Meu novo livro: Novas abordagens

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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Colóquio analítico - Artigo - Diário do Nordeste


Idéias

Colóquio analítico

É numa carta datada de 30 de maio de 1893 para Wilhelm Fliess, em que disserta sobre as seduções de adultos com crianças, Sigmund Freud, denomina essa questão de “Teoria da sedução”, o que se conhece hoje por pedofilia. Noutra carta, agora em 21 de setembro de 1897, Freud justifica o seu abandono à “Teoria da sedução”, pois diz ser impossível aceitar como verdadeira todas as declarações dos pacientes de que foram molestados na infância por algum adulto e passa a tratar essa questão como a “Teoria da fantasia”. Tema antigo, problema atual, a pedofilia ganha dimensão por conta da divulgação pela mídia, mas a mesma sempre existiu e na historiografia são sempre os homens os pedófilos, ou seja, quase não há mulheres pedófilas. Ganha força a hipótese de que o pedófilo tenha sido molestado na infância e queira inconscientemente se “vingar”.A psicanálise tem compromisso inarredável com a verdade e fala sobre tudo e Freud foi um gênio solitário e injustiçado, inclusive por alguns de seus seguidores. Não consigo imaginar a humanidade sem o conhecimento psicanalítico amealhado até aqui, pois perdê-lo ou desprezá-lo, será retrocesso irreparável. A psicanálise caminhava para ser privativa dos médicos, pois os mesmo queriam fazê-la uma “reserva de mercado”, Freud, mais uma vez mostrando seu altruísmo e compromisso com a humanidade, publicou o texto em meados de julho de 1926, “A questão da análise leiga”, onde defende a prática da psicanálise por não médico.As reveladoras correspondências que se encontram nos “Arquivos Freud”, no Congresso Nacional dos Estados Unidos, que Freud recebeu e escreveu, trazem à tona questões que estavam obscuras sobre a vida e a obra desse gênio. Descobriu-se, depois de confiar-lhe parte da biografia de Freud, que o biografo Jeffrey M. Masson, era na verdade antifreudiano, daí haver manipulação na historiografia do mestre. Freud disse em carta para Einstein, que lhe perguntou: “Por que a guerra?”, que a mesma é inevitável e que faz parte do processo de transformação da civilização.
LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO - Psicanalista