O mundo assiste em silêncio a mais uma tentativa de acordo de paz entre
israelenses e palestinos. Desde a destruição de Jerusalém no ano 70 desta era, a
Judeia passou a ser chamada de Palestina, ou “país dos filisteus”, pois o
Império Romano queria “desjudeizar” aquela região. Os conflitos entre judeus,
árabes e palestinos muçulmanos intensificaram-se desde então, porém, os judeus
sionistas nunca desistiram de ocupar a Palestina, pois, segundo a crença
judaica, Deus teria prometido aquelas terras ao povo judeu.
Na Resolução da Organização das Nações Unidas nº 181, de 29 de novembro de
1947, Israel deveria ocupar 51% da Palestina, mas já na guerra de tomada de
posse, em 1948-49, ocupou 78%, expropriando as terras de 700 mil palestinos. Na
Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza,
Jerusalém Oriental, as Colinas do Golan, na Síria, e o Monte Sinai, no Egito. O
Conselho de Segurança da ONU, por unanimidade, determinou, na Resolução nº 242,
de 22 de novembro de 1967, que Israel devolvesse as terras ocupadas que
representam aproximadamente 20% — ou seja, Israel ocupa quase toda a
Palestina.
A doutrina que levou a criação do Estado de Israel em 1947, o sionismo, diz
que os judeus somente estariam seguros em um Estado próprio, mas dos 14 milhões
de judeus no mundo, apenas 5.640.000 residem em Israel e considerável parcela de
judeus é contrária à manutenção de Israel, pois dizem que o sionismo aumentou o
antissemitismo e quebrou o juramento que fizeram por ocasião da derrubada de
Jerusalém no ano 70 de que somente retornariam a Israel com a chegada do Messias
judaico.
Após as tentativas infrutíferas de acordo de paz de Oslo I e II, Camp David,
Taba e Mapa da Estrada, o mundo torce por uma solução pacífica e definitiva para
a questão palestina, até porque a ONU já deliberou sobre a matéria que precisa
agora apenas de efetividade...
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista