Meu novo livro: Novas abordagens

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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Aos intelectuais - artigo - Diário do Nordeste


Opinião
LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
(15/7/2007)

Aos intelectuais

O papel do intelectual é apontar para a opinião pública as contradições na sociedade, e o termo “intelectual” surgiu ainda no século XIX e foi oficializado por Maurice Barrès, em 1º de fevereiro de 1898, em artigo no Le Journal, intitulado “O protesto dos intelectuais”, que apoiava Émile Zola, na sua defesa pública denunciando a cúpula do governo francês no caso da condenação injusta do capitão Alfred Dreyfus. Os intelectuais são homens de conhecimento enciclopédico e podem — e devem — guiar a humanidade, mas o que se vê hoje em dia, com honrosas exceções, é o silêncio e o medo deles de serem engolidos pelo sistema e assim ter os seus interesses contrariados. A contrapartida que a sociedade civil reclama é apenas a divulgação de forma imparcial dos conhecimentos necessários para libertá-la dos governos déspotas e de tudo mais que as impede de progredir. A formação da opinião no dia-a-dia é muito importante para termos no futuro uma sociedade menos injusta. Por conta da desinformação e da maledicência, a humanidade já desperdiçou várias oportunidades para avançar, tanto na esfera da conscientização política, bem como na seara espiritual. No iluminismo, os nossos abençoados filósofos já disseram muitas coisas boas sobre a inépcia das religiões, mas ainda hoje se conservam de forma discreta essas idéias e são quase imperceptíveis às melhoras nessa área do pensamento humano.A corrupção cancerígena e o descrédito que se instalou nos poderes da República poderiam ter sido evitado se estivéssemos vigilantes, organizados e comprometidos com o bem-estar coletivo. Se os intelectuais não se insurgirem pacificamente contra o sistema, buscando assim o equilíbrio nessa relação desproporcional entre capital, população e governos, seremos engolidos pelos nossos próprios “governantes”, pois faz tempo que não há respeito à coisa pública, e o erário sangra sem tréguas. Auguro aos intelectuais de nossa moribunda pátria que sobreponham sem medos os interesses coletivos aos seus individuais, pois todos serão questionados e cobrados no futuro sobre o que fizeram em prol do nosso País.
* Psicanalista

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