Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 11 de março de 2017

Transtornos mentais - artigo - Diário do Nordeste

                                   

   Rita Mae Brown, escritora americana, dizia com humor: “As estatísticas sobre saúde mental revelam que um em cada quatro americanos sofre de alguma forma de doença mental. Pense em seus três melhores amigos. Se eles estão bem, então o quarto é você”.
   A Associação Americana de Psiquiatria (APA), em 1917, começou a nosografia das doenças mentais num “Manual estatístico” para tentar uniformizar os diagnósticos. O “Manual” catalogou 22 diagnósticos de transtornos mentais. Em 1952, a APA publicou o que viria a ser a Bíblia da Psiquiatria: o “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais” (DSM-I) elencando agora 106 tipos de transtornos e no DSM-IV, de 1994, já se contabilizavam 297 tipos de transtornos mentais.
   As três principais doenças psiquiátricas são: esquizofrenia, depressão e “transtorno maníaco-depressivo” — ou bipolar do humor —, mas no DSM 5, de 2013, há descritos 265 diagnósticos e sobram críticas desse abuso no número de transtornos mentais que somente prejudica o paciente e alimenta o trilionário mercado farmacêutico.
   O primeiro antipsicótico, o “Clorpromazina”, foi descoberto por mero acaso pelo cirurgião francês Henri Laborit (1914-1995) que buscava uma droga capaz de reduzir o “choque cirúrgico” assim como foi a “Imipramina” usada em pacientes depressivos e a indústria farmacêutica investe pesado em novas drogas para “controlar” os transtornos mentais reais e os imaginários “criados” nos DSMs sem qualquer estudo científico sério. 
   O uso indiscriminado de remédios “tarja preta” afeta diretamente a memória do sujeito e podem causar demência.


Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista