Meu novo livro: Novas abordagens

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terça-feira, 29 de maio de 2012

A “nova” crise econômica - artigo - Observatório da imprensa



Somente do século 17 até a crise financeira de 2008, nos EUA, provocada pela quebra do Banco Lehman Brothers, de origem judaica e que emprestava dinheiro somente para governos, ocorreram 60 crises econômicas. Porém, a crise de 2008 foi a mais grave dos últimos 75 anos e atingiu de forma reflexiva toda a economia global. O colapso econômico ocorrido de 1929 a 1933, conhecido como “A Grande Depressão”, aconteceu também nos EUA quando houve a quebra da Bolsa de Valores de Wall Street, em Nova York, e novamente a economia global foi contaminada reflexivamente e toda civilização teve que pagar pelo pato que somente alguns comeram...
“A Grande Depressão” gerou vários danos de todas as ordens ao homem e à sociedade em todo o mundo, pois a dignidade humana foi ferida de morte e as dificuldades financeiras até para alimentação e a higiene pessoal foram registradas. A ilusão da especulação financeira mostrou a sua face mais terrível e cruel produzindo sofrimento e aumentando significativamente as estatísticas de suicídio e dando margem para o surgimento de movimentos extremistas – exemplo: nazismo e fascismo – e foi a mola propulsora para o mais sangrento conflito de todos os tempos: a Segunda Grande Guerra.
A Grécia tem corroborado a hipótese de que a história se repete, pois com a crise econômica, e a ameaça de sair da zona do euro, os gregos correm aos bancos para sacar suas economias antes da possível troca da moeda e, quiçá, o colapso, assim como fizeram os romanos em 33 d.C durante o império de Tibério, que teve que injetar um milhão de peças de ouro pública na economia para evitar o colapso.
A Grécia vive uma crise existencial, pois no berço da filosofia e na terra helenística de Sócrates, Platão, Aristóteles e tantos outros gigantes do pensamento humano que ensinaram a bondade, a beleza, a literatura e a arte, os gregos encontram-se mergulhados numa crise econômica de dívida externa impagável, assim como toda a Europa.
O Estado de S.Paulo (14/5) publicou matéria da agência de notícias Reuters com o líder de um partido ultradireitista grego, Nikolaos Mihaloliakos, contestando a tese de que 6 milhões de judeus foram mortos na Segunda Guerra Mundial. “Não houve fornos, isso é uma mentira (...), não houve câmaras de gás também”, disse Mihaloliakos – toda vez que há crise econômica o antissemitismo ressurge. No dia 23 último, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, disse numa palestra em Harvard que a crise a atual poderá ser pior do que “A Grande Depressão”, sugerindo que a história se repete e que de novo nada tem a atual crise econômica...
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



terça-feira, 22 de maio de 2012

O narcotráfico no México - artigo - Observatório da imprensa


   Não se sabe ainda se o jornalista René Orta Salgado, assassinado na semana retrasada na cidade de Morelos, no México, morreu por conta do exercício da profissão, visto que havia abandonado a carreira no final do ano passado para se dedicar à militância político-partidária. Mas por 20 anos dedicou-se a cobrir notícias policiais, daí as suspeitas de ter sido mais uma vítima dos cartéis dos narcotraficantes mexicanos – outros jornalistas também foram assassinados em circunstâncias semelhantes às de Salgado e somente este mês o número total de vítimas dos cartéis de drogas já registra 100 mortes.
   O efeito colateral desses episódios apareceu no dia imediato à morte de Salgado, pois alguns veículos de comunicação publicaram editoriais em que diziam que evitariam tocar no assunto do tráfico de drogas e dos cartéis tendo em vista os assassinatos de jornalistas e os ataques recentes às sedes das empresas de comunicação. Os atentados contra os jornalistas e os meios de comunicação no México atingem em cheio a população e a liberdade de expressão, pois sem imprensa livre, não há o que se falar em Estado democrático de Direito.
   Não é de hoje que o México é tido como um país violento e dominado pelo tráfico de drogas, mas há outro crime que passou despercebido da grande mídia, tão hediondo como os atentados à liberdade de expressão. A Ciudad Juarez, no México, limítrofe com os EUA, é conhecida como a “capital mundial do feminicídio”, visto que, desde 1993, mais de 400 mulheres foram brutalmente assassinadas e outras 500 estarem desaparecidas. A Ciudad Juarez é pobre, considerada misógina e dominada pelo tráfico de drogas e pela corrupção, daí reinar a impunidade e o silêncio da população.
   Os Estados Unidos do México têm 31 estados mais o Distrito Federal, a capital, México DF, mas o que tem de grande tem de inseguro, pois por ano são registrados 20 mil sequestros realizados pelos narcotraficantes e as vítimas podem ser qualquer um: jornalistas, magistrados, advogados, médicos, padres, policiais etc.
   A vingança privada e as execuções extrajudiciais praticadas pelos narcotraficantes são mais temidas do que o poder e o dever de punição do Estado, daí o fenômeno social da violência urbana ter se generalizado no México. Ainda na semana passada, o ex-vice-ministro da Defesa, general de divisão Tómas Angeles, e mais dois outros generais foram presos pelo Exército mexicano acusados de envolvimento com os cartéis de drogas. Com a violência autofágica no México, a democracia, a imprensa e os mexicanos encontram-se ameaçados de morte, pois os bilionários cartéis das drogas já mostraram que criaram um “narcoestado” dentro do México.


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



domingo, 20 de maio de 2012

Variação cultural - artigo - Diário do Nordeste



O nome de Marco Pólo é sempre lembrado como sendo o precursor de várias descobertas que impulsionaram tantos desbravadores a conquistarem outras plagas. Marco Pólo, no seu controvertido, O livro das maravilhas, narra uma saga de viagens e descobertas que teria vivenciado de Veneza até a China pela denominada "rota da seda".
Não há provas robustas que assegurem a veracidade da história de Marco Pólo, inclusive, alguns historiadores sugerem que ele apenas ouvia os relatos de outros viajantes que passaram por esses países e tomava-os como seus; e é dito que no seu leito de morte foi exortado a contar a verdade se os relatos eram ou não seus, além de confirmar a autoria, disse: "Eu não contei nem a metade". O fato é que o seu livro virou roteiro para muitos que adentraram a Ásia em busca de comerciar e de repetir a sua façanha.
Porém, no ano 950, o judeu do Cairo, no Egito, Buzuy ibn Shahriyar, diz, no Livro das maravilhas da Índia, que o mercador Isaac ben Yehuda, fez a trajetória de Omã até a China três séculos antes de Marco Pólo - no ano de 882 -, e fez fortuna, mas foi assassinado quando retornou em nova viagem - o empréstimo cultural transnacional e incorporada em outras culturas foi fundado pelos desbravadores. O leitor, sem saber, talvez, vivencie no seu dia a dia vários elementos de culturas de outros locais que são incorporados às tradições e à cultura local, exemplo: a comida de outras plagas entrou em vários cardápios - exemplo, o macarrão foi inventado na China e Marco Pólo teria levado a receita para Itália -; a música; a arquitetura; a moda, a dança, dentre outros; com o advento do rádio, da televisão e da internet, as culturas se globalizaram e é possível vivenciar virtualmente em tempo real diversas culturas. Algumas culturas levam o sujeito ao chamado "choque cultural", por conta dos hábitos e tradições, exemplo: na Índia não se usa o papel higiênico e se come com as mãos. Na China, os insetos são usados na exótica gastronomia. Os liberais esquimós da Groelândia, Canadá e Alasca, permitem que os visitantes convidados durmam com suas esposas. Os muçulmanos andam de mãos dadas e se beijam no rosto como sinal de amizade e em alguns países dessa cultura o consumo de álcool é proibido, mas em contradição, o haxixe é liberado.

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

terça-feira, 15 de maio de 2012

Análise do terrorismo americano - artigo - Observatório da imprensa


Há algo de obscuro na mídia internacional em relação à questão do terrorismo, pois a forma como são divulgadas as supostas tentativas de atos terroristas dá margem a diversas interpretações e suspeitas. Em recente viagem ao Afeganistão, Barack Obama, presidente dos EUA, afirmou na mídia que o fim da rede terrorista Al-Qaida estaria próximo, trazendo assim alívio e segurança ao planeta. Na semana imediata, os EUA divulgaram também na mídia que conseguiram “abortar” uma tentativa da Al-Qaida de explosão de um avião comercial americano saindo do Iêmen, graças à ação de contraterrorismo de um agente secreto jogo duplo que teria se infiltrado naquela rede terrorista e se oferecido para ser homem-bomba suicida – a notícia ainda veio acompanhada de imagens de um suposto novo material que seria capaz de passar despercebido pelos detectores de metais e de explosivos nos aeroportos.
A tentativa “abortada” coincidiu com o aniversário da morte do terrorista Osama bin Laden, supostamente morto no Paquistão. Porém, no final da matéria, veio o anúncio consolador: nenhum americano teria ficado em risco durante a suposta tentativa de ataque aéreo terrorista. A divulgação das supostas tentativas de ataques terroristas sem que se tragam à tona maiores detalhes e análises pode ser comparada ao próprio ato terrorista, pois as pessoas ficam apreensivas sem ter qualquer informação acerca dos possíveis locais, dias e horários em que possam acontecer essas tentativas e têm que ficar refém das “fontes” dos serviços secretos desses países obcecados pelo terrorismo – a probabilidade de morte num atentado terrorista é infinitamente menor do que num acidente de trânsito...
Outro ponto que merece destaque, e não é observado pela mídia, é a questão da “coincidência” da proximidade das eleições americanas com a pauta vinculada ao aumento do risco de atentados terrorísticos, sugerindo que o tema é usado como propaganda subliminar para implantar medo nos americanos e insinuando que somente estarão seguros se o Barack Obama for reeleito. Não foi por acaso que o ex-presidente americano Bill Clinton, também democrata, elogiou Obama por ter autorizado o assassinato de Bin Laden, inclusive insinuando que Mitt Romney, atual candidato republicano e que disputará a presidência dos EUA, talvez não tivesse essa coragem...
Beira o deboche a cobertura da mídia internacional que não traz à baila análises dessas “coincidências” e informações acima, que fazem toda a diferença na divulgação e na relação das notícias acerca dos supostos e iminentes atentados terrorísticos e as eleições nos EUA...

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



terça-feira, 8 de maio de 2012

Centenário do Pravda - artigo - Observatório da imprensa


O jornal russo Pravda – “verdade”, em russo – completou na semana passada 100 anos da sua fundação. O Pravda surgiu em São Petersburgo, teve sua primeira edição em 5 de maio de 1912, e era tido como jornal de oposição e contra o abuso das autoridades, mas sua linha editorial mudou consideravelmente por ocasião da revolução bolchevique, em 1917, pois tornou-se o porta-voz do Partido Comunista Soviético e principal meio de divulgação e de propaganda das ideias de Lênin e do comunismo.
Após a queda do muro de Berlim, na Alemanha, em 9 de novembro de 1989, o comunismo entrou em declínio no mundo e o Pravda foi “expulso”, em 1991, da então Rússia de Boris Yeltsin. Porém, após breve estadia na Grécia, o Pravda retornou à Rússia em 1997 e com o mesmo discurso partidário da linha editorial inaugural: pedindo união de todos os trabalhadores – confirmando a hipótese de Hegel e de Marx de que a História sempre se repete...
A crítica imparcial que se faz ao Pravda é que seus arquivos são seletivos, ou seja, há eventos de importância histórica ocorridos na União Soviética stalinista e na China comunista que não foram registrados pelo Pravda. Exemplo: até 1980, era tabu na Rússia falar sobre a “Grande Fome” programada, ocorrida na Ucrânia entre 1932-33, quando 6 milhões de ucranianos morreram de inanição. Tida como a “primeira fome programada” da História, foi utilizada pelos comunistas como instrumento de controle, dominação e guerra.
Outro evento de relevância: durante a “fome política” do Grande Salto Adiante comunista de 1959-61, ocorrida no Gulag maoísta, o Laogai, na China, 20 milhões de chineses morreram famintos e é tida como a maior fome da História, mas não há nos arquivos do Pravda esses registros. A ocultação desses e de outros eventos históricos relevantes mancha a imagem do comunismo no mundo, porém coloca também em xeque a credibilidade do Pravda e o nome – verdade – pode soar como uma ironia.
Os jornais têm sido para os historiadores uma fonte preciosa na investigação histórica, mas há restrições de alguns para citações por conta da falta de imparcialidade na publicação dos fatos, como parece ser o caso do Pravda, que renasceu numa Rússia diferente da de 1912, quando os russos viviam no regime imperial mas não havia qualquer registro de Gulags e de atrocidades nesta época.
Os fatos desfavoráveis ao comunismo e omitidos pelo Pravda somente foram descobertas graças a outras fontes e a pesquisas de campo que visavam a buscar somente a verdade...


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



domingo, 6 de maio de 2012

Bastidores maçônicos - artigo - Diário do Nordeste



O silêncio e os segredos maçônicos operados dentro dos templos intrigam o imaginário humano e fornecem munição para as ideias de que há uma conspiração global. Os escândalos dentro da maçonaria abalaram a organização a ponto de haver racha entre os irmãos maçônicos. O caso mais gritante foi o da autoridade máxima maçônica no Brasil, o Grão-Mestre Geral Marcos José da Silva, que foi acusado de traição ao juramento maçônico, pois registrou na Biblioteca Nacional livros secretos da maçonaria contendo segredos até então invioláveis. Criticado de todos os lados, foi acusado de querer se beneficiar com os direitos autorais dos livros maçônicos, pois registrou em seu nome e não no da Maçonaria (Istoé, 2010). (...) "Por dois anos, entre 2003 e 2005, era difícil discernir, dentro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, quem era da hierarquia do Judiciário de quem era da cúpula da maçonaria no Estado. O desembargador José Ferreira Leite era presidente do tribunal e grão-mestre da ordem maçônica" (Época, 2010). Esse escândalo afastou desembargadores e juízes que foram acusados de desviar R$ 1, 4 milhão do tribunal de Mato Grosso para a maçonaria.
O Conselho Nacional de Justiça afastou e condenou a pena máxima os magistrados envolvidos nesse escândalo maçônico, mas, misteriosamente, o egrégio Supremo Tribunal Federal mandou reintegrá-los ao tribunal, sugerindo que a maçonaria tem muita influência... A maçonaria deve uma explicação cabal à opinião pública, pois não pode se arvorar de ser uma sociedade secreta para silenciar diante de acusações sérias - o plano maçônico é a construção de um "governo único", mas ninguém pediu ou autorizou. A maçonaria é uma organização poderosíssima em todo o planeta e elege e derruba governantes que não rezarem em sua cartilha secreta e trata a opinião pública como se fosse anencefálica.
Nos EUA, por exemplo, raro é o presidente que não sai egresso de alguma loja maçônica. Toda revolta e desde a Revolução Francesa, em 1789, passando pela Bolchevique, na Rússia, em 1917, liderada por Lênin, cujo nome verdadeiro é Oulianoff, a maçonaria esteve por trás manipulando tudo... Fazendo justiça: a maioria dos maçons parece não saber que estão a serviço de interesses obscuros e que a teleologia maçônica não é a que eles pensam ser...



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista