Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Haverá paz na Palestina um dia? - artigo - OPOVO


   O mundo assiste em silêncio a mais uma tentativa de acordo de paz entre israelenses e palestinos. Desde a destruição de Jerusalém no ano 70 desta era, a Judeia passou a ser chamada de Palestina, ou “país dos filisteus”, pois o Império Romano queria “desjudeizar” aquela região. Os conflitos entre judeus, árabes e palestinos muçulmanos intensificaram-se desde então, porém, os judeus sionistas nunca desistiram de ocupar a Palestina, pois, segundo a crença judaica, Deus teria prometido aquelas terras ao povo judeu.
   Na Resolução da Organização das Nações Unidas nº 181, de 29 de novembro de 1947, Israel deveria ocupar 51% da Palestina, mas já na guerra de tomada de posse, em 1948-49, ocupou 78%, expropriando as terras de 700 mil palestinos. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental, as Colinas do Golan, na Síria, e o Monte Sinai, no Egito. O Conselho de Segurança da ONU, por unanimidade, determinou, na Resolução nº 242, de 22 de novembro de 1967, que Israel devolvesse as terras ocupadas que representam aproximadamente 20% — ou seja, Israel ocupa quase toda a Palestina.
   A doutrina que levou a criação do Estado de Israel em 1947, o sionismo, diz que os judeus somente estariam seguros em um Estado próprio, mas dos 14 milhões de judeus no mundo, apenas 5.640.000 residem em Israel e considerável parcela de judeus é contrária à manutenção de Israel, pois dizem que o sionismo aumentou o antissemitismo e quebrou o juramento que fizeram por ocasião da derrubada de Jerusalém no ano 70 de que somente retornariam a Israel com a chegada do Messias judaico.
   Após as tentativas infrutíferas de acordo de paz de Oslo I e II, Camp David, Taba e Mapa da Estrada, o mundo torce por uma solução pacífica e definitiva para a questão palestina, até porque a ONU já deliberou sobre a matéria que precisa agora apenas de efetividade...

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 7 de setembro de 2013

A religião na Rússia - artigo - Jornal OPOVO


   O xamanismo surgiu na Sibéria, na Rússia, há 40 mil anos e é tido como a tradição religiosa mais antiga, mas a cultura religiosa milenar russa passou por diversas transformações, porém foi no rompimento da Igreja Ortodoxa russa com Roma, no século XI, que muita coisa mudou — os católicos apostólicos romanos ficam de joelhos quando rezam; já os católicos ortodoxos russos, em pé. Outra mudança religiosa cultural de grande impacto na Rússia se deu na Revolução Outubro de 1917, liderada por Lênin do partido comunista, que tinha na sua doutrina o desejo de destruir a religião na Rússia.
   A Igreja Ortodoxa na Rússia imperial era a religião oficial dos monarcas (czares, em russo) de 1546 a 1917, mas com o novo regime comunista, foi decretado por Lênin, em 5 de fevereiro de 1918, a separação da Igreja do Estado. Lênin elegeu a Igreja Ortodoxa como inimiga do Estado comunista e organizou “carnavais antirreligiosos” durante as comemorações religiosas para inviabilizar os eventos. Em 26 de fevereiro de 1922, Lênin publicou um decreto governamental ordenando o confisco imediato de todos os objetos preciosos existentes nas igrejas russas, especialmente o ouro, a prata e as pedras preciosas. Neste mesmo ano, 2.691 padres, 1.962 monges e 3.447 freiras foram barbaramente assassinados pelos comunistas. Os principais líderes soviéticos da revolução comunista eram judeus — Lênin, Trotski, Zinoviev, Kamenev, Rykov, Radek e outros tantos — e a população contrária ao comunismo gritava palavras de ordem nos protestos: ”Fora os judeus! Fora o Comunismo!”, inclusive não há registros de destruição de sinagogas na Rússia neste período.
   Vários recursos foram utilizados pelos comunistas para “converterem” os cristãos ortodoxos ao ateísmo, conforme prega o comunismo, inclusive com a privação da comida, água, prisão nos campos de concentração (gulag, em russo) e, na persistência, o paredão de fuzilamento. A tardia encíclica papal do papa Pio XI, datada de 19 de março de 1937, condenando o comunismo, não conseguiu evitar os 20 milhões de assassinatos na Rússia pelos comunistas, muitos deles por resistência à mudança cultural religiosa.
   A constituição atual da Rússia diz que o país é laico, ou seja, todas as crenças religiosas deveriam ser respeitadas, mas uma lei de 26 de setembro de 1997, estabelece e reconhece que a Igreja Ortodoxa, o Budismo, o Islamismo e o Judaísmo são religiões tradicionais russas, o que inviabiliza a proliferação de novas religiões e cultos religiosos.

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista e autor do livro Novas abordagens.


sábado, 17 de agosto de 2013

O mundo em silêncio sobre a questão palestina - artigo - Diário do Poder

   Palestinos e israelenses voltam a se reunir para tentar um acordo de paz e as partes foram orientadas a não revelar os passos das negociações. A questão palestina é pouco debatida e compreendida pela opiniao pública, talvez isto justifique o silêncio em torno de tema de tamanha importância global. Na resolução da Organização das Nações Unidas nº 181, de 1947, Israel deveria ocupar 51% da Palestina, mas já na guerra de tomada de posse, em 1948-49, ocupou 78% expropriando as terras de 700 mil palestinos. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, em Jerusalém Oriental, as Colinas do Golan, na Síria, e o Monte Sinai, no Egito. O Conselho de Segurança da ONU, por unanimidade, determinou, na Resolução nº 242, de 22 de novembro de 1967, que Israel devolvesse as terras ocupadas que representam aproximadamente 20% — ou seja, Israel ocupa quase toda a Palestina. Não há dúvida de que Israel ocupa ilegalmente terras na Palestina e que descumpre as resoluções jurídicas da ONU.
   O professor catedrático judeu de História da Universidade de Montreal, no Canadá, Yakov M. Rabkin, no seu livro, “Judeus contra judeus — a história da oposição judaica ao sionismo”, revela algo surpreendente: a maioria dos rabinos e judeus tradicionais é contrária ao sionismo e à manutenção do Estado de Israel, pois vai contra o ensinamento originário do Judaísmo e é uma desobediência aos “Três Juramentos” feitos pelo povo judeu por ocasião da derrubada do segundo templo de Jerusalém no ano de 70 d.C. — 1º, Israel não suba os muros; 2º, Deus fez Israel jurar que não se rebelaria contra as nações do mundo; e o 3º, Deus fez os idólatras jurarem que não oprimiriam Israel em demasia.
   O sionismo prega que os judeus somente estariam seguros se tivessem um Estado próprio — esse tema versa sobre a busca da paz no Oriente Médio, mas diz respeito a toda a civilização...



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Em nome do progresso - artigo - OPOVO


   É legítimo o movimento “Ocupe o Cocó” que tenta impedir mais uma devastação nas já escassas áreas verdes do município de Fortaleza e logo no coração da Aldeota — a elite parece não se importar com a natureza. A sociedade civil vem se mobilizando para tentar proteger o meio ambiente da sede desesperada de obras em nome do progresso para receber eventos internacionais de grande porte, tais como a Copa do Mundo.
   Porém, não há preocupação alguma dos governantes com a preservação ambiental e quem deveria proteger a sociedade e a cidade, no caso, a Justiça, acabou foi dando as costas e “lavando as mãos”, pois o presidente do egrégio Tribunal de Justiça, Luiz Gerardo Brígido, cassou na velocidade de uma motosserra a liminar que impediria a tragédia ambiental anunciada e ainda destacou na decisão: “os significativos benefícios que os viadutos trarão à população...”
   Um fato que passa despercebido neste debate é a questão dos recursos que financiarão essas suntuosas construções, pois a maioria dessas obras é fruto de empréstimos contraídos junto a banqueiros internacionais e a juros e condições nunca revelados, o que sugere que aumentará o endividamento do Município e do Estado, além de devastar a natureza. Sem falar que professores de arquitetura e urbanismo já disseram que há soluções alternativas para a questão do trânsito e da mobilidade urbana sem que seja necessário agredir a área de preservação ambiental que é o Parque do Cocó.
   É dito que o Estado fará desapropriações em 22 comunidades na capital para viabilizar a construção dos trilhos do VLT — metrô que parece mais um trem — sem levar em conta a cultura daquelas centenas de humildes famílias que terão que reiniciar à força seus laços de vizinhanças. Esse “progresso” que agride a natureza aumenta a dívida pública e desloca os mais humildes, não interessa a nossa cidade...

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

quarta-feira, 31 de julho de 2013

É a sociedade que alimenta a violência de que tanto reclama - artigo - Diário do Poder (diariodopoder.com.br)

   Os violentos atos de vandalismo nos protestos pelo Brasil afora mostram o desejo de alguns de extravasar suas pulsões reprimidas de agressão, mas alguns estão ali manipulados por “grupos de pressão” ainda não identificados que têm teleologia desconhecida. A violência dá prazer em quem a pratica, pois ninguém faz nada sem sentir prazer, salvo sob coação. A “glorificação” das lutas do UFC/MMA na televisão é a prova cabal de que alguns dos nossos telespectadores são masoquistas, pois assistir à pancadaria e ao sangue derramando pode estar dando prazer neles. Curiosamente as salas dos cinemas lotam quando os filmes são de ação — eufemismo para violência descomedida —, revelando cinéfilos ávidos por violência, mas que reclamam sem parar da violência no cotidiano das cidades.
   A descoberta das pulsões por Sigmund Freud (1856-1939) — traduzida erroneamente do alemão “Trieb” para “instinto” pela escola inglesa e somente depois descoberto o erro —, ajuda a entender várias situações de violência do cotidiano individual e coletivo, exemplo: a violência no futebol. Há uma explicação psicanalítica para a batalha no futebol antes, durante e depois das partidas, pois na linguagem bélica utilizada nesse esporte vê-se a pulsão de agressão e a de dominação, pois há nos times o “capitão”, o “artilheiro”, jogadas são “armadas”, há também a “morte súbita”, o “mata-mata”, o “mando de campo”, as “barreiras”, o “domínio” da bola, o “tiro de meta”, a “defesa e o ataque”, as “estratégias e táticas”, a “bomba” para designar um chute forte e os “gritos de guerra” das torcidas e dos jogadores.
   Sem saber, talvez, a sociedade alimenta a violência de que tanto reclama e chora sem parar quando atinge algum de seus entes queridos. A violência cotidiana é uma questão cultural, mas não há evidências de que haja o desejo coletivo de exterminá-la por completo...


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 20 de julho de 2013

A culpa é da religião? - artigo - Jornal OPOVO


   A religião tem sido apontada como responsável pelo aparecimento do “sentimento de culpa” no sujeito, mas essa questão parece ser anterior aos rituais religiosos. A maioria das pessoas está “presa” ao passado, remoendo situações que não poderão mais ser modificadas e se sentindo “culpadas” por algum ato que em certo momento julgou ser “errado” ou “imoral”.
   A culpa, na maioria das vezes, não tem uma lógica, pois há queixas de sentimento de culpa que nada têm a ver com o sujeito. O historiador grego Heródoto (485-420 a.C) relata um ritual antiquíssimo de autoflagelo conhecido como “A festa de Ísis em Busíris”, em que grande número de pessoas se açoitava a si mesmo, como existe ainda hoje em alguns países esse ritual da lapidação ou do autoflagelo que, supostamente, libertaria as pessoas da culpa e do pecado.
   No ano de 590 d.C., o papa Gregório, o Grande, transformou oito tentações nos famosos sete pecados capitais, mas na verdade não são pecados, mas, sim, vícios e representados na figura alegórica do diabo, exemplo: avareza (Mammon); ira (Satã); inveja (Leviatã); gula (Belzebu); luxúria (Asmodeu); orgulho (Lúcifer); preguiça (Belfegor), pois a intenção da Igreja era tornar excessos em pecados, mas acabou enchendo a mente humana de sentimento de culpa.
   O psiquiatra suíço Eugen Bleur (1857-1939) forjou o termo esquizofrenia e nas suas pesquisas afirmou que o sentimento de culpa era anterior ao berço, sugerindo que a religião poderia somente aumentá-lo, já que não era a causa.
   Michel Foucault (1926-1984), no seu livro História da loucura, cita um caso clássico de um melancólico atormentado pelo sentimento de culpa e a encenação bíblica é recorrida para salvá-lo do seu sofrimento: “(...) Lusitanus narra assim a cura de um melancólico que acreditava danado, desde sua vida terrestre, por causa da enormidade dos pecados que tinha cometido. Na impossibilidade de convencê-lo através de argumentos razoáveis, segundo os quais ele poderia salvar-se, aceita seu delírio, e faz com que apareça um anjo vestido de branco, espada na mão, que, após severa exortação, anuncia-lhe que seus pecados foram redimidos”.
   A questão da culpa foi inserida na cultura por motivos desconhecidos, mas é apenas uma questão cultural, pois, em alguns casos, o que pode ser considerado repreensivo e imoral numa, noutra pode não ser. Não encontrei, até o presente momento, qualquer utilidade para o sentimento de culpa, pois a sua existência é desnecessária, evitável e curável...

 

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista e autor do livro Psicanálise para todos.



segunda-feira, 24 de junho de 2013

O pós "Fortaleza Apavorada" - artigo - Jornal OPOVO


Se foram 2,3 ou 10 mil participantes do movimento “Fortaleza Apavorada”, conforme especula-se, não importa, o fato é que o governador Cid Gomes certificou-se de que a sociedade civil não é anencefálica, como parecia imaginar. Demorou para a sociedade civil alencarina acordar para a grave questão da violência urbana, mas, como diz o provérbio, “antes tarde do que nunca”.
   A manifestação foi pacífica, ordeira e contou com participantes de todas as classes sociais e econômicas, inclusive autoridades, o que sugere que há uma conscientização hoje em relação ao problema da insegurança pública, que mexe com todos e uma eventual solução passa pela mobilização da sociedade civil organizada.
   Dias antes da manifestação, o Governo do Estado publicou “nota oficial”, em que dizia ter informações de que uma suposta milícia na Polícia Militar estaria planejando se infiltrar na manifestação e promover no dia atos de violência, causando “comoção” junto à opinião pública. A tal “nota” alertava ainda para não levar crianças no dia da manifestação, sugerindo não ser mera hipótese uma eventual ação da milícia militar.
   Restou provado que a “nota oficial” não passou de uma bravata governamental ingênua para desarticular o movimento “Fortaleza Apavorada”, pois não foi registrado um só incidente naquele dia, o que sugere que o governo não tem uma resposta para a solução diante da escalada da violência urbana e usou o artifício do “medo” via “nota oficial” para inviabilizar a manifestação.
   A grande questão é: em que resultará o protesto? Quais as próximas ações da sociedade civil? Esperaremos mais quantos homicídios e assaltos para nova manifestação? Houve época, em locais na Itália, no pós “Operação Mãos Limpas” que desarticulou a máfia, que quando alguma residência era assaltada a população saía às ruas e somente retornava aos lares após a captura dos marginais.


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado, psicanalista e autor do livro Violência: causas, consequências e soluções

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A verdade sobre Hitler - artigo - Conexão Nova Era




   No dia 24 de março de 1933, o jornal britânico Daily Express deu em manchete de primeira página, “Judeia declara guerra à Alemanha”. A História é escrita pelos vencedores e os judeus e os aliados venceram a Segunda Guerra Mundial e não há evidência de que tenha ocorrido o suposto Holocausto com 6 milhões de judeus mortos, pois o número de judeus mortos não passou de 75 mil e por diversas causas: enfrentamentos, suicídios, epidemia de tifo, fome e execuções. Os judeus sérios negam o Holocausto, pois é ingenuidade acreditar que 6 milhões de judeus foram assassinados por Hitler, além do mais, não há um só documento assinado por Hitler mandando assassinar judeus, ou seja, Hitler é um mito criado pela “Indústria do Holocausto” para legitimar a criação do Estado de Israel e cobrar indenizações bilionárias de bancos, empresas e governos. Outro mito criado pelos sionistas e os EUA foi o do Osama bin Laden, pois quem acredita que um sujeito morando no Afeganistão, doente, andando apenas num jumentinho, portando um fuzil soviético obsoleto, seria o maior terrorista do mundo?
   O estopim para a ascensão do Nazismo de Hitler e supostamente o motivo principal da Segunda Guerra, o polêmico Tratado de Versalhes, foi assinado na Galeria dos Espelhos do Castelo de Versalhes, na França, em 28 de junho de 1919, num simbolismo de vingança, pois 48 anos antes, naquele mesmo local, havia sido proclamado o Império Alemão. O Tratado de Versalhes foi para pôr fim à Primeira Guerra e assim os países selarem a paz mundial. A Alemanha foi condenada a pagar 132 bilhões de marcos-ouro, mas somente depositaria próximos de 23 bilhões, inclusive, o pagamento era para ser parcelado em 59 anos — até 1988 —, e foi na Conferência de Lausanne, em junho/julho de 1932, que a Alemanha alegou colapso econômico e não mais pagou a dívida.
   O território alemão foi reduzido e o povo alemão comeu “o pão que o diabo amassou” com crises econômicas e hiperinflação por conta das altas parcelas da dívida contraída involuntariamente no tal Tratado. De tão escandaloso, arbitrário e impraticável, o Senado Americano não corroborou o Tratado de Versalhes e os valores da condenação acabaram levando a Alemanha à derrocada, pois, além de destruída, tinha que pagar dívida impagável. O sociólogo alemão Max Weber usou o seu prestígio e credibilidade intelectual para sugerir que foi a Rússia, e não a Alemanha, a provocadora da Primeira Guerra Mundial, inclusive fundou em fevereiro de 1919, a “Associação para uma Política do Direito” para que o estudo das origens do conflito fosse proclamado para a opinião pública.



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 8 de junho de 2013

Maomé e o Islamismo - artigo - Jornal OPOVO



   Muito do que consta no livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão, foi fruto de “empréstimo cultural” das tradições já existentes no mundo árabe naquela época, exemplo: o apedrejamento, utilizado para punição em alguns crimes nos países muçulmanos, foi incorporado à cultura muçulmana por causa do “rito da lapidação de Satã”, em Mina -etapa da peregrinação à Meca, onde o diabo é representado e apedrejado num monumento de 18 metros - Meca é a cidade sagrada dos muçulmanos.
   O Alcorão recepcionou o Antigo e o Novo Testamento, bem como o Livro do Apocalipse; porém, deve-se ressaltar que somente no Antigo Testamento há 600 passagens de carnificinas e outras mil tendo Deus aplicado castigos de morte e destruição por desobediência a Sua Vontade.
   No Alcorão, após Maomé, Jesus Cristo é a figura mais respeitada e no Islamismo não é aceita a versão tradicional da crucificação Dele, pois tudo não teria passado de truque de ilusão para enganar os seus algozes, quando na verdade Jesus Cristo teria subido aos céus com o corpo físico e a cruz.
Maomé tinha por volta de 40 anos quando, em um de seus retiros na caverna de Hira, nos arredores de Meca, teve uma visão do Anjo Gabriel que lhe confiou a Mensagem de Alá (Deus, em árabe), mesmo Maomé sendo analfabeto - a última revelação do Anjo Gabriel a Maomé se deu no dia 8 de junho de 632 d.C. e nove dias depois Maomé desencarnaria.
   Maomé foi um homem simples, simpático, bondoso e de visão de mundo notável, sempre pregou o diálogo e era contrário ao extremismo. A cultura tribal nos países muçulmanos e as disputas de poder fragilizaram os ensinamentos de Maomé, daí a imagem distorcida que há dos muçulmanos e da religião islâmica.
   Os cinco pilares do islamismo são: acreditar em um só Deus (Alá) e em Maomé como o último profeta; orar cinco vezes ao dia, voltado para Meca; dar esmola visando à caridade; jejuar durante o mês do Ramadã (mês sagrado dos muçulmanos), do nascer do dia até o cair da noite; e fazer a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida, para aqueles que têm condições físicas e financeiras.


Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista



Sobre o antissemitismo - artigo - Conexão Nova Era




   Árabes e judeus são povos semitas, portanto é inadequado o termo “antissemitismo” utilizado pelos judeus para chantagear quem critica a questão judaica, pois se poderia usar também em favor dos árabes. O início do antissemitismo judaico na Bíblia se dá no Livro de Ester, quando no império Persa, Haman acusa os judeus perante o rei Akhashverosh de terem suas próprias leis e não respeitar o soberano e o rei é aconselhado a matar todos os judeus do império (Ester 3, 8-9). Há no judaísmo o modelo de pecado-punição para explicar as perseguições e o antissemitismo, inclusive, todas as segundas e quintas-feiras pela manhã, nas sinagogas, é rezada a Shabarit shel Hol, que diz: “Por causa de nossos pecados e devido às transgressões de nossos pais, Jerusalém e seu povo se tornaram uma vergonha entre todos os que nos cercam” — nos principais feriados judaicos é repetido: “Por causa de nossos pecados, fomos exilados de nossa terra”.
   O livro “Antissemitismo — a intolerável chantagem. Israel-Palestina, um ‘affaire’ francês?”, de Etienne Balibar et al, Rony Brauman e Judith Butler, Anima Editora, 2004, escrito a várias mãos por brilhantes intelectuais judeus, mostra as injustas acusações contra os que divergem do sionismo — os judeus divergentes são rotulados maldosamente de “maus judeus”. O livro faz alerta para a confusão feita em relação à questão dos judeus e a do sionismo — criação do Estado de Israel. Ou seja, nem todo judeu é sionista, bem como se propõe a esclarecer a causa do aumento do antissemitismo e a tentativa velada de setores da mídia de influência judaica de rotular de antissemita, antissionista, negacionista e/ou racista quem critica o sionismo — o rótulo da moda é “judeofobia”.
   A partir de 2001, foi notado na França o aumento do antissemitismo e os jornais estamparam em manchetes o tema. O alarmismo acerca da nova onda de antissemitismo levou o jornal Libération de 2 de abril de 2002, numa entrevista, a compará-lo a uma “nova Noite de Cristal” — em referência aos dias 9 e 10 de novembro de 1938 dos pogroms nazistas que pilharam as lojas judaicas na Alemanha. Outros jornais entraram no debate: “Antissemitismo: o que não se ousa dizer”, Le Nouvel Observateur, 6 de fevereiro de 2003; “Antissemitismo faz estragos!”, Marianne, 7 de abril de 2003; “O quadro negro do antissemitismo”, L’ Express, 10 de abril de 2003; “Antissemitismo, um mal francês?”, L’ Express, 17 de abril de 2003, entre outros. Jesus Cristo e o Novo Testamento já foram acusados pelos judeus de antissemitismo, daí vê-se a covardia judaica na chantagem do uso do termo “antissemita”...



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Jesus Cristo era judeu? - artigo - Conspiração Global




   Há controvérsias acerca da judeidade de Jesus Cristo e é preciso refletir acerca desse importante tema. O intelectual húngaro, Louis Marschalko (1903–1968), no seu livro, “Os conquistadores do mundo”, publicado em 1958, analisou proficuamente essa questão e diz na página 22: “(...) A maior mentira da história é a declaração que alega que o Cristianismo nasceu da religião judaica. Pelo contrário: o Cristianismo começou a existir como a própria negação do nacionalismo judeu e da predestinação racial. Os próprios apóstolos ensinaram isto: — “Vós sabeis”, disse Pedro — “como é coisa abominável para um homem judeu o juntar-se ou unir-se a um estrangeiro: mas Deus me mostrou que a nenhuma homem chamasse comum ou imundo” (Atos 10, 28)”. Já na página 24 acrescenta: “(...) a influência judaica teve um papel tão importante na determinação da queda do Império Romano como na ruína do Império Espanhol. Conforme Heman escreve; no Império Espanhol os judeus tinham o controle de todas as forças espirituais e materiais, desde a posse da terra até os mais elevados cargos eclesiásticos, e por meio da sua agiotagem eles exerceram muita influência sobre as esferas da corte e de toda a nobreza” — ou seja, tudo contrário ao que Jesus pregava.
   Os capítulos 18 e 19 do Evangelho de João fornecem elementos sugerindo que não é possível afirmar de forma peremptória que Jesus Cristo era judeu, como é dito pela tradição. Em João 18, 20 é dito: “Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus sempre se ajuntam, e nada disse em oculto”. Ora, numa exegese vê-se que Jesus não se reconhece judeu ao falar da sinagoga e no versículo 36 do dito capitulo 18, fica a dúvida de qualquer indício de judeidade em Jesus Cristo: “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.
   Até o presente momento não se encontrou qualquer texto escrito por Jesus Cristo, ou seja, toda a sua história é fulcrada em narrativas testemunhais contidas nos Evangelhos que, com o auxílio da arqueologia e outras disciplinas, reconstruíram esse cenário. Porém, outros Evangelhos que falam de Jesus Cristo foram encontrados, em 1947, em Qumran, no Mar Morto, em Israel, e já modificou parte da sua história...
   É tentador imaginar que Jesus Cristo não era judeu e que foi assassinado pelos judeus porque pregava o amor, a paz, o perdão e a conciliação de todos os povos, o que, por si só, muda toda a história da civilização...



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

terça-feira, 4 de junho de 2013

Os assassinatos dos Kennedy - artigo - Conspiração Global




   No dia 22 de novembro de 1963, em Dallas, no Texas, nos EUA, foi assassinado o então presidente americano John Fitzgerald Kennedy tendo como principal suspeito pelas autoridades policiais Lee Harvey Oswald. Até hoje se especula que John Fitzgerald Kennedy foi, na verdade, vítima de uma conspiração por estar contrariando interesses de grupos poderosos e pugnando pela paz mundial. Tempos antes do assassinato, mais precisamente na manhã do dia 16 de outubro de 1962, John F. Kennedy foi informado na Casa Branca pelo serviço secreto de que havia mísseis soviéticos em Cuba, mas John F. Kennedy queria se aproximar de Cuba e selar uma paz duradoura com a Rússia, porém, vinha denunciando publicamente a ascensão e o poder das sociedades secretas nos EUA e no resto do mundo, conforme pode se ver num vídeo que circula livremente na internet. Essas denúncias forneceram munição para o imaginário popular de que alguma poderosa sociedade secreta em conluio com outras organizações — a CIA, o Pentágono e a máfia foram lembradas —, poderia ter patrocinado o misterioso e profissional assassinato de John F. Kennedy. Antes de sua morte, John F. Kennedy recomendou que seus assessores mais próximos retirassem suas famílias de Washington D.C, sugerindo que tinha informações confidenciais de que alguma conspiração estava em curso nos EUA e o seu governo seria atingido.
   Após o assassinato de John F. Kennedy, o então vice-presidente e maçom, Lyndon B. Johnson, assumiu imediatamtente a presidência dos EUA num período em que por muito pouco não eclodiu a Terceira Guerra Mundial. Cinco anos depois, em 5 de junho de 1968, Robert F. Kennedy, senador norte-americano, em Los Angeles e irmão de John F. Kennedy foi vítima de outro audacioso assassinato supostamente praticado por Sirhan Sirhan, que acabou sendo condenado pelo crime, mas as especulações de que tenha sido a continuação da conspiração resistem ao tempo.
   Outros presidentes dos EUA foram também assassinados durante o mandato, mas os dos irmãos John F. Kennedy e Robert F. Kennedy tiveram alguns ingredientes diferenciados, pois vinham de família glamourosa e eram carismáticos, daí a grande comoção americana.
   Os episódios que geram suspeitas de conspiração não podem ser ignorados, pois historicamente muitos que tentaram mudar o sistema e alertar a civilização sobre o desejo de dominação de alguns tiveram suas vidas ceifadas e o caso mais emblemático foi o de Jesus Cristo que, no capítulo 18, versículo 36, do Evangelho de João, diz: “Meu reino não é deste mundo. Se fosse deste mundo eu não teria sido entregue aos judeus”...



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 1 de junho de 2013

A verdade sobre o sionismo e os judeus - artigo - Conspiração Global



   O professor catedrático judeu de História da Universidade de Montreal, no Canadá, Yakov M. Rabkin, no seu livro, “Judeus contra judeus — a história da oposição judaica ao sionismo”, Ed. Acatu, edição 2009, revela algo que os leitores ainda não sabem: a maioria dos rabinos e judeus é contrária ao sionismo e a manutenção do Estado de Israel, pois vai contra o ensinamento originário do Judaísmo e é uma desobediência aos “Três Juramentos” feitos pelo povo judeu por ocasião da derrubada do segundo templo de Jerusalém no ano de 70 d.C. — 1º, Israel não suba os muros; 2º, Deus fez Israel jurar que não se rebelaria contra as nações do mundo; e o 3º, Deus fez os idólatras jurarem que não oprimiriam Israel em demasia.
   O sionismo é um movimento político proclamado pelo jornalista austríaco judeu Theodor Herzl (1860-1904), na Basileia, em 1897, mas ganhou adesão dos judeus capitalistas dos EUA somente quando os navios começaram a usar óleo diesel como combustível, pois, até então, o sionismo era visto com reservas na comunidade judaica por causa do aumento do antissemitismo.
   Theodor Herzl foi duramente criticado durante sua única passagem pela Palestina, em 1898, pois teria transgredido o Shabat e subido ao Monte do Templo, formalmente proibido aos judeus pela lei judaica.
   O precursor do antissionismo religioso dentro do judaísmo foi o rabino húngaro Chaim Elasar Shapira (1872-1937), que recomendava que os judeus esperassem pacientemente a intervenção divina para retornarem à Terra Santa no período messiânico e não embarcassem no sionismo político abandonando a religião. Os rabinos antissionistas se esforçam ao máximo para dissociar a imagem violenta do Exército israelense do judaísmo e dos judeus tradicionais, inclusive, publicam anúncios pagos nos jornais de língua inglesa na Europa e na América do Norte para denunciar a violência contra os palestinos dos ambiciosos sionistas para manter o Estado de Israel a qualquer preço.
   O sionismo é apresentado entre rabinos e judeus como um perigo mais grave do que todos os falsos messias que apareceram na história judaica. Pichações de judeus nos muros do bairro Mea Shearim, em Jerusalém, diziam: “O judaísmo e o sionismo são diametralmente opostos”. O escritor israelense judeu Amós Oz, numa entrevista a Folha de São Paulo (10/11/2011), disse: “Israel é uma decepção, pois nasceu de um sonho e tudo que nasce de um sonho está destinado a ser uma decepção”. Dos 14 milhões de judeus no mundo, apenas 5.640.000 ( 40%) residem em Israel, portanto, não é justo manter Israel e colocar em risco a vida de 7 bilhões de habitantes do planeta...


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Holocausto: A Grande Mentira - artigo - Conspiração Global (facebook)


   Qualquer fato histórico que tiver lei proibindo o seu debate, ou não existiu ou há flagrante manipulação. Na maioria das Constituições pelo mundo, a liberdade de expressão tem sido respeitada, mas ao contrário do que se imagina, a Europa não é o paraíso perdido da liberdade de expressão, pois em alguns países é legalmente proibido questionar o suposto Holocausto, exemplo: Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslováquia, França, Hungria, Liechtenstein, Lituânia, Países Baixos, Polônia, República Checa, Romênia e Suíça — em Israel é também proibido. Porém, em 2007, a Espanha e a Itália declararam inconstitucional a lei de proibição da negação do suposto Holocausto e outros países europeus tendem a seguir agora o mesmo caminho... Por que então o medo dos judeus de que se debata abertamente o suposto Holocausto e o seu intrigante número de seis milhões de mortos? Saiba o leitor, que tramita silenciosamente no Congresso Nacional o projeto de lei nº 987/2007 que quer penalizar quem questionar o suposto Holocausto — se aprovado, será o retorno da censura legalizada. Além de flagrantemente inconstitucional, o PL nº 987/2007 visa unicamente a beneficiar a comunidade judaica na manutenção da Grande Mentira.
   Há provas robustas de que não houve o Holocausto durante a Segunda Guerra, inclusive ditas por judeus, exemplo; o professor judeu, Listojewski, declarou à revista “The Broom”, de San Diego, na Califórnia, nos EUA, no dia 11 de maio de 1952, sem que haja até hoje contestação: “Como estatístico tenho me esforçado durante dois anos e meio em averiguar o número de judeus que pereceram durante a época de Hitler. A cifra oscila entre 350.000 e 500.000. Se nós, os judeus, afirmamos que foram 6.000.000, isto é uma infame mentira”. O professor judeu da Universidade de Nova Iorque, Norman G. Finkelstein, no seu livro, “A indústria do Holocausto”, editora brasileira Record, 6ª edição, ano 2010, na página 135, nega o Holocausto e sugere o número máximo de 233 mil judeus mortos na Segunda Guerra.
   No dia 21 de setembro de 1989, a Agência de Notícias Tass, da Rússia, revelou que a Cruz Vermelha de Moscou apresentou a lista dos mortos no campo de concentração de Auschwitz com surpreendentes 75 mil óbitos por diversas causas, sugerindo que não houve Holocausto. Por que então querem proibir o debate acerca do Holocausto já que se sabe que o número de judeus mortos na Segunda Guerra Mundial foi de 75 mil?



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Testemunha ocular - artigo - Jornal OPOVO



   Os assustadores números da violência em Fortaleza revelados na manchete de 7/5 pelo O POVO, “873 assassinatos a tiro em 2013”, sugerem que estamos vivendo uma guerra civil não declarada. Se somarmos todas as vítimas mortas em atentados terroristas no mundo no mesmo período, encontraremos menos da metade desse número. Nem no conflito histórico entre israelenses e palestinos houve tantas mortes no mesmo período.
   A violência urbana vem aumentando em todo o Brasil, mas Fortaleza se notabiliza pela inércia de ações que possam conter esse fenômeno social. O governo estadual parece perdido sem saber o que fazer para garantir a integridade física e a segurança da população e já há locais conhecidos pelos marginais que desafiam a própria polícia.
   Décadas atrás, no Central Park, em Nova York, nos Estados Unidos, era quase uma loteria atravessá-lo sem ser molestado pela violência urbana, mas houve reação do governo resultando em reversão da violência e os índices de criminalidade despencaram. Os nova-iorquinos voltaram a ter o direito de circular livremente em sua cidade antes dominada pelos marginais. Na cidade de Johanesburgo, na África do Sul, que já foi conhecida como a capital mundial da criminalidade devido à violência descontrolada, as autoridades se juntaram e conseguiram tornar aquela metrópole segura.
   Recentemente estive na Colômbia e sou testemunha de que a epidêmica violência histórica naquele país perde força e já é possível transitar em Bogotá com alguma tranquilidade, coisa inimaginável há alguns anos. O estigma de país violento continua, pois há guerrilhas armadas e traficantes de drogas, mas os colombianos estão sonhando com uma vida melhor e mais segura.
   Ou seja, solução para conter a violência urbana há e a segurança pública e o direito à vida do cidadão devem ser prioridades no governo. Portanto, mãos à obra, governador Cid Gomes.


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 11 de maio de 2013

Síndrome de Jerusalém - artigo - OPOVO




   A chegada a Israel é sempre acompanhada de muita ansiedade e de receios devido ao risco iminente de conflitos com países das regiões limítrofes à Terra Santa. Com duas capitais, Tel Aviv e Jerusalém, Israel é, sem dúvida, um dos locais mais belos e de prestígio do planeta; afinal, foi lá que viveu e morreu o maior de todos os homens: Jesus, o Cristo. Peregrinando por toda a Israel, é possível vislumbrar outras paisagens além das costumeiras, pois os cenários se modificam à medida que se compreende a história milenar daquela abençoada terra.
   Não é raro avistar em Jerusalém peregrinos com os olhos nublados de lágrimas, histéricos, sensíveis, solícitos e observando e tocando os monumentos em locais que, segundo a tradição, foram vivenciados por Jesus. Há relatos de pessoas que supostamente viram imagens e/ou ouviram vozes de espíritos nos monumentos e têm o comportamento alterado, mas na maioria das vezes trata-se de uma psicose religiosa momentânea denominada de “Síndrome de Jerusalém” diagnosticada pela primeira vez em 1930. Porém, quem vai para Jerusalém prepara-se com antecedência e acumula uma carga emocional muito grande que, acrescida do esgotamento físico pela viagem, a ansiedade e o nervosismo natural, pode, sim, produzir sensações análogas às metafísicas sem que seja necessariamente algum distúrbio psiquiátrico diagnosticável.
   Ouve-se diuturnamente a palavra “shalom” que em hebraico quer dizer paz, mas acaba sendo uma contradição, pois há conflitos seculares que podem ser deflagrados a qualquer momento e o peregrino é alertado do real risco de ter que usar algum plano de proteção se explodir alguma guerra, o que pode potencializar, pelo pânico, o aparecimento da “Síndrome de Jerusalém”.
Há relatos de que cristãos, judeus e muçulmanos queixaram-se de terem vivenciado a “Síndrome de Jerusalém”, mas, se não há relatos anteriores de surtos psicóticos no peregrino, em poucas semanas desaparece o sintoma fenomenológico. Outro ponto reflexivo em relação à “Síndrome de Jerusalém” é o olhar no Cristo crucificado que, involuntariamente, desperta no peregrino três sensações: tristeza, compaixão e esperança, afinal, Ele ressuscitou e subiu aos céus...
   Em outros locais, também tidos como sagrados, ocorre esse fenômeno análogo à “Síndrome de Jerusalém”, exemplo: Índia, Tibete, Sibéria, Egito e Roma, onde há também reverência às divindades e os nativos e peregrinos sentem e relatam as mesmas sensações como as que ocorrem frequentemente em Jerusalém.


Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista



sábado, 4 de maio de 2013

Ensaio do espelho - artigo - Diário do Nordeste



   Em 1988, a Universidade de São Paulo (USP), publicou pesquisa surpreendente sobre o racismo no Brasil, pois 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito, porém, 98% disseram conhecer pessoas racistas que seriam parentes próximos, amigos ou namorados (as). A pesquisa sugeriu ironicamente que o brasileiro é uma "ilha de democracia racial" cercada por todos os lados de racistas. Em miúdos, racista é sempre o outro e no preconceito você enxerga no outro refletido, como num espelho, o que incomoda em você - é o tal do "ódio de si"...
   O mito grego do Narciso, que morreu ao ver e tentar abraçar a sua imagem refletida no "espelho d´água" e que tanta influência teve na literatura e na psicanálise, diz que a sua beleza era incomparável. Narciso acreditava ser tão belo como o deus Apolo ou Dionísio. Conta o mito que Narciso desprezou o amor de Eco, o que levou a moça à melancolia e ao desespero, mas a deusa Némesis, por vingança, condenou Narciso a se apaixonar pela sua própria imagem levando-o à morte - o narcisista sempre se apaixona por si mesmo. Há várias interpretações para o mito do Narciso, mas uma delas mostra o perigo de se projetar inconscientemente no outro, como reflexo de um espelho. A moda é ditada por uma minoria para estereotipar a maioria, como se a civilização fosse um rebanho, mas sem que haja parâmetros de beleza - você é gordo ou magro, feio ou bonito, mas em relação a que ou a quem? Veja o desespero da civilização na contemporaneidade por cirurgias plásticas, cremes rejuvenescedores, maquilagem, salão de beleza, etc. tudo isto para ficar "de bem com o espelho" e não diferenciar muito do outro.
   As mulheres se dizem atraídas irresistivelmente pelo espelho por onde andam, mas imagine o leitor o sofrimento nas prisões femininas, onde as detentas não podem possuir e nem usam espelho, pois pode ser usado como "arma branca". O fato é que o narcisismo pode surgir ainda na infância, porém, crises narcísicas podem levar o sujeito até ao suicídio por não saber conviver com esse conflito existencial.
   A desesperada busca da beleza na moda, nos salões de beleza e nas clínicas de estética, bem como do corpo perfeito nas espelhadas academias de musculação na contemporaneidade pode ser considerado um sintoma narcísico...



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sábado, 20 de abril de 2013

A máfia na agricultura - artigo - Diário do Nordeste



   A civilização vem sendo envenenada há décadas com o uso e o abuso dos agrotóxicos na agricultura que justifica essas práticas para o "controle" de pragas. Os agrotóxicos representam um mercado de 6 trilhões de dólares por ano e há lobby fortíssimo junto a governos, políticos e até na comunidade acadêmica. Os agrotóxicos estão sendo apontados como causadores de câncer, doenças no sistema nervoso e má formação nos fetos, pois cada cidadão consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano. Se não bastasse tamanha perversão, o solo, o ar e o lençol freático também são envenenados por conta do uso dos venenosos agrotóxicos na agricultura.
   O esquema é tão criminoso que muitos bancos somente liberam financiamento para os agricultores se estes apresentarem as notas fiscais das sementes geneticamente modificadas (transgênicas), bem como a dos defensivos agrícolas (agrotóxicos) alegando que são para "proteção" da colheita da safra na lavoura, inclusive, o agricultor tem ainda que pagar royalties aos fabricantes das sementes geneticamente modificadas a cada colheita, pois elas são patenteadas. Ou seja, o agricultor virou refém da indústria mafiosa dos agrotóxicos e dos transgênicos - as indústrias Monsanto e a DuPont são apontadas como as mentoras desse esquema criminoso.
   A agricultura sobreviveu por milênios sem que fosse necessário o uso de agrotóxicos e de sementes transgênicas, porém, as lavouras tornaram-se "dependentes químicas" dos agrotóxicos, sugerindo que há um plano em curso para dizimar a civilização...
   Há agrotóxicos de alto teor venenoso e que são proibidos em vários países por conta dos males na saúde humana, mas, estranhamente, aqui no Brasil estão liberados... Os especialistas sérios afirmam que é possível reverter o assustador quadro de envenenamento na comida das famílias, pois há a alternativa da agricultura orgânica que é livre de agrotóxicos e dos transgênicos, mas falta vontade política para quebrar esse esquema mafioso e enfrentar a poderosa indústria dos agrotóxicos e dos transgênicos. Na Índia, vários agricultores se suicidaram por terem ficado reféns do esquema criminoso de distribuição dos transgênicos e dos agrotóxicos dessa malfadada indústria - além de terem destruído suas lavouras e seus sonhos...



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Moisés e o Judaísmo - artigo - Tribuna do Ceará e OPOVO


   O judeu Sigmund Freud dizia que o egípcio Moisés (1391 a.C. – 1271 a.C.) não era judeu, mas fundou a suposta primeira religião monoteísta, o Judaísmo. Moisés, segundo a tradição, escreveu a Torá e se notabilizou pela sua liderança e mansidão — “E era o homem Moisés mui manso, mas do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm, 12,3). Mesmo cometendo assassinatos, Moisés era tido como bom homem e libertou o povo judeu da escravidão no Egito peregrinando num êxodo pelo deserto por 40 anos, levando-os a terra prometida, Israel.
Nascia então nova cultura religiosa e política que incomodaria reis e monarcas daquela época e começava uma saga milenar de conquistas, perseguições antissemitas e mortes. Por duas vezes o templo judaico de Jerusalém foi derrubado (587 a.C. e 70 d.C.) pelos inimigos dos judeus. Os judeus se autoproclamaram “povo eleito” e devido à promessa bíblica de que a terra prometida seria deles, lutam desde então para lá se manterem a qualquer custo.
   As causas das perseguições aos judeus se universalizaram devido à ordem para crucificação de Jesus Cristo registrada no evangelho de João, cap. XVIII e XIX, quando o Cristo diz: “O meu reino não é deste mundo. Se fosse deste mundo eu não teria sido entregue aos judeus” — também foram acusados de usura, pois a Torá autoriza o empréstimo a juros: “Poderás fazer um empréstimo com juros ao estrangeiro” (Dt, 23,21). A primeira expulsão dos judeus na França se deu em 1306, por Filipe, o Belo, e a segunda por Charles VI, em 1394 e outros países seguiram expulsando os judeus por diversas acusações.
   Freud alertava que o Judaísmo estava sendo mal interpretado pelos judeus, especialmente na questão da expropriação de Israel, na Palestina, pois iria ferir os sentimentos dos muçulmanos, árabes, judeus ortodoxos e cristãos que lá viviam há milênios. Freud admirava a universidade israelense e os kibutzim, mas desejava ver Israel livre e sem muros ou arames farpados e habitada por todos os povos. Na visita à estátua de Moisés esculpida por Michelangelo, na Igreja de S. Pedro, em Roma, no ano de 1909, Freud se empolgou para escrever sobre o patriarca do Judaísmo. Em 1938-39, no seu último ano de vida, Freud publicou o corajoso livro, “Moisés e o monoteísmo”. Após a leitura, o historiador Salo Wittmayer Baron proclamou: “Quando um pensador da estatura de Freud se posiciona quanto a uma questão que lhe é de interesse vital, o mundo deve escutá-lo”…



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



A violência no futebol - artigo - Jornal OPOVO


   A população anda perplexa com a repetida violência entre torcedores e as torcidas organizadas, como se inimigos fossem, a cada partida de futebol. No último domingo, dia de Clássico-Rei entre os times do Fortaleza e do Ceará, após explosões de “bombas” caseiras e brigas com paus e pedras, dois torcedores do Ceará perderam a vida com tiros disparados na cabeça, desferidos por um jovem da torcida do Fortaleza de apenas 19 anos de idade durante mais uma dessas violentas batalhas travadas fora de campo. O episódio alertou para o fato de que alguns torcedores possam estar entrando com armadas de fogo nos estádios, o que é inadmissível.
   A violência no futebol acontece antes, durante e depois dos jogos, o que acaba por produzir uma tensão nos dias de jogos exigindo a mobilização da polícia para tentar conter a agressividade dos torcedores. Há uma explicação psicanalítica para essa batalha no futebol, pois na linguagem bélica utilizada nesse esporte, vê-se a pulsão de agressão e a de dominação, pois há nos times o “capitão”, o “artilheiro”, jogadas são “armadas”, há também a “morte súbita”, as “barreiras”, o “domínio” da bola, o “tiro de meta”, a “defesa e o ataque”, as “estratégias e táticas”, a “bomba” para designar um chute forte e os “gritos de guerra” da torcida e dos jogadores.
   Vêm também aumentando consideravelmente as brigas corporais entre jogadores dentro de campo, sugerindo que se trata de novo fenômeno psicossocial que precisa ser estudado. A violência praticada pelos torcedores tem alcançado até os jogadores dos seus próprios times, pois, quando não jogam bem ou o time é rebaixado de divisão, os jogadores têm que sair, muitas vezes, escoltados dos estádios. O futebol faz parte da cultura e é paixão nacional; porém, a violência de alguns torcedores tem afastado muitos dos estádios que preferem agora assistir incólumes aos jogos de seus times pela televisão.
   Quando Charles Miller, em 1894, desembarcou na cidade de Santos, em São Paulo, com duas bolas de futebol na bagagem e promoveu o primeiro jogo no Brasil, não tinha a menor noção que inseriria na cultura um dos mais geniais e populares esportes e que revelaria talentos como o rei Pelé e outros tantos gigantes da bola nem que projetaria gloriosamente o nosso país como um dos maiores celeiros de bons jogadores do planeta. Porém, a violência no futebol ameaça o futuro do futebol no Brasil...


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 6 de abril de 2013

Conselho de anciões - artigo - Diário do Nordeste



   O filósofo argentino Jorge Luis Borges dizia que o homem é um animal, mas que com o tempo, o animal vai morrendo e acaba restando somente o homem. Os mais velhos sempre exerceram na civilização um papel fundamental, pois com a experiência de vida auxiliaram, nem sempre com êxito, na construção das normas da sociedade. Ouvir a voz da experiência é uma sábia atitude, pois se evita cometer equívocos. No Oriente, quando não se tem um ancião para orientar os demais, tem-se que contratar um, dizem os orientais. Ainda hoje, em várias culturas, os prudentes e sábios anciões se reúnem periodicamente para decidir os litígios dentro das comunidades, bem como para transmitir as tradições culturais orais aos mais jovens. Essa cultura de “Conselho de anciões”, ou Gerousia, remonta à antiga Roma, quando no pós-império romano, os eventos relacionados à sua comunidade eram decididos pelos sábios sacerdotes judeus anciões — suprema corte judaica judicial e legislativa, agora conhecida como Sinédrio — e incorporada por “empréstimo cultural” em outras culturas. Will Durant, no seu genial livro, “A História da filosofia”, diz que a imaturidade o tempo conserta, sugerindo não ser anomalia a imprudência na juventude — fase em que se mete os pés pelas mãos e a prudência é apenas plano para o futuro. O tempo é cruel e o conhecimento empírico dos anciões — ou dos mais velhos —, não pode ser desperdiçado, pelo contrário, deve-se abrir os ouvidos para ouvi-los. No sábio provérbio: “Se o jovem soubesse e o velho pudesse”, sugere-se que, quando se sabe, já não mais se pode usar a informação adquirida com a experiência. Quando há questão em litígio entre os judeus, eles a levam para um rabino solucionar, pois os rabinos são reconhecidamente homens maduros e sábios, daí terem recebido o honorífico título e a decisão deles é respeitada.
   Na antiga Roma, Marco Pórcio Catão (Catão, o Velho) — 234-149 a.C. — notabilizou-se na defesa do “ros maiorum” (o costume dos anciões) que apelava para uma vida simples e com o respeito às boas tradições. O respeitado sábio judeu Hillel, o Ancião, (60 a. C. – 9 d.C.) resumiu toda a Torá numa admirável regra de ouro: “Faze aos outros aquilo que queres que te façam”, mas lamentavelmente esse conselho é pouco aplicado na contemporaneidade...

 
Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O poderoso juiz - artigo - Jornal OPOVO



O presidente do Conselho Nacional de Justiça, Joaquim Barbosa, num bate-boca com o conselheiro, Tourinho Neto, durante o julgamento de processo disciplinar desfavorável a um juiz acusado de desvio de conduta, afirmou haver conluio entre juízes e advogados. As entidades de classe da magistratura e a OAB Nacional criticaram Barbosa pela sua fala generalizada, mas o curioso é que no dia seguinte veio à tona na imprensa evento envolvendo o conselheiro do CNJ e representante da categoria da advocacia, Jorge Hélio, e o Tourinho Neto que é no CNJ da cota da magistratura. Jorge Hélio atendeu pedido de Tourinho Neto para conceder liminar num processo favorecendo sua filha que é juíza federal, mas, num “ato falho”, o caso vazou na lista de e-mail dos juízes federais, causando constrangimento nos magistrados. Afinal, dois conselheiros do CNJ, que teriam o dever constitucional de fiscalizar desvios de conduta e dar o exemplo de moralidade na magistratura, acabaram pilhados num episódio nada admirável.
Na minha época de estudante de Direito, o eminente professor de Direito Constitucional e hoje conselheiro do CNJ, Jorge Hélio, era referência de competência e crítico irrecuperável dos desvios de conduta na magistratura, o que sugere que o discurso não sobreviveu à prática. Que há conluio entre juízes e advogados não é novidade, mas o que chamou a atenção foi ocorrer deslize no seleto CNJ; e uma pergunta ficou sem resposta: a tropa é o reflexo do comando e com que autoridade o CNJ vai agora censurar e punir magistrados que fazem conluio com advogados?
No filme “O poderoso chefão”, a máfia tenta se aproximar do incorruptível juiz. Não logrando êxito, cooptam um de seus amigos. O juiz, percebendo a trama, e antes que o seu agora “mui-amigo” abrisse a boca e lhe causasse constrangimento ilegal, vai logo falando: — aquele que trouxer qualquer mensagem, será o traidor.


 
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 23 de março de 2013

A cultura do Holocausto - artigo - Diário do Nordeste


 

   A palavra Holocausto - Shoá, em hebraico - é citada na Torá várias vezes e sempre se referindo a tragédias. Por muito tempo acreditou-se que o povo judeu estivesse predestinado a viver tragédias, visto as diversas perseguições milenares sofridas. O povo judeu foi expulso da Europa várias vezes sob a queixa de que onde se estabelecia escravizava os demais. Conhecidos como exímios comerciantes e usurários, encontraram na Torá legitimidade para explorar o empréstimo a juros. Em tempos passados foram alocados em guetos, pois, segundo diziam, eram um povo diferente dos demais por terem outra cultura. Os pogroms - e a Noite de Cristal, na Alemanha e na Áustria, em 9 de novembro de 1938 -, foram atentados contra os judeus na Europa e na Rússia sem a preocupação de separar os judeus que nada tinham a ver com a usura e a manipulação nos preços dos alimentos, mesmo havendo na comunidade judaica a figura do "judeu em segredo" que professa a fé judaica, mas não se apresenta como judeu - há pelo mundo milhões de "judeus em segredo".
   Na Segunda Guerra os judeus encontraram a grande chance de se tornarem "vítimas" da civilização, pois criaram o mito do Holocausto negado até por judeus, exemplo: o professor judeu, Listojewski, declarou à revista "The Broom", de San Diego, na Califórnia, nos EUA, no dia 11 de maio de 1952, sem que haja até hoje contestação: "Como estatístico tenho me esforçado durante dois anos e meio em averiguar o número de judeus que pereceram durante a época de Hitler. A cifra oscila entre 350.000 e 500.000. Se nós, os judeus, afirmamos que foram 6.000.000, isto é uma infame mentira". Em 21 de setembro de 1989, a Agência de Notícias Tass, da Rússia, revelou que a Cruz Vermelha de Moscou apresentou a lista dos mortos no campo de concentração de Auschwitz com surpreendentes 75 mil óbitos por diversas causas, sugerindo que não houve Holocausto. O professor judeu da Universidade de Nova Iorque, Norman G. Finkelstein, no seu livro, "A indústria do Holocausto", editora brasileira Record, 6ª edição, ano 2010, na página 135, nega o Holocausto e sugere o número máximo de 233 mil judeus mortos na Segunda Guerra. Peço ao leitor que faça um minuto de silêncio em homenagem aos 75 mil judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista


sábado, 9 de março de 2013

Controle da comida - artigo - Diário do Nordeste


 

Milhões morreram por conta do "controle da comida" idealizado por grupos étnicos e/ou governantes inescrupulosos, outros tantos, pela água envenenada nos poços, como durante a Peste Negra, na Idade Média, em que quase metade dos europeus foi a óbito - no livro, "Dos judeus e suas mentiras", de 1543, Martinho Lutero, acusa os judeus de envenenarem os poços de água. Na primavera de 1531, em Lyon, na França, houve uma "grande fome" e milhares de camponeses faleceram famintos no meio das ruas, pois os especuladores queriam aumentar sem piedade o preço dos grãos, daí surgiram os levantes e os mercados eram saqueados pela população em busca de comida. Na Espanha do século XV, toda vez que se aumentava o preço da comida havia pogroms e o antissemitismo ressuscitava causando grandes levantes na população espanhola. Na Índia, em 1770, a concessão de terras aos zemindares - funcionários civis do Império - pode ter sido a causa da grande fome naquele ano e até o ano de 1870, 30 milhões morreram de fome na Índia. No século XVIII, na Inglaterra, houve os motins de fome (food riots) também conhecida como "rebelião do estômago" por conta da especulação nos preços dos grãos; e a desordem na sociedade reinou com saques aos celeiros e mercados públicos. Na Ucrânia (1932-33) 6 milhões foram a óbito por fome e na China (1959-61) 20 milhões também morreram famintos de forma programada durante o regime comunista. Na Rússia comunista, os Culaques - pequenos produtores de alimentos - foram tidos como inimigos do regime por causa da autonomia alimentar. É fácil entender que a comida e a água potável controlada colocam a civilização refém de grupos e de governos que visam somente lucrar e dizimar de forma perversa os demais. Primeiro "inventaram" de colocar flúor de forma generalizada na água potável sem que se saiba a real finalidade; depois a agricultura tornou-se dependente química dos agrotóxicos que envenenam os alimentos e a bilionária multinacional Monsanto "criou" mercado de uma necessidade que não existia, ou seja, a produção e a venda de sementes geneticamente modificadas sem que haja estudos sérios sobre o impacto ambiental e na saúde humana. Marx dizia que a história se repete. Primeiro acontece como tragédia; na segunda vez, como farsa...

 

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

terça-feira, 5 de março de 2013

Ensaio da manipulação - artigo - Observatório da imprensa



   Não raramente, são vistas na mídia críticas pertinentes de que há manipulação nos meios de comunicação, mas é preciso analisar essa questão além do conteúdo. Ninguém faz nada sem sentir prazer, salvo sob coação. Inclusive, televisão e computador não ligam sozinhos, nem jornais “pulam” nas mãos dos leitores e, tampouco, há lei obrigando o sujeito a ouvir rádio. Há sujeito refratário a qualquer crítica de manipulação, exemplo: tente convencer algum jogador de que o jogo de futebol que seu time venceu teve o resultado manipulado. Nunca vai admitir, pois para ele a manipulação é normal; mas se fosse o contrário, seria crime.    A manipulação é interesseira e transita de todos os lados. Eleições políticas são manipuladas com o auxílio da mídia, tanto é que os grandes políticos sempre recorrem às concessões públicas de rádio e televisão para se manterem no poder.
   Como exemplo recente pode ser citado o caso da Itália, onde o polêmico bilionário Silvio Berlusconi, detentor de considerada parcela da mídia italiana, voltou ao cenário político bem posicionado graças à “manipulação” e aos italianos que sentem prazer em ser manipulados. Quando os EUA utilizam a mídia para denunciar “ameaças” terroristas em solo americano em vésperas de eleições, estão na verdade manipulando os eleitores, sugerindo que os americanos somente estarão seguros se continuarem com o atual governo que “luta” contra o terrorismo.
   Não há dúvida que considerável parcela do conteúdo publicado pela mídia esteja a serviço de interesses outros que não seja o do destinatário: o leitor, o telespectador, o ouvinte... As Bolsas de Valores vivem também da especulação e da manipulação de resultados, mas veja que os investidores continuam operando normalmente como se nada demais ali ocorresse, sugerindo que é uma jogatina manipulada aceitável... Exemplo atual foi a oferta das caríssimas ações do Facebook nas Bolsas de Valores que, após alguns pregões, despencaram na mesma velocidade em que subiram, mas nenhum investidor desistiu de investir nas Bolsas...
   A Grande Depressão, nos EUA, em 1929, quando a economia global ruiu num efeito dominó, nada mais era do que manipulação no mercado de ações. Pode até ser duro, mas muitos sentem prazer na manipulação, pois além de ser cômodo não contestar, ou mostrar a contradição, muitos fatos caem no senso comum e é melhor não mexer sob pena de ser considerado “polêmico”. Um antigo provérbio ensina: “Preocupe-se de guardar apenas os pequenos segredos, pois nos grandes, mesmo quando revelados, ninguém acredita”...


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Por que tanto ódio? - artigo - Diário do Nordeste


   Sigmund Freud dizia que a família era constituída de heróis trágicos que ora se atraem, ora se agridem e ora se matam, mas reconhecia a importância da família na formação do sujeito. O gigante psicanalista francês, Jacques Lacan, dizia: "Odeio a minha família porque não posso amá-la". Lacan teve problemas familiares seriíssimo o que, de alguma forma, o ajudaram a teorizar várias questões na família. O ódio é um sentimento violento que leva a querer o mal a qualquer um e a se rejubilar com o mal que lhe aconteça. O ódio é veneno e corrói o sujeito e é seguramente a causa de muitas doenças materializadas no corpo e na mente. O ódio é um sentimento tão antigo quanto a origem da civilização, mas há na história comunidades que conseguiram viver imunes ao ódio, exemplo: os monges tibetanos meditam todos os dias buscando o equilíbrio e a espiritualidade e abandonaram o ódio de suas vidas, sugerindo que é possível viver sem a presença do ódio. O ódio nas relações familiares na contemporaneidade ganhou maior visibilidade, visto o fenômeno do aumento das separações conjugais e das famílias substitutas. As novas relações afetivas quase sempre vêm acompanhadas de questões de relacionamentos passados, o que acaba por gerar sentimentos diversos, especialmente, o ódio.
   Há pessoas que sentem prazer em odiar o outro, mesmo quando não há motivo, ou o fato gerador do ódio não tem relevância. A família é um espinheiro em forma de lar que se deve vivenciar com amor e sem alimentar o ódio, pois neste somente prejuízo se vê. Não é fácil viver sem ódio no coração, mas não é qualquer vantagem alimentar esse malfadado sentimento que tantos conflitos pode causar nos relacionamentos. Numa visão espiritualista, encontramos as respostas para várias situações de ódio aparentemente inexplicáveis nos relacionamentos que remetem a questões mal resolvidas em vidas passadas, pois as pessoas são "atraídas" pelo ódio e a sede de vingança no fenômeno irrevogável da Reencarnação, podendo ser por inimizades, traições, homicídios e/ou obsessões espirituais contraídas por diversas causas - o sujeito age na vida inconscientemente sem saber que há lembranças arqueológicas registradas em sua mente. O sentimento de ódio é uma "armadilha" autodestrutiva para o sujeito e a civilização...

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A revisão da História - artigo - Jornal OEstado


 
   O integrante da Comissão Nacional da Verdade e ex-procurador geral da República, Cláudio Fonteles, revelou desejar que a História do Brasil durante o período militar ensinada nas escolas civis e militares seja revisada, tendo em vista as contradições encontradas durante as investigações — Fonteles alega que houve no Brasil um golpe militar com a ruptura do Estado democrático de Direito. Fonteles tem razão quando aponta obscurantismo durante o regime militar, também conhecido como “ditadura”, pois a História é escrita pelos vencedores e os perdedores nunca são ouvidos ou considerados. O suposto suicídio de Getúlio Vargas é outra questão na História do Brasil que precisa de maiores explicações, pois a versão oficial dá margem para alimentar o imaginário popular de que houve uma conspiração. A História econômica brasileira é outra seara obscura e espinhosa, pois não há transparência alguma na dívida externa e nos empréstimos contraídos junto a banqueiros internacionais, mesmo a Constituição Federal determinando auditoria e revisão nos fatos geradores da dívida externa — CF/88, art. 26, das Disposições Transitórias.
   A Escola dos Annales (1929-1989), na França, onde renomados historiadores reescreveram a história e foi considerada a “Revolução Francesa” da historiografia, apresentou fatos surpreendentes e modificativos, sugerindo que a História é uma pintura provisória que sempre poderá ser retocada até chegar à perfeição. “De onde escreve o historiador?” foi uma das reflexões da Escola dos Annales mais recorrentes.
   Os historiadores revisionistas europeus tentam ainda hoje restabelecer a verdade do que ocorreu na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pois muitos dados que foram açodadamente publicados não batem com as provas colhidas em campo. Exemplo: o suposto Holocausto em que teriam morrido seis milhões de judeus foi por terra quando o professor judeu, Listojewski, declarando à revista “The Broom”, de San Diego, na Califórnia, nos EUA, no dia 11 de maio de 1952, sem que haja até hoje contestação, disse: “Como estatístico tenho me esforçado durante dois anos e meio em averiguar o número de judeus que pereceram durante a época de Hitler. A cifra oscila entre 350.000 e 500.000. Se nós, os judeus, afirmamos que foram 6.000.000, isto é uma infame mentira”.
   A História é escrita pelos vencedores e como bem disse o brilhante escritor italiano judeu, Primo Levi, que foi prisioneiro no campo de concentração alemão de Auschwitz-Birkenau e sobreviveu ao Holocausto: “o vencedor é o dono da verdade”, portanto, pode manipulá-la como queira...

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista


sábado, 9 de fevereiro de 2013

A cultura do Socialismo - artigo - Diário do Nordeste



   É preciso entender a teleologia da doutrina do judeu Moses Modechai Marx Levi, ou simplesmente, Karl Marx, pois ela não é o que parece ser. O comunismo — depois o socialismo — defendido por Marx desejava que todos fossem iguais, mas a quem interessa mais a igualdade do que ao povo judeu que tantas perseguições tem sofrido na história? — Émile Durkheim, Rosa de Luxemburgo e Olga Prestes também eram judeus e socialistas. A Revolução Russa, em 1917, foi liderada pelo judeu Lênin (Oulianoff, nome verdadeiro), mas deixou um saldo de mortes impressionante de 20 milhões de assassinatos — em todo o mundo 100 milhões foram assassinadas por causa do comunismo que desejava igualar as pessoas na “marra”, como se isto fosse possível. A sede na Rússia do governo “revolucionário” bolchevique parecia mais uma sinagoga, pois dos 545 membros da cúpula, 447 eram judeus. Criada para auxiliar o movimento revolucionário, a maçonaria é uma seita judaica e tornou-se uma espécie de “quartel-general” poderoso — há um grupo maçônico ultrassecreto da Alta Venda e outro ainda mais secreto e desconhecido da maioria dos maçons... A maçonaria cooptou intelectuais e esteve por trás da Revolução Francesa e ainda utiliza o slogan da revolução: “liberdade, igualdade e fraternidade”.
   No dia 28 de junho de 1914, o arquiduque da Áustria e sua esposa foram assassinados numa emboscada em Saravejo por maçons sérvios. Em depoimento judicial, Cabrinovic, um dos assassinos, declarou aos juízes do Conselho de Guerra: “Na Maçonaria é permitido matar” e para espanto dos magistrados revelou ainda: “Há mais de um ano os maçons haviam condenado à morte o arquiduque Francisco Fernando” (Léon de Poncins, 1937).
   Todos devem ser livres e a ninguém deve ser dado o direito de perseguir ou matar quem quer que seja, mas a verdade precisa vir à tona: o marxismo visava unicamente igualar todos para cessar definitivamente as perseguições e o preconceito ao povo judeu...
   Lênin era oportunista e quis mudar na “marra” a cultura da Rússia impondo condutas atípicas para os russos, inclusive, tanto na Revolução Francesa quanto na Russa, as religiões foram perseguidas e os seus templos destruídos e o novo Deus a ser adorado deveria ser o Estado comunista, tudo isto em nome da igualdade e da liberdade...

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Um leitor na Palestina - artigo - Jornal O Estado




Desembarcando na Palestina e contrariando quase tudo o que havia lido até então sobre aquele paraíso, deparei-me com outra realidade e descobri contradições que me deixaram perplexo e que desejo compartilhar com os demais leitores de O Estado.
A Palestina praticamente não existe mais, pois Israel ocupa-a quase toda. Na Resolução da ONU nº 181, de 1947, aprovada por 33 votos favoráveis e 13 contrários, Israel deveria ter ficado com 51% do território palestino, mas já na guerra de tomada de posse, em 1948-49, ficou com 78%. Como se não bastasse, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, tomou mais quase 20% do território palestino — Cisjordânia e a Faixa de Gaza, em Jerusalém Oriental, as Colinas do Golan, na Síria e o Monte Sinai, no Egito.
Por conseguinte, o Conselho de Segurança da ONU, por unanimidade, determinou na Resolução nº 242, de 1967, a Israel que devolvesse imediatamente as terras ocupadas, mas até hoje isso não ocorreu.
O sionismo diz, em apertada síntese, que os judeus somente estariam seguros se tivessem um Estado judaico, no caso, Israel. Fundamentaram essa hipótese nas perseguições históricas sofridas pelo povo judeu, especialmente o Holocausto na Segunda Guerra, onde, supostamente, teriam morrido 6 milhões de judeus.
Porém, o sionismo perdeu força quando os números de mortos foram revisados. No dia 21 de setembro de 1989, a Agência de Notícias Tass, de Moscou, na Rússia, informou que a Cruz Vermelha havia liberado a lista com os nomes dos mortos nos campos de concentração na Alemanha durante o nazismo e revelou o surpreendente número de 75 mil óbitos, sugerindo que não houve Holocausto com 6 milhões de judeus mortos.
Chama a atenção a falta de debate sobre a palestina, pois toda a civilização poderá ser atingida de forma reflexiva se o conflito não encontrar uma solução pacífica, pois há vasto arsenal termonuclear em Israel e nos países árabes limítrofes...
A maioria dos judeus é contra o sionismo e o judeu Sigmund Freud já havia dito, numa carta datada de 26 de fevereiro de 1930, para Chaim Koffer, membro da fundação em prol da reinstalação dos judeus na Palestina, a sua posição contrária ao sionismo: “(...) Porém, por outro lado, não creio que a Palestina venha um dia a se tornar um Estado judeu nem que o mundo cristão, assim como o mundo islâmico, possa um dia estar disposto a confiar seus lugares sagrados à guarda dos judeus. (...) Não consigo sentir a menor simpatia por uma devoção mal interpretada, que faz de um pedaço do muro de Herodes uma relíquia nacional e, em nome dela, desafia os sentimentos dos habitantes da região”...

Luis Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



domingo, 27 de janeiro de 2013

Ensaio de Montaigne - artigo - Diário do Nordeste


O ano de 1570 foi muito importante na vida do francês Michel de Montaigne, pois aos 37 anos de idade, ele vendeu o seu cargo de magistrado num tribunal - naquela época já era comum isso, mas Montaigne achava um "absurdo" esse costume antes de vender a sua toga - e resolveu dedicar-se à produção intelectual, refugiando-se na sua vasta biblioteca - escreveu numa das colunas: "Não há nada certo exceto a incerteza". Montaigne era irônico e ambíguo e observou, antes mesmo de Freud, a questão dos sonhos e da sexualidade humana com frieza, inclusive Freud leu seus "Ensaios" com bastante atenção e interesse. Montaigne era tido como moralista, mas pelos "Ensaios" parecia mais um antropólogo, ou mesmo um historiador; recomendava aos seus leitores viagens como meio de aprimoramento moral e para o conhecimento de outras culturas.
Montaigne inaugurou um gênero literário, os "Ensaios", e chegou a dizer que os três volumes dos seus "Ensaios" eram o único livro no mundo do gênero. "Ensaios" de Montaigne são plurais no sentido de delimitação de temas, pois tratou de vários assuntos e acabou inscrito nos Índices dos Livros Proibidos da Igreja Católica, em Roma, em 1676, pois influenciava e exortava o pensamento livre da sociedade, coisa que a Igreja detestava. Montaigne foi imparcial ao que observava em suas viagens e registrou tudo em longos diários.
Quando a Europa felicitava-se com a descoberta da pólvora e da imprensa, Montaigne lembrava que os chineses, do outro lado do planeta, já haviam descoberto mil anos antes. Montaigne seria hoje, pelo rigor acadêmico, um autor contraditório e polêmico, mas deu uma contribuição intelectual admirável, inclusive, Lévi-Strauss, o gigante antropólogo estruturalista, homenageou-o com o título de um de seus livros: "Pensamento selvagem", em referência ao ensaio de Montaigne sobre os canibais. Tido como um clássico da literatura, "Ensaios", de Montaigne, tem mais de uma interpretação, mas se não tivesse, deixaria de ser um clássico, pois as obras são sempre reinterpretadas a cada geração, inclusive, os livros revelam-se interessantes ao serem adaptados a outras culturas, exemplo: uma anedota pode ser engraçada numa cultura, mas noutra não ter qualquer sentido, daí haver a necessidade de adequação na tradução...

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Paraíso quase perdido - artigo - Jornal OPOVO


O livro Paraíso perdido, do poeta cego inglês do século 17, John Milton, fala da queda do homem que teria ousado desobedecer às leis de Deus e de um grupo que teria iludido muitos com a promessa de um novo mundo criado no caos em algum lugar da escuridão.
As belezas naturais do Ceará são conhecidas mundialmente e movimentam o turismo na Capital e nas paradisíacas praias litorâneas há décadas. Porém, não há evidências de que o fluxo turístico tenha conseguido trazer ao Ceará benefícios capazes de justificar o seu constante incremento, pois na mesma proporção do crescimento desse nicho de mercado houve por “empréstimo cultural” de outros países o aumento do consumo e do tráfico de drogas e da prostituição nas chamadas “zonas turísticas” — já alastrado por todo o Estado.
A Copa do Mundo é um evento que movimenta apaixonadamente quase toda a civilização, pois congrega boa parte das seleções das nações ao mesmo tempo em belas disputas; e bilhões de dólares circulam em prol do evento.
A Copa de 2014 será no Brasil e o nosso paradisíaco Ceará sediará apenas “meia dúzia” de jogos. No entanto, gastará alguns bilhões de reais para se enquadrar às exigências dos cartolas organizadores.
O lamentável é que há outras prioridades reclamando solução urgente, porém, não há o mesmo açodamento. Exemplo: a questão da severa seca histórica que assola o interior do Estado e que tem levado desespero, sede, fome e morte às famílias dos sertanejos.
Outro ponto que reclama urgência é a segurança pública, pois a violência urbana não dá sinais de trégua ou indícios de que até a Copa de 2014 diminuirá. É “gol contra”. Não há prioridade maior para um governo do que garantir o direito à vida e à dignidade do cidadão.
A Copa do Mundo é supérflua e não há qualquer garantia de que o nosso Ceará sairá vencedor desse certame em matéria de benefícios reflexivos.
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

sábado, 12 de janeiro de 2013

Solução salomônica - artigo - Diário do Nordeste



   Numa carta datada de 26 de fevereiro de 1930, o judeu Sigmund Freud revela a Chaim Koffer, membro da fundação em prol da reinstalação dos judeus na Palestina, a sua posição contrária ao sionismo: “(...) Porém, por outro lado, não creio que a Palestina venha um dia a se tornar um Estado judeu nem que o mundo cristão, assim como o mundo islâmico, possa um dia estar disposto a confiar seus lugares sagrados à guarda dos judeus. (...) Não consigo sentir a menor simpatia por uma devoção mal interpretada, que faz de um pedaço do muro de Herodes uma relíquia nacional e, em nome dela, desafia os sentimentos dos habitantes da região”.
   O professor catedrático judeu de História da Universidade de Montreal, no Canadá, Yakov M. Rabkin, no seu livro, “Judeus contra judeus — a história da oposição judaica ao sionismo”, revela algo que o leitor ainda não sabia: a maioria dos rabinos e judeus tradicionais é contrária ao sionismo e à manutenção do Estado de Israel, pois vai contra o ensinamento originário do Judaísmo e é uma desobediência aos “Três Juramentos” feitos pelo povo judeu por ocasião da derrubada do segundo templo de Jerusalém no ano de 70 d.C. — 1º, Israel não suba os muros; 2º, Deus fez Israel jurar que não se rebelaria contra as nações do mundo; e o 3º, Deus fez os idólatras jurarem que não oprimiriam Israel em demasia. O sionismo aumentou o antissemitismo e é apresentado entre rabinos e judeus como um perigo mais grave do que todos os falsos messias — pichações de judeus nos muros no bairro Mea Shearim, em Jerusalém, diziam: “O judaísmo e o sionismo são diametralmente opostos”.
   Na resolução da ONU nº 181, Israel ocuparia 51% da Palestina, mas já na guerra de tomada de posse, em 1948-49, ocupou 78% expropriando as terras de 700 mil palestinos. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, em Jerusalém Oriental, as Colinas do Golan, na Síria e o Monte Sinai, no Egito. O Conselho de Segurança da ONU, por unanimidade, determinou, na Resolução nº 242, de 22 de novembro de 1967, que Israel devolvesse as terras ocupadas que representam aproximadamente 20% — ou seja, Israel ocupa quase toda a Palestina. A solução salomônica para reinar a paz na Palestina é jurídica: Israel deve cumprir as Resoluções da ONU...

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A questão palestina - artigo - Jornal OTEMPO de Minas Gerais


 Trata-se duma das questões mais importantes para a civilização. Pouco debatida e explicada, o leitor fica sem formar opinião por conta das várias versões sobre os fatos. Após a queda do último governo da Judeia e a destruição de Jerusalém, no ano 70, a região mudou de nome e passou a ser conhecida como "o país dos filisteus", ou Palestina, pois o desejo do Império Romano era desjudeizá-la. A Palestina transformou-se, ao longo desses dois milênios, numa cultura genuinamente árabe e palestino-muçulmana, pois a grande maioria dos judeus emigrou em diásporas para a Europa, África, Rússia e, depois, para os Estados Unidos. O Estado de Israel foi fruto do movimento sionista, que defendia, em apertada síntese, que os judeus somente estariam seguros se tivessem um Estado judaico para protegê-los das perseguições. A doutrina do sionismo foi fundada por Teodoro Herzl (1860-1904), que esteve apenas uma vez na Palestina.
A ONU aprovou, em 29 de novembro de 1947, por 33 votos a favor e 13 contra, a Resolução nº 181, que criaria o Estado de Israel e outro, palestino, que ainda não foi reconhecido completamente pela organização. Israel deveria ocupar 51% do território palestino, mas já na guerra pela posse, em 1948-49, ocupou 78% dele e expropriou 700 mil palestinos de suas terras. Apontada como obstáculo para a paz, hoje, a Guerra dos Seis Dias, contra o Egito, a Síria e a Jordânia, foi iniciada em 5 de junho de 1967, resultando na Resolução nº 242, do Conselho de Segurança da ONU, de 22 de novembro de 1967, que determinou, por unanimidade, que Israel devolvesse imediatamente cerca de 20% das terras ocupadas - a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental, as colinas de Golan, na Síria, e o monte Sinai, no Egito - à Palestina. Israel tem problema gravíssimo de falta de água, devido à seca severa; as fontes do rio Jordão estão na Cisjordânia e concentram 30% da água da Palestina.
   As diversas tentativas de acordo para a paz entre judeus, árabes e palestinos muçulmanos naufragaram em Oslo I e II, Camp David, Taba e Mapa da Estrada - a moeda de troca foi, quase sempre, ofertar terras pela paz.
   Em 14 de junho de 2002, Israel começou a construção de uma "barreira de segurança" na Cisjordânia (em Samaria e Judeia, nomes bíblicos), alegando que é para segurança dos israelenses, por causa dos atentados terroristas. Os palestinos chamam-na de "muro de anexação", uma vez que inviabilizou a vida social e econômica de várias comunidades palestinas, que dependem de áreas contínuas para sua sobrevivência, o que aumenta a tensão e reduz ainda mais as esperanças de novas tentativas de paz na Palestina.
   Recentemente, a ONU elevou o status da Palestina para Estado Observador, dando, assim, efetividade e eficácia parcial à Resolução nº 181, de 1947, mas uma solução definitiva para a paz continua longe...


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista