Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

terça-feira, 26 de junho de 2012

De olho na China - artigo - Observatório da imprensa



   Já se sabe que a China envia a diversos países milhares de professores para ensinar o mandarim, mas recentemente a mídia internacional revelou que os chineses enviarão também outros tantos de agrônomos para auxiliar na produção de alimentos usando o exitoso método chinês. Mas como não existe almoço de graça no capitalismo, tampouco caridade no comunismo, o tema merece uma análise imparcial. A China comunista tem uma história assustadora de dominação e de assassinatos – números conservadores apontam para 60 milhões de mortos pelos comunistas chineses – e muitos dos óbitos tiveram como causa justamente a fome, o que os chineses agora, de forma subliminar, em tese, querem acabar no mundo. Durante o Grande Salto Adiante, 1959-61, no Laogai, gulag maoísta, 20 milhões de chineses morreram de fome e é tida como a maior fome programada da história da civilização. Daí ser muito estranha essa investida “benevolente” da China em compartilhar seus métodos de produção de alimentos...
   A China vive hoje um crescimento econômico maior do que sua capacidade de produção, uma vez que a questão precária da energia, obtida principalmente por meio do carvão e que é altamente poluidor do meio ambiente, e a escassez de água será um desafio nos próximos anos, mas parece que os comunistas não estão nem aí para a saúde dos 1,3 bilhão de chineses – 80% da população chinesa é composta de humildes camponeses.
   Outra questão crucial na China é a comunicação, pois lá se falam próximo de 5 mil dialetos, centenas de patoás e o mandarim oficial, com os seus 10 mil caracteres, é por demais complexo. Daí sugerir que os chineses são manipulados sem que haja como reagir. A cultura milenar chinesa foi destruída por       Mao Tse-tung ainda em 1949, quando fundou a República Popular da China. Em 1950, por ocasião da invasão ao Tibete, um milhão e duzentos mil inocentes e inofensivos tibetanos foram assassinados e a explicação da Revolução Cultural maoísta era a de que estavam libertando o Tibete dos tibetanos – quem quiser que tente entender.
   Mao Tse-tung era marxista-lenista e implantou a censura plena e o controle total da população por meio da produção e distribuição de alimentos e do racionamento das reservas de água potável.
   Num país hermético, como a China, onde falar a verdade dá pena de morte, é prudente e sábio arregalar os olhos para essa investida “benevolente” dos híbridos chineses comunistas, pois, como diziam os próprios idealizadores do comunismo, no caso, Hegel e Marx, a história sempre se repete: na primeira vez acontece como tragédia, na segunda, como farsa...

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



terça-feira, 19 de junho de 2012

O fenômeno da rede Al-Jazira - artigo - Observatório da imprensa


Iniciadas suas transmissões via satélite em 1º de novembro de 1996, no Catar, a rede de televisão Al-Jazira tornou-se em pouco tempo um fenômeno de audiência no mundo árabe, pois apresenta conteúdo diverso, fugindo assim dos temas religiosos, anúncios e notícias previamente enviadas e controladas pelos órgãos governamentais. Concorrendo com outras duas emissoras de canais abertos arábicos que fazem diariamente a leitura do Corão – livro sagrado dos muçulmanos – e que também produzem e retransmitem programas de esportes e documentários, que são denominadas de Ghasab 1 e Ghasab 2. O fato é que com o fenômeno da Al-Jazira a cultura árabe modificou-se e até a arquitetura apresenta novidade, pois as casas passaram a ter nos telhados antenas para captar os sinais de satélite.
A Al-Jazira penetrou no impermeável controle que os governos árabes impunham aos meios de comunicação e a BBC de Londres, que era até então fonte dos governos árabes, visto a sua suposta independência, bem como a Rádio Monte Carlo, ambas foram desbancadas, pois os árabes agora têm o seu canal televisivo e de notícias independente captado por satélite em todo o planeta.
A Al-Jazira é a porta-voz das questões árabes no mundo e fonte para a grande mídia que se atreve a publicar as verdades do mundo com independência e sem manipulação. Não é fácil mudar a cultura de um povo, especialmente a de lá, em que a religião se sobrepõe aos governantes e há nítido puritanismo e machismo na sociedade e o conteúdo da mídia é de difícil acesso e controlado, como se vê no Relatório Árabe de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento de 2003, no qual o mundo árabe tem a pior classificação entre as sete regiões do mundo, com apenas 7% da população tendo acesso à internet – 60% das mulheres, segundo o Relatório, são analfabetas nos 22 países da Liga Árabe.
A sociedade árabe é patrilinear e o sangue, a honra, a família e a religião são sagrados naquela plaga, daí o grande mérito da Al-Jazira, pois introduziu na sua grade de programação notícias gerais, com espaço infantil e feminino, sem falar no destaque para as paixões dos árabes: a criação de cavalos e as competições de falcões.
O mundo árabe é resistente à modernidade e demorou a aceitar a globalização, mas os tempos são outros e hoje, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, é possível encontrar itens de consumo que ainda não foram lançados na Europa e nos EUA, sugerindo que está em andamento uma mudança cultural arábica e que a Rede Al-Jazira contribui para divulgá-la para o resto do mundo.

 
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



sábado, 16 de junho de 2012

Racismo explicado - artigo - Diário do Nordeste


Os estudos dos fósseis com crânios humanos começaram em 1800, em Engis, na Bélgica, depois no vale de Neander, na Alemanha, daí o nome do antiquíssimo primata: "Homem de Neanderthal", e forneceram elementos para o estudo da espécie humana. O debate sobre raça percorreu os séculos XVIII e XIX e, após breve parada, durante a Segunda Guerra, voltou à tona com novos estudos genéticos e antropológicos. Registrou-se, ainda em 1900, 29 raças; em 1937, 38; porém, no fim do século XX contava-se quase 200 raças humanas catalogadas, mas as teorias poligenéticas não se sustentaram, pois há somente uma espécie humana, daí sugerir que raça é uma criação do homem e não um elemento biológico - no século XV, em provençal, a palavra raça designava a escória da população. Há interesses políticos dominatórios obscuros para segregar a civilização em raças, exemplo: a escravidão, mas não há base cientifica para o naufragado discurso racial e eventuais diferenças são somente culturais. Em 1848, o filólogo Ernest Renan forjou o termo antissemitismo transformando-o numa questão racial, mas em 1855, publicou livro em que diz apoiar as teses de Darwin que, curiosamente, contradizem as suas - Darwin dizia existir três tipos de raças - A origem das espécies, de Darwin, seria publicado em 1859. Foi preciso esperar até 1932 para a palavra "racismo" aparecer nos dicionários europeus e, em 1948, na África do Sul, tornou-se Apartheid - o nome oficial dos negros na África do Sul é bantu. O anacrônico conceito de raça foi oficialmente abandonado pela Unesco em 1950 e depois pela comunidade científica que substituiu, com eufemismo, por etnia. Os avanços da ciência na descoberta do DNA, em 1953, e após a proclamação do projeto do Genoma Humano, em 2000, ganhou força a hipótese de que existe somente uma espécie humana e não há mais razão para cultuar a existência de raças entre os humanos. Em 1975, por iniciativa dos países árabes, africanos e do bloco soviético, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou uma resolução comparando o sionismo a uma forma de racismo por conta dos conflitos no Oriente Médio tidos então como raciais, porém, foi anulada em 1991. O conceito de raça, povo, paz, liberdade e igualdade varia culturalmente, mas há somente uma espécie humana...



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

terça-feira, 12 de junho de 2012

Em quem acreditar? - artigo - Observatório da imprensa


   Em 4 de junho comemorou-se o 23º aniversário do massacre na Praça da Paz Celestial, na China. As estimativas dos números das mortes civis na repressão do governo comunista chinês aos protestos dos estudantes na ocasião variaram entre 400 a 800 vítimas, segundo publicou na época o jornal americano The New York Times, mas segundo a Cruz Vermelha chinesa o número chegou a quase três mil.Porém, para os estudantes sobreviventes organizadores do protesto, os números se aproximam de quase dez mil vítimas.
   No dia 4 de fevereiro de 1946, Die Zeitung, órgão semioficial das forças aliadas, publicou matéria dizendo que o número de judeus mortos na II Guerra no denominado Holocausto era de 5.012.000, mas na edição de 1º de maio do mesmo ano o New York Times, da família judaica Ochs, publicou que o número era na verdade de seis milhões de vítimas.
   Seis anos depois, no dia 11 de maio de 1952, o professor judeu Listojewski declarou à revista The Broom, de San Diego, na Califórnia, nos EUA, sem que haja até hoje contestação, que “como estatístico, tenho me esforçado durante dois anos e meio em averiguar o número de judeus que pereceram durante a época de Hitler. A cifra oscila entre 350.000 e 500.000. Se nós, os judeus, afirmamos que foram 6.000.000, isto é uma infame mentira”.
   O professor judeu Norman G. Finkelstein, da Universidade de Nova York, no seu livro A indústria do Holocausto, editora brasileira Record, 6ª edição, ano 2010, na pág. 135, diz: “(...) O total de 6 milhões [de judeus mortos] não só fica mais insustentável, como os números da indústria do Holocausto se aproximam dos daqueles que negam o Holocausto. Levemos em consideração que o líder nazista Heinrich Himmler avaliou a população total dos campos, em janeiro de 1945, em menos de 700.000 e que, segundo Friedlander, cerca de um terço [233 mil] desse número foi eliminado por volta do mês de maio.”
   Há interesses inconfessáveis em aumentar ou diminuir números de mortos em tragédias que causam comoção social, mas os motivos para tanto podem ser diversos. Porém deve-se registrar que a imprensa sempre se açoda para divulgar um número que, depois de proclamado, quase nunca deseja resgatar a verdade. No caso do massacre na Praça da Paz Celestial, na China, a questão da censura chinesa pode ter induzido ao erro o New York Times na divulgação do total de número de vítimas, mas no da II Guerra parece que prevaleceu a regra fundamental dos historiadores: a história é escrita pelos vencedores...


 
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



domingo, 3 de junho de 2012

América maçônica - artigo - Diário do Nordeste

A liberdade e a igualdade são direitos universais do homem e o discurso em defesa desses sacrossantos princípios é sedutor e não encontra resistência, daí o sucesso da Revolução Americana e da Francesa, mas o leitor tem o direito de saber a verdade por trás desse desejo de libertar e igualar os povos. A Revolução Americana - 1775-83 - lutava pela independência e foi a franco-maçonaria que arquitetou e executou o plano de construir o império que são hoje os EUA. A batalha armada tinha estratégias militares e esotéricas, pois as casas dos maçons tornaram-se abrigos para os demais, inclusive, eles identificavam as residências pelos símbolos maçônicos que, quando descobertos, eram trocados. Em 1787, na Filadélfia, foi elaborada uma nova Constituição substituindo a de 1781 - Artigos da Confederação - proclamada após a independência americana, mas os elementos para a nova carta magna foram extraídos de vários artigos publicados na imprensa de Nova Iorque, em 1788, dos articulistas federalistas: Alexander Hamilton (1755-1804), James Madison (1751- 1836) e John Jay (1745-1829), mas, curiosamente, os ditos artigos eram assinados por um tal de "Publius". Somente após a morte de Hamilton descobriu-se o "segredo" da autoria, pois Hamilton deixou documento reivindicando 63 dos 85 artigos publicados. Porém, a polêmica não terminou por aí, pois Madison reivindicou também a autoria de alguns artigos que Hamilton alegou ter escrito, mas o fato é que essa questão nunca foi analisada dessa forma: como se planejou a revolução, quem são os destinatários da liberdade e da igualdade e a fraude na autoria dos artigos que ensejaram a Constituição Americana...
Não foi por acaso que, em 30 de abril de 1789, o maçom e general George Washington, tornou-se o primeiro presidente dos EUA, inclusive, a cidade de Washington DC, sede da Casa Branca e da Maçonaria, tem na sua planta, em monumentos urbanos e na cédula de um dólar vários símbolos maçônicos...
Toda eleição americana a maçonaria tem articulação de bastidores, pois nenhum presidente sobrevive politicamente sem as bênçãos maçônicas... Que nenhum cientista político e/ou constitucionalista se sinta ofendido, mas todos os livros de Ciência Política e de Direito Constitucional precisam ser revisados urgentemente...



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista