Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 21 de agosto de 2011

Propina brasileira - artigo - Blog do Eliomar de Lima

Alguns turistas brasileiros se dizem surpresos ao se depararem em Portugal, e nos países que falam a língua espanhola, com garçons e outros artífices pedindo ”propina”, mas é que a palavra "propina", no regionalismo português de Portugal quer dizer apenas gorjeta, gratificação ou taxa de serviço, e, nos países de língua espanhola, é usada como empréstimo linguístico e no mesmo sentido.
No Brasil, a palavra “propina” se notabilizou no cenário político como o percentual das comissões da corrupção no serviço público que os políticos e seus apadrinhados recebem em troca de alguma vantagem ilícita, geralmente, paga pelos empresários. O pagamento de propina para obter privilégios nos governos é um jogo sujo e que, muitas vezes, o empresário é quase que obrigado a entrar no campo da corrupção e jogar para não ver a sua empresa naufragar na "bacia das almas".
A corrupção no Brasil é cultural e, desde os empréstimos externos, ainda hoje obscuros e não explicados, os agentes públicos e políticos anseiam para dar uma mordida nas faturas emitidas contra o Estado e sempre cobram os seus sagrados dez por cento. Os políticos, quando são pilhados na corrupção, logo se saem dizendo que era dinheiro para campanha política, mas acreditar nisto é o mesmo que dizer que as obras e os serviços públicos não são superfaturados, mas sim, as campanhas políticas é que são caras demais.
Assistimos atônitos às saraivadas de denúncias de corrupção no Planalto Central, em que fica claro e sem dúvidas, que quase todos os partidos políticos, de uma forma ou de outra, têm o rabo preso nesse mar de lama que se chama corrupção e não há interesse algum em se apurar e punir verdadeiramente os desvios dos recursos públicos, praticados pelos políticos desonestos, que tanta falta fazem às famílias carentes.
Não mais tardará para a população acordar e entender que esse sistema político faliu e é uma ilusão acreditar que um dia as coisas mudarão de rumo e não haverá mais pedido e pagamento de propina na política brasileira.



*Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

sábado, 20 de agosto de 2011

O caminho da salvação - artigo - Espiritualidade - OPOVO


   Todas as doutrinas e crenças religiosas, com pequenas variantes, apresentam o amor como o caminho para a salvação do homem, mas sempre esbarram na resistência da criatura humana de se libertar do seu passado e assim vivenciar o amor. Buda, não ensinou uma doutrina aos seus ouvintes, mas sim, um caminho de libertação e de plenitude pelo amor e proferiu essas belas palavras na sua última apresentação: “Mostrei a vocês o caminho da libertação; agora terão que segui-lo vocês mesmos”. A Torá dos Judeus ensina-nos belíssimas normas éticas e morais enaltecendo que todos devem buscar o amor e a felicidade pensando sempre no bem-estar coletivo. Jesus Cristo propôs o amor como a solução para o sofrimento e a busca da felicidade possível aqui na Terra; e quando Tomé ficou em dúvida se o seguiria ou não, Jesus disse-lhe: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João, 14:6). Maomé, mesmo sendo homem de poucas letras, não se esqueceu de recomendar aos muçulmanos o amor ao próximo. Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Martin Luther King Jr., Chico Xavier e outros tantos pacifistas apresentaram o amor como a chave do enigma do nosso existir.
   Parece-me, em tese, que há um equívoco sanável em todas essas religiões, pois não há na bíblia a palavra “religião”, ou seja, é uma criação exógena aos livros que foram compendiados com os ensinamentos desses mestres ditos espirituais. As religiões deveriam se unir e praticar o que propõem seus livros ditos sagrados: o amor. As guerras religiosas não têm legitimidade para mais existir, pois quem pratica o amor, não mata o seu irmão, ou deseja vingar-se dele. Quem ama perdoa, quem ama escuta, quem ama compreende e jamais empunha armas contra quem quer que seja.
   Neste momento grave para a civilização, com os rumores de colapso na economia e de guerra, o homem deve relembrar a regra de ouro na vida ensinada no Velho Testamento: “Não matarás” (Êxodo, 20:13; Deuteronômio, 5:17); e numa das mais importantes passagens do Novo Testamento, no Sermão da Montanha, Jesus Cristo disse: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás” (Mateus, 5:21). O homem beligerante na modernidade está doente e vive em conflito consigo e deseja destruir-se e ao próximo, ora por meio das drogas, ora alistando-se para os combates insanos das guerras, porém, precisa é ouvir as augustas palavras de esperança sugeridas por Jesus Cristo e que dois milênios de existência não foram capazes de apagar: “Amar ao próximo como a si mesmo” – este é o caminho para a salvação.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista e espírita

Planeta extremo - artigo - Diário do Nordeste



Do mais alto local, Tibete, 4.500 metros acima do nível do mar, até o mais baixo, Mar Morto, em Israel, 400 metros, há extremos interessantes de se estudar. A cultura regional varia em cada plaga e o mundo dividiu-se em Oriental e Ocidental, mostrando dois extremos culturais e cada qual reivindicando maior sabedoria e melhor qualidade de vida. As culturas dos países do Oriente e do Ocidente foram, na sua maior parte, construída por empréstimo de outras regiões, pois os viajantes levavam os costumes de locais para o resto do planeta. O estilo dos relacionamentos afetivos muda radicalmente entre culturas, pois, num país de cultura muçulmana, por exemplo, permite-se a poligamia, coisa que seria "reprovada" num cristão. No hinduísmo, na Índia, muitas mulheres se suicidavam, quando o marido morria, acreditando continuar o relacionamento no pós-morte. Os hábitos de higiene e de alimentação também chamam a atenção em algumas culturas, pois até nisto as religiões dão o seu pitaco e influenciam a sociedade. Há nos extremos, pessoas impressionantemente frias e insensíveis, enquanto outras, hipersensíveis, mas não estão concentradas num ou noutro extremo do planeta. As pessoas excessivamente frias não sofrem tanto quando as hipersensíveis, pois parecem conseguir sublimar o sofrimento - não esboçam emoções, talvez para se proteger da reação. Já as hipersensíveis, sofrem além da conta, pois qualquer coisa dita lhes atinge, ou é interpretada em seu desfavor. Ao contrário da frieza, a hipersensibilidade é algo bom, mas vivemos num mundo frio e de competições em que todos lutam para serem ou parecerem os melhores, daí o afeto estar desaparecendo e os relacionamentos afetivos cada vez mais raros. As relações interpessoais estão trilhando para caminho preocupante, pois há nítida desconfiança mútua, inclusive, as pessoas agem no seu cotidiano, como se estivessem "prestando contas" de seus atos sem que haja necessidade. O sorriso no rosto vem sendo usado como uma "máscara" para mostrar exatamente o sentimento contrário vivenciada pelo sujeito - isto nada tem a ver com bipolaridade.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sábado, 13 de agosto de 2011

A mentira de Nuremberg - artigo - Diário do Nordeste


O Tribunal Militar de Nuremberg foi criado em 8 de agosto de 1945 - curiosamente dois dias após as bombas atômicas americanas terem arrasado Hiroshima e Nagasaki, no Japão, e posto fim à II Guerra - pelos EUA, Inglaterra, União Soviética e França para julgar os seus inimigos da guerra - os nazistas e os seus ex-aliados: os traidores. O Tribunal se notabilizou por ser de vingança e de exceção, ou seja, não havia leis que autorizassem tais julgamentos dos supostos crimes de guerra ali processados. O juiz americano, Justice Wenersturm, convocado para presidir um dos tribunais, em Nuremberg, na Alemanha, não concordou com o modelo adotado nos julgamentos e renunciou a essa missão. Wenersturm, antes de seu embarque retornando para os EUA, deu uma entrevista ao jornal Chicago Tribune, condicionando a publicação da matéria a sua chegada em segurança em solo americano; revelou que os tribunais de Nuremberg não faziam justiça, mas sim, vingança e não tinha sentido os vencedores da guerra julgarem os seus inimigos. Bastar-se-ia somente um judeu ser assassinado para merecer repúdio imediato de toda a civilização, mas esse insistente número de 6 milhões de judeus mortos, está muito longe da realidade, pois não há prova alguma dessa estatística. No julgamento do general Taylor, o promotor público perguntou-lhe onde ele teria arranjado esse número de 6 milhões de judeus assassinados nos campos de concentração e o Taylor simplesmente disse que foi baseado na confissão, sob tortura, do general Ohllendorf, da polícia nazista (SS). Daí em diante, virou "verdade" esse espantoso número e a imprensa internacional embarcou num erro histórico sem precedente, causando comoção e medo na civilização de tocar no assunto; e leis contra o "racismo" foram proclamadas em quase todo o planeta para intimidar quem tentasse trazer a verdade à tona. O gigante escritor italiano judeu, Primo Levi, que foi prisioneiro no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau e sobreviveu ao Holocausto, dizia que o vencedor é o dono da verdade, portanto, pode manipulá-la como queira.


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

sábado, 6 de agosto de 2011

Perversão humana - artigo - Diário do Nordeste

Numa carta datada de 9 de abril de 1935, em resposta a uma mãe aflita por ter descoberto que seu filho era gay, Freud escreveu: "Minha senhora, não sei por que não me disse que seu filho é homossexual. Saiba que o homossexualismo não chega a ser alguma vantagem, mas também não é nenhuma doença. Trata-se de uma falha no desenvolvimento sexual do indivíduo (...)". Até o ano de 1974, a Associação Americana de Psiquiatria - APA -, manteve o homossexualismo - masculino e feminino - como uma doença mental, mas esse conceito foi abolido; e em 1987, o termo "perversão" foi substituído por "parafilia" e os homossexuais e as lésbicas ficaram livre do rótulo de perversos sexuais. A pedofilia acontece desde a Antiguidade, mas vem ganhando destaque na mídia, devido à posição social dos pedófilos pilhados, quase sempre, até então, acima de qualquer suspeita. O pedófilo, na sua maioria, pode ter sido molestado na sua infância, o que não atenua o crime, mas foi por conta da contradição, que Freud, em 21 de setembro de 1897, numa carta ao amigo Fliess, explica o abandono da teoria da sedução, pois descobriu que as mulheres inventavam, sem mentir, seduções na infância, daí tê-la transformado em teoria da fantasia - ou seja, a pedofilia é uma perversão sexual, mas é preciso cautela e equilíbrio na apuração desse hediondo crime. Ao lado da perversão da pedofilia, aparece a triste figura do terrorista que, antes de tudo, é um suicida em potencial e quer vincular o ato extremo do terror a uma causa religiosa e/ou política, mas no fundo de sua alma, há um sofrimento existencial profundo e somente a loucura explica tamanha perversão. A pedofilia e o terrorismo são perversões, mas surgiu o alienador parental que, quase sempre, é a mulher, pois fica mais tempo com o rebento após a separação; e usa o filho como escudo para se vingar do ex-companheiro afastando-o, hostilizando-o e impedindo assim a plenitude do amor filial. É um ato perverso e desumano alienar parentalmente uma criança indefesa e inofensiva - nem os animais irracionais são capazes de tamanha crueldade com os seus filhotes.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista