serem beneficiados, mas que ficam apenas a ver navios…

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

sábado, 17 de setembro de 2011

O poder oculto - artigo - Diário do Nordeste


Foram os persas, na Antiguidade, quem primeiro desejou a construção de um governo único, pois acreditavam que assim conseguiriam conter as intermináveis guerras e conflitos. As sociedades secretas surgiram antes dos persas, porém, a maioria, não apenas guarda segredos e conhecimentos milenares, mas também age em causas políticas, acreditando que pode mudar o mundo e impor as suas ideologias. Não é fácil identificá-las, pois se escondem, muitas delas, são quase imperceptíveis, exemplo: na Turquia, há a sociedade secreta Alev, com aproximadamente 20 milhões de seguidores, mas pouco se ouve falar dela e nem tampouco se sabe os seus reais objetivos. A Klu Klo Kan, nos EUA, tem próximo de 5 milhões de seguidores e são reconhecidamente racistas, inclusive, elegeram um presidente dos EUA... A rainha das sociedades secretas é, sem dúvida, a Maçonaria, pois com o seu seleto grupo de 6 milhões de adeptos, é capaz de construir e destruir governos, pois lutam intransigentemente pela liberdade, igualdade e fraternidade - slogan cunhado para a Revolução Francesa. A ideia da Maçonaria surgiu no Judaísmo - assim como a da ONU -, pois, os judeus, são os maiores beneficiários da causa maçônica - liberdade e igualdade. Perseguidos e odiados por milênios, os judeus criaram a Maçonaria para, sem que os maçons saibam, defendê-los em nome dos sacrossantos princípios universais da liberdade e igualdade. O leitor pode estar se perguntando: qual a razão de tantas pessoas nessas sociedades secretas? Há no homem um desejo de curiosidade inato, além do mais, é antropológico o desejo de viver em grupo, pois assim, o homem sente-se mais forte, porém, ao entrar, recebem informações e conhecimentos antigos que parecem seduzi-los... As sociedades secretas têm representantes em todos os governos e ficam "monitorando" as movimentações para, se necessário, agir. Nos EUA, embaixo do aeroporto de Denver, há uma das cidades secretas maçônicas para abrigar a elite e o presidente americano numa eventual catástrofe, pois os maçons acreditam, equivocadamente, que são os escolhidos que foram eleitos...



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A censura não morreu - artigo - Blog do Eliomar de Lima

Com o título A censura não morreu”, eis artigo do advogado e psicanalista Luiz Olímpio Ferraz Melo. Ele aborda a censura como algo que persiste na sociedade e, principalmente, sob constante ameaça de voltar a países da sul-americanos como o Brasil. Confira:



   A questão da censura no mundo é repleta de contradições. Então vejamos. A censura foi inaugurada oficialmente pela Igreja Católica, em 1560, no Concílio de Trento, com o Índice dos Livros Proibidos – houve também um Índice das Imagens Proibidas, pois se temia que certos livros em sendo publicados pudessem levar os fiéis à heresia e a não mais seguir os dogmas da fé católica. Todos os regimes de governos totalitários apelaram para a implantação da censura, inclusive, o primeiro alvo na tomada dos governos são os meios de comunicação.
   No século XVIII, a censura era o principal motivo para muitos ingressarem nas sociedades secretas e assim poderem defender suas ideias sem retaliações clericais – ademais, a garantia da liberdade de expressão tornou-se o objetivo das sociedades herméticas. Foi graças às impressoras subterrâneas clandestinas na Rússia que o mundo ficou sabendo das atrocidades de Stalin; e os comunistas defendem a “libertação” dos povos, mas quando assumem o poder, querem tolher-lhes a liberdade de expressão numa contradição, exemplo: China, Cuba, etc.
   Em Cuba, terra do imortal Fidel Castro, a escritora Yoani Sánchez, tida como uma das mulheres mais influentes do mundo, não é lida em seu próprio país e o governo a ignora, ou seja, faz censura velada sem fazer nada contra. Na América do Sul, há uma orquestração idealizada pelo venezuelano Hugo Chávez para limitar a liberdade de imprensa nos países sul-americanos.
   A censura se apresenta em múltiplas facetas: tempos passados na Europa eram cobrados “selos” para circulação dos jornais impressos e nem se percebeu com facilidade que estavam na verdade sendo censurado. Alguns políticos poderosos conseguem praticar a “censura judicial”, pois recorrem à Justiça para que a imprensa não divulgue seus malfeitos e assim atropelam outro direito fundamental que é o da informação.
   A liberdade de expressão é um direito inegociável e todos devem ficar atentos a qualquer movimentação obscura para restringi-la, ou mesmo castrá-la. Já houve censura no Brasil na época da ditadura, mas o seu fantasma ameaça ressuscitar…



* Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.



domingo, 4 de setembro de 2011

Novo Renascimento - artigo - Diário do Nordeste



Não se sabe ao certo em que momento da História começou o Renascimento, mas sabe-se que o movimento partiu de Florença, na Itália, ainda no século XIV, para o resto da Europa, e foi Giotto um de seus precursores. A sociedade europeia estava saindo da Idade das Trevas e o Renascimento era um desejo de se retornar à cultura e à arte da Grécia antiga, onde a beleza reinava e o conhecimento florescia e criavam-se as matrizes da arte e do saber para todo o planeta. O Renascimento europeu deu uma contribuição fantástica à civilização, tanto no campo da pintura, como da literatura e da música, enfim, na arte em geral. Neste período áureo, revelaram-se gênios da arte e da pintura, como Leonardo da Vinci, o homem universal, e Michelangelo, entre outros tantos; na música sacra, apareceu Giovanni da Palestrina - em Roma -, que inovou os recorrentes cantos das missas e homilias e recorreu à polifonia projetando e universalizando a sua arte. O uso da perspectiva deu nova dimensão à pintura e aumentou assim o interesse pela arte renascentista. A bíblia foi fundamental no Renascimento, inclusive, metade das pinturas religiosas era da Virgem Maria e um quarto, de Jesus Cristo. O Concílio de Trento, no século XVI, proibiu muitas músicas clericais, pois a Igreja Católica descobriu que elas tinham matrizes em cantos pornográficos e Palestrina inovou criando melodias angelicais. Em Trento, foi criado o Índice dos Livros Proibidos - havia também um das imagens proibidas - e muitos livros, que poderiam auxiliar a civilização na sua redenção, foram pilhados pela Igreja e trancafiados nas bibliotecas secretas do Vaticano, o que acabou sendo um duro golpe no deslindar do conhecimento. Os livros ganharam importância no Renascimento, pois já havia a prensa de Gutenberg e o desejo de aprendizado, mas o alto preço do livro impedia a universalização do conhecimento. Após a tempestade chegará a bonança, e a civilização terá, em breve, a oportunidade de renascer e iniciar um novo Renascimento, em que a arte e a literatura devem ser prioridades para a evolução espiritual e intelectual de todos...



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Salvem o Direito - artigo - Blog do Eliomar de Lima

Com o título “Salvem o Direito”, eis artigo do advogado e psicanalista Luís Olímpio Ferraz Melo. Ele aborda o quadro de desconfiança no âmbito da categoria sobre a conjuntura da execução das leis em meio a tantos escândalos que se irrompem no País. Confira:

 
   No Império Romano, o Direito se consolidou e ampliou o seu ordenamento para toda a civilização, disciplinando as obrigações e os direitos de cada um dentro da sociedade. Era motivo de glamour operar no Direito naquela época, pois somente os sábios e os justos permaneciam lutando e aplicando o direito no seu sentido material – os corruptos eram alijados do sistema. A produção intelectual jurídica romana, ainda hoje, reflete no Direito, pois se fizeram matrizes para a compreensão do estudo do Direito.
   No século XVI e XVII, na Europa, havia grande procura por homens formados em Direito – advogados, para ocupar cargos importantes e honrados nos governos, daí os pais encorajarem seus filhos ao estudo do Direito para garantir um futuro promissor e nobre. As Constituições liberais, pós Revolução Francesa, deram sobrevida ao Direito, já que, nos impérios, os direitos eram limitados e a censura, uma realidade.
   Gigantes do pensamento humano foram egressos do Direito, inclusive, o maior líder mundial vivo, Nelson Mandela, é advogado, assim como foi o pacifista Gandhi, entre outros tantos. A abolição da pena de morte na Europa é creditada ao advogado Robert Badinter, que num discurso emocionante e histórico conseguiu, na França, abolir a malfadada pena e a sua fala ecoou por todo o planeta.
   O Direito, na contemporaneidade, encontra-se sem defesa e ultrajado, pois virou fonte de corrupção, desvios éticos e motivo de chacota por conta de alguns que praticam tudo ao contrário do que se aprende no curso de Direito. Ao término da graduação, sai-se idealista da Universidade, acreditando ser possível mudar o mundo, mas logo se defronta com a dura realidade que são as manipulações e esquemas vergonhosos que, em última instância, assassinam o Direito e envergonham os justos operadores do Direito. Sobram queixas e rumores incontroláveis de descaminhos e de falta de ética na seara do Direito, porém, faz-se necessário uma rebelião pacifica urgente da banda boa do Direito para expurgar definitivamente a parte cancerígena e assim se cumprir a profecia bíblica: o bem vencerá o mal.

 
* Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

domingo, 21 de agosto de 2011

Propina brasileira - artigo - Blog do Eliomar de Lima

Alguns turistas brasileiros se dizem surpresos ao se depararem em Portugal, e nos países que falam a língua espanhola, com garçons e outros artífices pedindo ”propina”, mas é que a palavra "propina", no regionalismo português de Portugal quer dizer apenas gorjeta, gratificação ou taxa de serviço, e, nos países de língua espanhola, é usada como empréstimo linguístico e no mesmo sentido.
No Brasil, a palavra “propina” se notabilizou no cenário político como o percentual das comissões da corrupção no serviço público que os políticos e seus apadrinhados recebem em troca de alguma vantagem ilícita, geralmente, paga pelos empresários. O pagamento de propina para obter privilégios nos governos é um jogo sujo e que, muitas vezes, o empresário é quase que obrigado a entrar no campo da corrupção e jogar para não ver a sua empresa naufragar na "bacia das almas".
A corrupção no Brasil é cultural e, desde os empréstimos externos, ainda hoje obscuros e não explicados, os agentes públicos e políticos anseiam para dar uma mordida nas faturas emitidas contra o Estado e sempre cobram os seus sagrados dez por cento. Os políticos, quando são pilhados na corrupção, logo se saem dizendo que era dinheiro para campanha política, mas acreditar nisto é o mesmo que dizer que as obras e os serviços públicos não são superfaturados, mas sim, as campanhas políticas é que são caras demais.
Assistimos atônitos às saraivadas de denúncias de corrupção no Planalto Central, em que fica claro e sem dúvidas, que quase todos os partidos políticos, de uma forma ou de outra, têm o rabo preso nesse mar de lama que se chama corrupção e não há interesse algum em se apurar e punir verdadeiramente os desvios dos recursos públicos, praticados pelos políticos desonestos, que tanta falta fazem às famílias carentes.
Não mais tardará para a população acordar e entender que esse sistema político faliu e é uma ilusão acreditar que um dia as coisas mudarão de rumo e não haverá mais pedido e pagamento de propina na política brasileira.



*Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

sábado, 20 de agosto de 2011

O caminho da salvação - artigo - Espiritualidade - OPOVO


   Todas as doutrinas e crenças religiosas, com pequenas variantes, apresentam o amor como o caminho para a salvação do homem, mas sempre esbarram na resistência da criatura humana de se libertar do seu passado e assim vivenciar o amor. Buda, não ensinou uma doutrina aos seus ouvintes, mas sim, um caminho de libertação e de plenitude pelo amor e proferiu essas belas palavras na sua última apresentação: “Mostrei a vocês o caminho da libertação; agora terão que segui-lo vocês mesmos”. A Torá dos Judeus ensina-nos belíssimas normas éticas e morais enaltecendo que todos devem buscar o amor e a felicidade pensando sempre no bem-estar coletivo. Jesus Cristo propôs o amor como a solução para o sofrimento e a busca da felicidade possível aqui na Terra; e quando Tomé ficou em dúvida se o seguiria ou não, Jesus disse-lhe: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João, 14:6). Maomé, mesmo sendo homem de poucas letras, não se esqueceu de recomendar aos muçulmanos o amor ao próximo. Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Martin Luther King Jr., Chico Xavier e outros tantos pacifistas apresentaram o amor como a chave do enigma do nosso existir.
   Parece-me, em tese, que há um equívoco sanável em todas essas religiões, pois não há na bíblia a palavra “religião”, ou seja, é uma criação exógena aos livros que foram compendiados com os ensinamentos desses mestres ditos espirituais. As religiões deveriam se unir e praticar o que propõem seus livros ditos sagrados: o amor. As guerras religiosas não têm legitimidade para mais existir, pois quem pratica o amor, não mata o seu irmão, ou deseja vingar-se dele. Quem ama perdoa, quem ama escuta, quem ama compreende e jamais empunha armas contra quem quer que seja.
   Neste momento grave para a civilização, com os rumores de colapso na economia e de guerra, o homem deve relembrar a regra de ouro na vida ensinada no Velho Testamento: “Não matarás” (Êxodo, 20:13; Deuteronômio, 5:17); e numa das mais importantes passagens do Novo Testamento, no Sermão da Montanha, Jesus Cristo disse: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás” (Mateus, 5:21). O homem beligerante na modernidade está doente e vive em conflito consigo e deseja destruir-se e ao próximo, ora por meio das drogas, ora alistando-se para os combates insanos das guerras, porém, precisa é ouvir as augustas palavras de esperança sugeridas por Jesus Cristo e que dois milênios de existência não foram capazes de apagar: “Amar ao próximo como a si mesmo” – este é o caminho para a salvação.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista e espírita

Planeta extremo - artigo - Diário do Nordeste



Do mais alto local, Tibete, 4.500 metros acima do nível do mar, até o mais baixo, Mar Morto, em Israel, 400 metros, há extremos interessantes de se estudar. A cultura regional varia em cada plaga e o mundo dividiu-se em Oriental e Ocidental, mostrando dois extremos culturais e cada qual reivindicando maior sabedoria e melhor qualidade de vida. As culturas dos países do Oriente e do Ocidente foram, na sua maior parte, construída por empréstimo de outras regiões, pois os viajantes levavam os costumes de locais para o resto do planeta. O estilo dos relacionamentos afetivos muda radicalmente entre culturas, pois, num país de cultura muçulmana, por exemplo, permite-se a poligamia, coisa que seria "reprovada" num cristão. No hinduísmo, na Índia, muitas mulheres se suicidavam, quando o marido morria, acreditando continuar o relacionamento no pós-morte. Os hábitos de higiene e de alimentação também chamam a atenção em algumas culturas, pois até nisto as religiões dão o seu pitaco e influenciam a sociedade. Há nos extremos, pessoas impressionantemente frias e insensíveis, enquanto outras, hipersensíveis, mas não estão concentradas num ou noutro extremo do planeta. As pessoas excessivamente frias não sofrem tanto quando as hipersensíveis, pois parecem conseguir sublimar o sofrimento - não esboçam emoções, talvez para se proteger da reação. Já as hipersensíveis, sofrem além da conta, pois qualquer coisa dita lhes atinge, ou é interpretada em seu desfavor. Ao contrário da frieza, a hipersensibilidade é algo bom, mas vivemos num mundo frio e de competições em que todos lutam para serem ou parecerem os melhores, daí o afeto estar desaparecendo e os relacionamentos afetivos cada vez mais raros. As relações interpessoais estão trilhando para caminho preocupante, pois há nítida desconfiança mútua, inclusive, as pessoas agem no seu cotidiano, como se estivessem "prestando contas" de seus atos sem que haja necessidade. O sorriso no rosto vem sendo usado como uma "máscara" para mostrar exatamente o sentimento contrário vivenciada pelo sujeito - isto nada tem a ver com bipolaridade.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sábado, 13 de agosto de 2011

A mentira de Nuremberg - artigo - Diário do Nordeste


O Tribunal Militar de Nuremberg foi criado em 8 de agosto de 1945 - curiosamente dois dias após as bombas atômicas americanas terem arrasado Hiroshima e Nagasaki, no Japão, e posto fim à II Guerra - pelos EUA, Inglaterra, União Soviética e França para julgar os seus inimigos da guerra - os nazistas e os seus ex-aliados: os traidores. O Tribunal se notabilizou por ser de vingança e de exceção, ou seja, não havia leis que autorizassem tais julgamentos dos supostos crimes de guerra ali processados. O juiz americano, Justice Wenersturm, convocado para presidir um dos tribunais, em Nuremberg, na Alemanha, não concordou com o modelo adotado nos julgamentos e renunciou a essa missão. Wenersturm, antes de seu embarque retornando para os EUA, deu uma entrevista ao jornal Chicago Tribune, condicionando a publicação da matéria a sua chegada em segurança em solo americano; revelou que os tribunais de Nuremberg não faziam justiça, mas sim, vingança e não tinha sentido os vencedores da guerra julgarem os seus inimigos. Bastar-se-ia somente um judeu ser assassinado para merecer repúdio imediato de toda a civilização, mas esse insistente número de 6 milhões de judeus mortos, está muito longe da realidade, pois não há prova alguma dessa estatística. No julgamento do general Taylor, o promotor público perguntou-lhe onde ele teria arranjado esse número de 6 milhões de judeus assassinados nos campos de concentração e o Taylor simplesmente disse que foi baseado na confissão, sob tortura, do general Ohllendorf, da polícia nazista (SS). Daí em diante, virou "verdade" esse espantoso número e a imprensa internacional embarcou num erro histórico sem precedente, causando comoção e medo na civilização de tocar no assunto; e leis contra o "racismo" foram proclamadas em quase todo o planeta para intimidar quem tentasse trazer a verdade à tona. O gigante escritor italiano judeu, Primo Levi, que foi prisioneiro no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau e sobreviveu ao Holocausto, dizia que o vencedor é o dono da verdade, portanto, pode manipulá-la como queira.


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

sábado, 6 de agosto de 2011

Perversão humana - artigo - Diário do Nordeste

Numa carta datada de 9 de abril de 1935, em resposta a uma mãe aflita por ter descoberto que seu filho era gay, Freud escreveu: "Minha senhora, não sei por que não me disse que seu filho é homossexual. Saiba que o homossexualismo não chega a ser alguma vantagem, mas também não é nenhuma doença. Trata-se de uma falha no desenvolvimento sexual do indivíduo (...)". Até o ano de 1974, a Associação Americana de Psiquiatria - APA -, manteve o homossexualismo - masculino e feminino - como uma doença mental, mas esse conceito foi abolido; e em 1987, o termo "perversão" foi substituído por "parafilia" e os homossexuais e as lésbicas ficaram livre do rótulo de perversos sexuais. A pedofilia acontece desde a Antiguidade, mas vem ganhando destaque na mídia, devido à posição social dos pedófilos pilhados, quase sempre, até então, acima de qualquer suspeita. O pedófilo, na sua maioria, pode ter sido molestado na sua infância, o que não atenua o crime, mas foi por conta da contradição, que Freud, em 21 de setembro de 1897, numa carta ao amigo Fliess, explica o abandono da teoria da sedução, pois descobriu que as mulheres inventavam, sem mentir, seduções na infância, daí tê-la transformado em teoria da fantasia - ou seja, a pedofilia é uma perversão sexual, mas é preciso cautela e equilíbrio na apuração desse hediondo crime. Ao lado da perversão da pedofilia, aparece a triste figura do terrorista que, antes de tudo, é um suicida em potencial e quer vincular o ato extremo do terror a uma causa religiosa e/ou política, mas no fundo de sua alma, há um sofrimento existencial profundo e somente a loucura explica tamanha perversão. A pedofilia e o terrorismo são perversões, mas surgiu o alienador parental que, quase sempre, é a mulher, pois fica mais tempo com o rebento após a separação; e usa o filho como escudo para se vingar do ex-companheiro afastando-o, hostilizando-o e impedindo assim a plenitude do amor filial. É um ato perverso e desumano alienar parentalmente uma criança indefesa e inofensiva - nem os animais irracionais são capazes de tamanha crueldade com os seus filhotes.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sábado, 30 de julho de 2011

Os reis da mídia - artigo - Diário do Nordeste



O magnata da mídia, o judeu australiano Rupert Murdoch, envolvido no recente escândalo das escutas clandestinas no Reino Unido e que levou ao fechamento de um de seus maiores jornais, o News of the World, controla próximo de 20% da mídia mundial. As agências de notícias, inicialmente, foram criadas para reproduzir as informações financeiras, especialmente para as Bolsas de Valores, favorecendo assim, a especulação. A maior agência de notícia do planeta, a Reuters, fundada por Julius Reuter, é de judeus, assim como o maior jornal impresso, o New York Times, da família Ochs, entre outros tantos. A indústria cinematográfica não foi fundada pelos judeus, mas eles, os judeus, dominam hoje Hollywood e "divertem" a civilização com a programação a seu bel-prazer. Em 26 de agosto de 1897, foi publicado no jornal russo Znamia (Bandeira) um texto fraudado, "Os Protocolos dos Sábios de Sião", que traz em seu corpo metas que os judeus teriam para dominar o mundo, entre elas, o controle da mídia, sabe-se hoje, que a autoria dos tais Protocolos foi do serviço secreto da Rússia, mas o intrigante é que tudo que se relatou ali vem ocorrendo, como que numa profecia... No Brasil, há conglomerados de judeus na mídia, alguns são idolatrados, como Silvio Santos, que, assim como tantos outros judeus, mudou de nome, e quase não apresenta seu sobrenome judaico: Abravanel - os Abravanel têm uma trajetória de riquezas pela usura e ligações com impérios e governos impressionantes. Na época da fundação de Israel, em meados de 1948, a mídia não judaica e que não concordava com o sionismo, foi maldosamente rotulada de "antissionista", enquanto a mídia judaica favorável, de "pró-sionista". O poder da mídia é tão grande que, recentemente, a humilde camareira de um hotel de luxo nos EUA, supostamente estuprada pelo então diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, o judeu Dominique Strauss-Kahn, que chegou a ser preso, foi logo "transformada" em mentirosa e prostituta pelo New York Times e demais da mídia - o FMI foi fundado pelo judeu Harry Dexter White (Attali, 2010).

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

domingo, 24 de julho de 2011

Em defesa dos maçons - artigo - Diário do Nordeste


A franco-maçonaria foi o plano mais bem bolado de que se tem notícia aqui no planeta, pois defende intransigentemente a liberdade, a igualdade e a fraternidade, bem como esteve presente por trás de quase todas as Revoluções e "revolta". A Maçonaria recruta homens inteligentes, honrados e dignos para participar de seus quadros e, após o terrível juramento, ensina-lhes conhecimentos originariamente judaicos. A comunidade judaica inaugurou na Antiguidade essa modalidade de elite hermética, em que se guardam segredos e técnicas milenares para uso em suas atividades religiosas e comerciais. A data da fundação oficial da Maçonaria ainda é uma incógnita, porém, alguns sugerem o dia 24 de junho de 1717, em Londres, no dia de são João Batista patrono dos francos-maçons. Foram os intelectuais membros da Royal Society de Londres que impulsionaram a Maçonaria ainda no século XVIII, pois precisavam do "segredo" para proteger suas vidas e ideias, mas sabe-se que na França espalhou-se a informação não confirmada de que o rei Luis XV era maçom, despertando assim o desejo nos neófitos de participarem de uma congregação poderosíssima, de ajuda mútua e que todos seriam irmãos - nos moldes das Guildas e da Tsedaka judaica. O papa Bento XIV foi acusado de ser maçom, pois demorou a corroborar a bula papal de Clemente XII que proibia a prática da Maçonaria. No dia 22 de fevereiro de cada ano se comemora o Dia Internacional do Maçom - homenagem a data de nascimento do primeiro presidente dos EUA, o maçom George Washington. Têm-se evidências de que Stalin era maçom, inclusive a ONU é um projeto maçônico para a construção do "governo único" e Stalin participou ativamente da sua fundação. As bandeiras dos países onde a Maçonaria lutou, e supostamente libertou o povo, contêm elementos maçônicos como marca registrada. Não há discurso mais sedutor e sem resistência do que o da Maçonaria na defesa da liberdade e da democracia, daí toda "revolta" e Revolução ganharem a simpatia popular, mas a Maçonaria é uma seita judaica - a maioria dos maçons não sabia disto.

 
LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

sábado, 16 de julho de 2011

Ensaio da eloquência - artigo - Diário do Nordeste

Tanto na música, como num discurso eloquente, é possível ser contagiado pela carga emocional contida nos sons e na fala ecoada. A música tem sido milenarmente instrumento de harmonia e de desarmonia na civilização, pois pode levar o sujeito a estados meditativos positivos, bem como, à depressão. Um dos gigantes da Música Popular Brasileira (MPB), o genial Renato Russo, compôs canções belíssimas e com mensagens inigualáveis, mas cantarolava sempre em estado depressivo, o que acabou prejudicando as melodias e deixou quase toda uma geração melancólica. Na antiquíssima "Odisseia de Homero", relata-se o "Canto da sereia", que atraía e traía os navegantes com cantos hipnotizantes, sugerindo que a música tem o poder de alterar o estado mental do sujeito. Na psicanálise, esse fenômeno é conhecido como "contratransferência", e ocorre quando o psicanalista passa a vivenciar o problema de seu analisando; mas aplicando na vida cotidiana, muitos vivenciam, sem perceber, os problemas e os sofrimentos do outro. Na política, o discurso tem que ser cada vez mais eloquente quando se aproxima a eleição, pois com o distanciar do tempo, a carga emocional contida na eloquência vai perdendo a eficácia e os eleitores tendem a esquecer ou a escutar outros discursos também eloquentes. Nos julgamentos, o advogado sustenta oralmente sua tese com bastante eloquência, pois logo em seguida, há o julgamento pelos magistrados, mas se a querela demorar, tende a perder força aquele discurso emocional. Os totalitários recorrem sempre à eloquência para chegarem ao poder; e os discursos são previamente analisados em cada palavra que será proferida e que depois serão repetidas exaustivamente para fixação - recurso utilizado pelos marqueteiros contemporâneos. Líderes religiosos abusam da eloquência para praticar o proselitismo e, não raramente, angariar mais "ajuda" financeira para as obras assistenciais que nem sempre existem. A fala humana é uma ferramenta poderosíssima, tanto para o bem, quanto para o mal, mas cabe ao leitor ficar atento a essas manipulações sonoras que sutilmente podem controlá-lo...





LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

domingo, 10 de julho de 2011

Os livros sagrados - artigo - OPOVO/Espiritualidade

   Os costumes são os principais responsáveis pela literatura religiosa, que em certo momento da História, se transformaram na Bíblia Sagrada. Estão na Bíblia livros com histórias, cantos, poesias, leis morais e comerciais, revelações etc, compendiados de várias culturas, portanto, trata-se de um livro multicultural que pretende orientar os seguidores dessa ou daquela religião, já que muitas religiões o seguem. Os dez mandamentos contidos no Antigo Testamento já estavam publicados no antiquíssimo “Livro egípcio dos mortos”, daí sugerir que houve um “empréstimo cultural” egípcio. Num livro do Antigo Testamento, é autorizado o empréstimo a juros: “Poderás fazer um empréstimo com juros ao estrangeiro” (Deuteronômio, 23,21) – em hebraico, a palavra juros, nechekh, quer dizer: “mordida” – essa é a origem do capitalismo. A cultura da poligamia é também dessa época e estava autorizada no Antigo Testamento e os casamentos seguiam religiosamente essa norma. É também por “empréstimo cultural” desse período uma das mais belas passagens bíblicas: “Faze aos outros aquilo que queres que te façam”.
   O Novo Testamento deu uma nova interpretação à literatura religiosa, mas absorvendo por empréstimo muito do que já estava prescrito no Antigo Testamento, porém, diferencia daquele na questão da ênfase em servir a Deus mais do que o dinheiro – “Não se pode servir a Deus e a Mamon” (Lucas, cap. 16, v. 13) –, bem como sugere a monogamia como forma de matrimônio. Surge então, o Cristianismo, que em pouco tempo conquistaria várias plagas e o coração daqueles povos desejosos de salvação. A História do Cristianismo, mesmo exagerada, mudou positivamente a humanidade e ainda hoje é pouco compreendida devido às diversas interpretações.
   No século VII, surge a doutrina de Maomé, que também teve o seu livro sagrado, o Alcorão, que recepciona o Antigo e o Novo Testamento e dá uma nova interpretação aos enunciados religiosos, e nasce então, o Islamismo. No Alcorão, a poligamia volta à tona; e hoje o Islamismo é a religião que mais cresce no mundo, não por causa da poligamia, mas por conta da cultura machista dos países que a praticam. No Alcorão, Jesus Cristo é reverenciado e a versão da ressurreição parece-me um pouco inusitada, pois Ele sobe aos céus com a alma e o corpo, após a crucificação. Perde tempo quem tentar anular os livros religiosos ditos sagrados, pois eles fazem parte da cultura e do imaginário dos povos e estão estruturados na mente humana de forma irreversível.

 
Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sábado, 9 de julho de 2011

A família Rothschild - artigo - Diário do Nordeste


Não há dúvida de que o capital controla o planeta e somente poucos conhecem os segredos do capitalismo e as suas múltiplas facetas. Os mercados sempre necessitaram dos cambistas para viabilizar seus negócios e com a criação da "Letra de câmbio" pelos judeus, o mercado financeiro começou a ganhar forma e tornou-se um grande negócio o empréstimo a juros. Os impérios necessitavam de dinheiro para manter o luxo, se expandir e financiar as guerras; e como a Igreja Católica proibia os cristãos de emprestarem dinheiro a juros - contrair dívida não era vedado -, e por sua vez, os judeus eram proibidos de quase tudo, mas podiam emprestar dinheiro a juros, acabavam quase sem opção outra do que a de atuar no mercado financeiro. Após a Revolução Francesa, o mercado financeiro ficou livre e os judeus começaram a sair dos guetos e a fundar seus bancos e dominam hoje boa parte do mercado de capitais - há também bancos não judaicos nessa jogatina. Em 1840, o Rothschild, superou todos os bancos comerciais e tinha quase o monopólio sobre as emissões do tesouro britânico. O Rothschild é o principal banco judaico do mundo e a família Rothschild é influente no rito escocês da maçonaria (Jacques Attali, 2010). Os governos contraíram voluntariamente empréstimos para os seus "desenvolvimentos" e criaram dívidas externas impagáveis que são análogas à escravidão por conta do eterno pagamento dos juros e haja crises econômicas - ninguém se atreve a auditar essas dívidas. O primeiro empréstimo do Brasil foi feito pelos Rothschild e eles estiveram por trás das privatizações (Istoé, 2001). Outra crise econômica se avizinha e será oportunidade para se repensar esse modelo escravizante. Uma das mulheres mais influentes do século XX, a intelectual judia Hannah Arendt, desconfiava que os rumores de que há um governo mundial judaico era verdadeiro por conta do poder dos Rothschild. No livro, "Os donos do dinheiro", de Liaquat Ahamed, o fundador da Casa de Rothschild, Mayer Amschel Rothschild (1744-1812), diz: "Deixem-me emitir o dinheiro de uma nação que não me importarei com os que fazem as leis".



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

sábado, 2 de julho de 2011

Escola de Fortaleza - artigo - Diário do Nordeste


Na Grécia de Platão e de Aristóteles, a maioria dos gregos eram escravos braçais e o conhecimento era privativo apenas dos que tinham acesso aos livros e que dispunham de tempo para ouvir os debates filosóficos nas praças públicas. O conhecimento se propagou quando os livros começaram a transitar nos continentes por meio das embarcações, e os portos tornaram-se celeiros iluminados de novas ideias. A biblioteca de Alexandria, no Egito, conseguiu reunir todo o conhecimento daquela época, mas um incêndio tragou os rolos de papiro e adiou assim a universalização do saber. A Casa da Sabedoria, - Bayt al Hikma, em árabe -, fundada no século IX, em Bagdá, no Iraque, reuniu os livros de vários saberes; os cabedais nativos se debruçavam na tradução dos livros e se embriagavam com o conhecimento ali depositado. A Casa da Sabedoria teve um importante papel na divulgação do conhecimento humano por conta das constantes viagens dos desbravadores árabes, que levavam consigo os livros traduzidos para outros países e continentes. No século passado, na Europa, duas escolas se notabilizaram e se projetaram no planeta: a Escola de Frankfurt, na Alemanha, que estudou a questão das comunicações de massa e a manipulação da mídia e a Escola dos Analles, na França, que reescreveu a História. Proponho a criação da Escola de Fortaleza para se estudar e debater em alto nível os caminhos da construção de uma sociedade transparente e sem guerras, injustiças e desigualdades, e não pense o leitor que isso é ousadia, mas como a história se repete, na Grécia antiga, os pensadores se reuniam para debater as questões de interesse público e tiveram êxito em vários pontos, ou seja, não é uma proposta inglória. Temos que compartilhar os conhecimentos e nos libertar da escravidão contemporânea - a ignorância, pois esta é a causa de todos os males da civilização - se os antigos gregos eram escravos braçais, hoje o homem é escravo da manipulação. Nenhum ateniense, na Grécia antiga, apostaria um tostão furado que aqueles debates filosóficos públicos teriam tanta importância e ecoariam por todo o planeta...



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

domingo, 26 de junho de 2011

Análise de um livro - artigo - Diário do Nordeste


De todos os livros lidos, alguns me chamaram mais a atenção e hoje quero falar sobre um destes. O escritor escreve com independência e enfrenta temas delicados com coragem e sem rodeios, além de ter boa erudição, enfim, merece ser lido. Falo do intelectual francês Jacques Attali que é fundador do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (Berd); e ex-conselheiro do presidente Francês François Mitterrand. Attali é judeu de origem algeriana e um dos mais brilhantes escritores da contemporaneidade e no seu livro, publicado no Brasil pela editora Saraiva, "Os judeus, o dinheiro e o mundo", com prefácio do rabino Henry I. Sobel, presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista, conseguiu, sem demérito para com os demais, escrever a saga dos judeus no mundo e a sua ligação com o dinheiro como nenhum outro escritor. Attali mostra a origem da riqueza dos judeus, os livros que possuem, a formação societária dos bancos e das bolsas de valores, os financiamentos de guerras, a importância do petróleo na geopolítica, os motivos das várias expulsões dos judeus, a razão do injusto ódio aos judeus, a participação dos judeus na mídia, nas revoluções, na maçonaria, a criação do socialismo judaico, a questão da Palestina, a origem do sionismo, etc. Attali deu, com equilíbrio, uma contribuição extraordinária para a civilização, pois outros livros sobre os judeus e o judaísmo, escritos antes do terrível holocausto, vinham com vestígios de preconceito e/ou eram destemperados. O livro de Attali traz o fio condutor para se entender como os judeus comandam as finanças do mundo e a sua influência nos governos que tanto precisam dos seus serviços de usurários para se desenvolverem e se defenderem militarmente. Attali traz à tona o importante debate da questão judaica e os empréstimos com juros realizados pelos judeus por toda a história da civilização, e faz alerta ao perigo de se continuar com o endividamento dos países por conta da usura. Ao término da leitura, veio-me à mente a passagem bíblica dita por Jesus Cristo: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"...



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

sábado, 18 de junho de 2011

Complicado é o outro - artigo - Diário do Nordeste


A complexidade de qualquer relação produz comportamentos que nem sempre são notados pelos envolvidos; e há tendência natural de se colocar a culpa - ou a responsabilidade - por qualquer deslize, no outro. Porém, tem-se observado, em certos casos, maturidade de alguns que reconhecem suas questões psicológicas em aberto e chegam a dizer: "não tem quem me suporte", ou, "nem eu me aguento". Dentro de qualquer relacionamento podem surgir, involuntariamente, sentimentos inconscientes reprimidos e que devem ser trabalhados, como a inveja, por exemplo. Vê-se também com frequência o desejo de vingança velada: "se ele - ou ela - pode, eu também posso", como se o relacionamento fosse uma competição em que uma das partes tivesse que sair necessariamente vencedora. No período anterior ao ciclo menstrual, acontecem modificações naturais consideráveis na mulher, ficando ela passível de irritações e oscilações no humor, entre outros sintomas. A questão financeira desfavorável é crucial no desequilíbrio do homem, podendo, muitas vezes, levá-lo à impotência sexual momentânea. Portanto, essas complicações são compreensíveis e aceitáveis, tanto num, como no outro. No entanto, não há mais tolerância nos relacionamentos, pois a cultura do individualismo na sociedade contemporânea não permite que uma das partes ceda quando há divergências em prol da relação. O mal-estar na modernidade se dá na questão dos relacionamentos afetivos, pois basta observar a quantidade de separações e divórcios por motivos relativamente simples que, em outrora, seriam facilmente contornados. Vivemos numa época de competição - no sentido mais amplo da palavra -, em que o sujeito tem que ser o melhor em tudo, mas isto provoca sofrimento e fragiliza os relacionamentos dando margem para questionamentos que nem sempre levam o casal à satisfação. As pessoas são atraídas para os relacionamentos por fenômeno anterior ao nascimento, ou seja, nenhuma relação é por acaso... - e muitos enxergam e se projetam no outro o seu reflexo. A regra de que os opostos se atraem não é absoluta quando o tema é: complicado é o outro.


 

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

sábado, 11 de junho de 2011

Paz na Palestina - artigo - Diário do Nordeste

Surgem propostas para a criação do Estado Palestino nos moldes do de Israel e com as fronteiras anteriores às da "Guerra dos Seis Dias" de 1967, entre Egito e Israel. O real motivo de Israel nesta guerra era buscar recursos hídricos - água - de que tanto precisam os israelenses, pois seu solo é castigado pela seca e a agricultura é cultivada por gotejamento e, para isso, a água usada é desalinizada do mar da Galiléia. A doutrina do sionismo, fundada por Teodoro Herzl (1860-1904), que esteve apenas uma vez na Palestina, diz, em apertada síntese, que somente num Estado Judaico os judeus estariam seguros, mas essa tese não é unanimidade na comunidade judaica, uma vez que dos estimados 14 milhões de judeus existentes no mundo, apenas 5.640.000 residem em Israel. A fundação do Estado de Israel em 1948, com o apoio da Organização das Nações Unidas - ONU -, criou um conflito permanente no Oriente Médio entre os judeus e os palestinos que poderá prejudicar de forma reflexiva toda a civilização. David Ben Gurion, fundador do Estado de Israel e seu primeiro primeiro-ministro, sabia que não era legítimo expropriar a terra dos palestinos, tanto o é, que deu na época uma declaração espantosa acerca desse tema: "Se eu fosse um líder árabe, nunca assinaria um acordo com Israel. É normal: nós tomamos o país deles. É verdade que era uma promessa de Deus, mas o que eles têm a ver com isso? Nosso Deus não é o deles. Houve o antissemitismo, Hitler, os nazistas, mas no que isso lhes diz respeito? Para eles, existe uma única coisa: nós viemos e roubamos o país deles. Por que eles aceitariam isso?" (citado em Roudinesco, 2010). Sempre que se fala no conflito na Palestina lembra-se da solução encontrada pela União Soviética que se dissolveu sem maiores traumas transformando-se na Rússia. Somos todos irmãos e precisamos da paz e a questão judaica com os Palestinos precisa de uma solução pacífica; e seguindo as palavras do eminente rabino John Rayner de Londres citando a fonte clássica do Avont de rabbi Natan, disse: - "Quem é o maior herói? O que transforma um inimigo em um amigo".



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

domingo, 5 de junho de 2011

A tradução na religião - artigo - OPOVO

   O leitor já sabe que somente no século XVI apareceram os primeiros dicionários bilíngues – 1580, francês-inglês; 1591, espanhol-inglês; 1596, francês-alemão, 1598, italiano-inglês, etc. –, daí não se saber ao certo como foram traduzidos os textos bíblicos antes deste período para o inglês, por exemplo. Os famosos 72 eruditos se reuniram em Alexandria, no Egito, para traduzir o Antigo Testamento para o grego, dando origem à versão da bíblia conhecida como Septuaginta. Na Europa moderna, até 1699, a Bíblia já havia sido traduzida para 51 línguas e os erros de tradução e adaptação ficaram mais visíveis com o auxílio dos dicionários bilíngues. A maioria dos livros traduzidos em toda a história é de cunho religioso, assim, dos 450 textos traduzidos pelos jesuítas até 1.700 para o chinês, 330 eram religiosos.
   Traduções mudaram boa parte da história da Bíblia, exemplo: Iñigo era um nobre basco e foi ferido com uma bala de canhão, em 1521, na Batalha de Pamplona. Iñigo coordenava a festa de San Fermin que se dá no mês de julho; e gostava mais de corrida de cavalos do que das missas na Igreja Católica. O fato é que Iñigo durante sua convalescência leu dois textos devocionais: a Legenda áurea, de Jacob Voragine, e A vida de Cristo, de Ludolfo da Saxônia. Na montagem da história e nas traduções sobre o soldado Iñigo, benevolentemente ele foi transformado em Santo Inácio de Loyola. Se não fosse essa “mãozinha” dada na interpretação e na tradução de Iñigo, é difícil acreditar que ele seria hoje Santo Inácio de Loyola.
   Os jesuítas, quando foram à China converter os chineses ao Cristianismo, tiveram muita dificuldade na tradução para o mandarim e algumas palavras foram adaptadas à cultura chinesa para que houvesse a compreensão – no Japão, por exemplo, a palavra Deus ficou como intraduzível, pois não havia similar na escrita nipônica.
   As adaptações nas traduções não se restringiram somente as da Bíblia, pois os clássicos também foram alcançados, exemplo: Arte della guerra, de Maquiavel, transferiram na tradução o diálogo que se deu na Itália para a Espanha e converteram os personagens italianos em espanhóis. Galileu também penou com as traduções de seus livros, pois queria universalizá-los traduzindo para diversas línguas, inclusive resistiu, mas autorizou a tradução da obra para o latim sob sua supervisão para evitar “interpretações” diversas. A Bíblia é o livro mais vendido do planeta, mas tem mais ouvintes do que leitores em suas diversas traduções e interpretações.

 
Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista.

terça-feira, 31 de maio de 2011

A inveja na análise - artigo - Diário do Nordeste

No dia 31 de agosto de 1885, Sigmund Freud destruiu seus manuscritos inéditos, pois já estava desconfiando de seus futuros biógrafos. Freud, quando começou a publicar seus trabalhos, despertou inveja dentro e fora da psicanálise, pois tratava dos temas humanos sem medos ou receios de críticas, e revelava as suas descobertas; e isso deu-lhe projeção internacional. Freud recebia visitas de toda parte do planeta em sua casa em Viena, na Áustria, mas alguns visitantes que ele não pôde receber, por questão de tempo, saíram difamando-o. Outros inventaram histórias sem indícios de prova contra Freud; uma das mais recorrentes é a que teria tido um romance com a sua cunhada, Minna; outra, era de que a sua relação com o amigo Wilhelm Fliess teria ultrapassado o campo da amizade. Freud foi um gênio solitário, talvez agisse assim para não ser tragado pela inveja que, sem querer, despertou em muitos dos seus contemporâneos. Freud ficava impressionado em notar como a ferramenta da análise não estava ajudando alguns psicanalistas. Jacques Lacan, outro gigante da psicanálise, que fez fortuna escrevendo sobre o tema, também foi alcançado pela inveja e certa feita se saiu com um pensamento genial, dizendo: "Façam como eu, não me invejem". As críticas à psicanálise não são poucas, mas sempre é possível encontrar nelas as digitais da malfadada inveja, inclusive, lançaram um livro intitulado: "O livro negro da psicanálise" onde se compendiou vários textos que já estavam publicados, fazendo um virulento ataque à psicanálise; outro mais recente, "O crepúsculo de um ídolo", ataca Freud e o freudismo, mas o seu autor recusou um convite ao debate público feito pela eminente professora francesa, Elisabeth Roudinesco que rebate em suas abordagens todas as acusações contra Freud e a sua doutrina. É preciso ficar atento, pois a psicanálise dá uma contribuição fantástica à civilização e não pode o seu conhecimento iniciado por Freud ser desprezado por conta da inveja de alguns. O mestre Freud teorizou sobre a inveja dizendo: "Quando Pedro fala de Paulo, ele fala mais de Pedro do que de Paulo".

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sábado, 21 de maio de 2011

A política do terror - artigo - Diário do Nordeste

Beira o deboche a malfadada política americana e a sua propagada luta permanente contra o terrorismo. O caso mais gritante foi o do recente suposto assassinato do terrorista Osama bin Laden. Têm-se evidências que Bin Laden já estava morto há tempos e as imagens exaustivamente reproduzidas pelas agências de notícias internacionais eram de um sósia dele. O governo deixa apavorado os americanos com anúncios de iminentes perigos de terrorismo "coincidentemente" quando chegam perto eleições ou quando querem desviar o foco de alguma outra questão, mas não dá qualquer pista dos possíveis locais, horários e dias em que possam acontecer esses atentados. Na verdade, tudo gira em torno do poder e da busca do vil metal e não há ética e/ou escrúpulo para se chegar ao objetivo, pois o capitalismo não respeita o homem, a família e a sociedade - os fins justificam os meios -, já dizia Maquiavel. A rentável indústria para o "combate" ao terrorismo já ganhou trilhões de dólares e as supostas ameaças não cessam, pelo contrário, a cada dia eles apontam um novo foco terrorista. Os EUA precisam ter sempre um "inimigo" perigoso para justificar as guerras e a manutenção do poder . A independência dos EUA se deu em 4 de julho de 1776 e desde que o petróleo foi descoberto, em 1859, a política americana transformou o planeta num campo de guerra para satisfazer o desejo de consumo do chamado ouro negro na América, pois já em 1947, 80% de todos os veículos do mundo rodavam em solo americano e era preciso sustentar a dependência incontrolável por petróleo. O Oriente Médio possui no seu subsolo uma grande riqueza de petróleo, portanto, as guerras por lá não são para "libertar" aqueles povos da opressão de seus impiedosos ditadores, mas sim, para garantir a exploração e a produção de petróleo. Especialistas afirmam que já se consumiu metade das reservas de petróleo existentes desde a sua descoberta e, como o futuro do ouro negro parece sombrio, as guerras serão doravante por água potável e já se pensa qual será a mentira que os EUA usarão para justificar essas próximas guerras.

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

terça-feira, 17 de maio de 2011

E o acordo ortográfico? - artigo - Observatório da imprensa

Por Luís Olímpio Ferraz Melo em 17/5/2011


 
   O Brasil foi signatário do acordo para uniformização da escrita da língua portuguesa entre os países que a usam e será obrigatório já em 2013. Na coleção "Viver, aprender – Por uma vida melhor", que o governo federal, por meio do Ministério da Educação, distribuirá para quase meio milhão de alunos do ensino fundamental e médio, a escrita da língua portuguesa está enviesada e permitida. A explicação oficial foi a de que se quer flexibilizar a língua escrita igualando à falada e tentar trocar o conceito de certo e errado para o que é adequado ou não. A língua portuguesa é uma das mais difíceis de escrever e de falar, devido aos regionalismos e à diferença entre a forma como é usada em outros países – tanto o é, que foi necessário o tal acordo ortográfico.
   Cada vez mais, os concursos públicos estão exigindo o uso correto da escrita da língua portuguesa. Frise-se, é um fato relativamente recente, pois somente de uns tempos para cá se inseriu a disciplina da língua portuguesa nas provas de todos os concursos, para evitar as gafes e os "linguicídios" nos documentos oficiais. Os alunos que se orientarem por essas obras que permitem o uso inadequado do português podem ter prejuízo se desejarem seguir algumas profissões como, por exemplo, Jornalismo e Direito, pois são duas áreas em que é condição sine qua non (sem a qual não) saber escrever corretamente o português.
   A quem irão reclamar esses alunos que foram induzidos ao erro com essa tal flexibilização da língua portuguesa? É uma contradição ser signatário de um acordo ortográfico para unificação da escrita e, logo em seguida, proclamar oficialmente que é permitido o uso inadequado da língua portuguesa. O uso inadequado da língua portuguesa produz efeitos jurídicos e uma vírgula a mais ou a menos pode mudar todo o sentido de um texto, causando assim danos à parte destinatária. O Ministério da Educação deveria recolher esse material e revê-lo para a sua aplicação somente da forma adequada – e não dando margem para que os alunos deformem ainda mais a nossa língua portuguesa. Há evidências de que não houve má-fé nesta propositura. Talvez negligência, mas não é sábio insistir nessa tese que flexibiliza a língua, se depois a exigirá na sua forma culta e imaculada. Qualquer aluno eventualmente reprovado nos exames de português que recorrer à Justiça alegando que aprendeu a língua de forma errada, anexando ao processo apenas a coleção do MEC "Viver, aprender – Por uma vida melhor", terá ganho de causa. Será que o Ministério da Educação esqueceu que o governo federal assinou o acordo ortográfico que uniformizará a escrita da língua portuguesa ou o acordo não mais valerá?

sábado, 14 de maio de 2011

O ódio de si no racismo - artigo - Diário do Nordeste

Volta e meia, o racismo toma conta do noticiário revelando novas vítimas e formas de demonstração do lamentável preconceito. Historicamente, sabe-se que a escravidão gerou o preconceito racial ainda na Antiguidade, pois entendia-se que era necessário manter a distância entre patrão e empregado, ou entre ricos e pobres, como é hoje. O preconceito na cultura racial desmembrou-se em diversas modalidades, pois não estacionou somente na cor da pele, mas sempre houve o equívoco de que a raça de cor negra deveria ser eliminada para "salvar" a branca e assim a civilização. Tentaram de tudo para o controle racial e a produção de uma nova raça: esterilização, eutanásia, eugenia, racismo científico e o darwinismo social, mas não conseguiram e nem conseguirão. O nazismo de Hitler ousou mais do que qualquer outro movimento higienista racial, pois queria criar a raça ariana e exterminar os judeus, negros, homossexuais, deficientes físicos e mentais, matando milhões de vítimas nos campos de concentração e de extermínio, mas também não conseguiu seu "objetivo". Alguns grupos de "skinheads" (cabeças raspadas) ou neonazistas, como também são conhecidos, agem como se fossem os donos do mundo, pois atacam preconceituosamente suas vítimas por conta do seu "ódio de si" que, na psicanálise, é comparável ao "ódio do judeu de si". Impressiona o desejo e o prazer deles ao agredirem violentamente as suas vítimas - algumas vezes matando-as -, sugerindo que querem anular algo a sua frente que não podem ser ou ter. Assim como há preconceito racial entre os negros, gays, lésbicas, etc, a homofobia seria um desejo homossexual reprimido. Os nordestinos quase sempre sofrem preconceito nas grandes metrópoles, pois são humildes e também são atacados por esses grupos extremistas "skinheads" que usam a violência para esconder o "ódio de si". Quem rejeita algo ou alguém é porque um dia foi rejeitado, daí o ciclo do preconceito que muitas vezes nasceu inocentemente no seio do lar num destrato a um colaborador doméstico e foi se repassando por gerações desde a escravidão...



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

terça-feira, 10 de maio de 2011

O espírito de uma época - artigo - Observatório da imprensa

Por Luís Olímpio Ferraz Melo em 10/5/2011

 

   A notícia do suposto assassinato do terrorista Osama bin Laden pelos EUA gerou mais dúvidas do que certeza do fato, pois as inúmeras versões apresentadas por "fontes" do serviços de segurança americano divergiram em quase tudo. Sem apresentar as fotos e/ou filmagens em que fosse possível reconhecer o corpo de Bin Laden, até para efeitos jurídicos patrimoniais da família dele, bem como por questão de sua religião – a islâmica –, fica difícil acreditar na versão oficial americana de que realmente houve a captura e o assassinato do maior terrorista do planeta. Há evidências de que Osama bin Laden era apenas um "mito do terror" para os EUA, pois sua imagem era sempre usada para justificar ações antiterroristas e violações de garantias constitucionais e leis internacionais.
   Curiosamente, os EUA sempre têm que ter um inimigo e a bolsa de apostas já está aberta para se adivinhar quem será o próximo escolhido para tal missão. Em 2007, um grupo de intelectuais independentes produziu um documentário com o título Zeitgeist, que é um termo forjado por Hegel e que denomina na língua alemã o "espírito de uma época". Longe de ser uma superprodução cinematográfica, os autores conseguiram provar de forma irrecusável e cabal que os ataques às torres gêmeas nos EUA em setembro de 2001 foram pura armação e que, comparando imagens televisivas, consegue-se ver que Osama bin Laden não era o mostrado, sugerindo que ele morreu já faz algum tempo — há cópia desse documentário legendada em português no Google vídeo.
   Também há ainda hoje uma "Comissão independente de investigação dos atentados do 11/9" nos EUA, composta por 400 membros, entre arquitetos e engenheiros, tentando entender aquele evento e há evidências de que foi mesmo uma conspiração para justificar as guerras no Afeganistão e a do Iraque.
   Na cobertura da suposta segunda morte do Osama bin Laden no Paquistão, na semana passada, a imprensa norte-americana embarcou suspeitosamente e quase sem questionamento na tese do governo americano de que o corpo de Bin Laden foi mesmo "enterrado no mar", que as fotos dele morto poderiam chocar a opinião pública etc. Resumindo: foi um deboche à inteligência humana. A glorificação e o destaque que a mídia internacional dá ao terrorismo não são proporcionais ao perigo que o terror representa, pois a probabilidade de alguém morrer num atentado terrorista é infinitamente menor do que num acidente de trânsito, por exemplo. O insistente anúncio pela mídia de iminente risco de terrorismo, sem sequer dizer possíveis dias, horas e locais, também pode ser considerado ato terrorista.