Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

sábado, 29 de novembro de 2008

Minhas confissões - Artigo - Diário do Nordeste


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Minhas confissões

No meu primeiro emprego, na Livraria do Contador, onde honrosamente ganhava salário mínimo como estoquista, descobri ali que a vida é feita de desafios e que deveria e poderia ultrapassar todos os obstáculos inevitáveis da vida. Fiz promessa de que quando a estabilidade financeira me viesse nunca mais deixaria de estudar e conhecer o mundo foi um dos sonhos realizado. Não é fácil sair de vida modesta e galgar sem cursos escalões da sociedade, pois a mesma é duríssima e alguns acham que você está ocupando espaço, que mesmo vazio, poderia ser deles. Hoje luto e caminho para retornar a minha origem mais simples e sem qualquer ostentação, pois descobri que a felicidade reside nas pequenas coisas e nos mais simples atos. A superficialidade causa instabilidade nas relações humanas e as pessoas não percebem que vêem nas outras simplesmente o seu próprio reflexo projetado. Todos os meus planos foram realizados e trabalho hoje para ajudar as pessoas a encontrarem o sentido de suas vidas. Não encontrei nos meus andarilhos pelo mundo e nem por aqui uma só pessoa que não tivesse algo de bom e de positivo que pudesse compartilhar com o seu próximo. Todas as pessoas têm questões de várias ordens a serem resolvidas, e o que diferencia uma da outra é justamente a capacidade de sublimar e prosseguir sempre sem desistir nunca dos seus ideais. Há neste momento inversão por completo de valores na sociedade e o que era virtude, passou a ser futilidade e as pessoas perderam a esperança de um mundo melhor. Quando abandonei o alcoolismo, por exemplo, algumas pessoas próximas disseram que eu havia ficado “louco” por conta disto, quando na verdade a possibilidade da loucura reside justamente no álcool. Perdoei todos que tentaram e também os que conseguiram me prejudicar, pois precisei do perdão de alguns que, por imaturidade e imprudência, em outrora magoei e hoje reconheço importância para minha vida em todos. Não vejo sentido para a vida se não for para ajudar o próximo a superar os inevitáveis obstáculos que nos são apresentados no decorrer da jornada, mas que todos podem também vencer.
* Psicanalista

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reeleição na OAB - Artigo - Jornal O Estado

Opinião

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reeleição na OAB

Luís Olímpio Ferraz Melo

Soube pela imprensa que o eminente presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – secção do Ceará -, colega Hélio Leitão, pensa em reeleger-se novamente. Na hora fiquei pensando a razão de tal pretensão, pois somos no Ceará algo em torno de vinte mil advogados e por qual sentido somente um pequeno grupo se reveza na presidência da OAB? Se confirmado este fato e não houver outras candidaturas que possam oxigenar a nossa valorosa OAB, mostrará a falência e a desarticulação de toda a categoria. O nobre colega e ex-presidente da OAB/CE, Paulo Quezado, um dos melhores presidente que já tivemos, sem demérito para com os demais, é quem ainda hoje comanda e decide, em última instância, a eleição na nossa casa conjuntamente com meia-dúzia de colegas. É sabido que a eleição na OAB é caríssima e cheia de conchavos, o que acaba afastando outros valorosos colegas da disputa eleitoral, mas não podemos aceitar silenciosamente que continue a panelinha eternamente, visto que esse grupo atual já perdura se revezando há décadas no poder. Outra coisa que me chama a atenção, coincidência ou não, é que somente no período eleitoral é que os colegas candidatos abrem a boca para fazer críticas e falar em mudanças (?).Quero deixar consignado que não tenho nenhum interesse e não serei candidato a qualquer cargo da OAB, mas não abro mão da minha prerrogativa de questionar esse modelo anacrônico de curral e cabresto eleitoral usado pelo grupo dominante. A OAB precisa lutar contra o corporativismo dentro da advocacia, pois o mesmo influencia até na eleição pelo comando da OAB, pugno, inclusive, pelo máximo de rigor no nosso insigne Tribunal de Ética para punir os colegas que eventualmente não honrem a nossa nobilíssima profissão. Esfriou na OAB a vigilância contra a corrupção e a mesma ficou em segundo plano, pois o primeiro é sempre a manutenção no poder a qualquer preço. Qualquer colega advogado que eventualmente ocupe o cargo de presidente da OAB/CE, não pode usar o cargo por vaidade e outros interesses que não sejam o dos advogados, pois não estamos mais nos tempos do imperialismo onde os reis e monarcas governavam até a morte. A OAB surgiu na década de 30, do século passado, em meio à revolução e a um governo provisório e era conhecida como a caixa de ressonância dos anseios e da defesa do povo brasileiro, mas nos últimos tempos a coisa mudou muito. A maioria dos colegas não se manifesta com medo de represália ou preferem ficar em cima do muro, mas digo a estes que não tenham medo não, pois a OAB somos todos nós e temos que desejar e lutar sempre pela independência da nossa OAB.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Corrupção é ilusão - Artigo - Jornal O Estado

Fortaleza, 18 de novembro de 2008.



Luís Olímpio Ferraz Melo
A corrupção global ameaça a sobrevivência harmoniosa no planeta Terra e a mesma passa desapercebida e de forma silenciosa e omissa por parte da sociedade civil. Os sucessivos escândalos de corrupção envolvendo agentes públicos e privados, que são pilhados subtraindo o erário ou desvirtuando o direito das pessoas, produz sensação de estarmos com o “estômago embrulhado” e impotentes diante de tamanho e complexo quadro. A corrupção acabou sendo “legalizada”, pois é tolerada e os indivíduos irrecuperavelmente corruptos voltam sempre ao seio da sociedade de forma positiva.
A corrupção é câncer exposto na sociedade, pois além de não ter cura, mata aos poucos toda a ordem estabelecida, mas a própria sociedade legitima a ação dos corruptos, que na verdade precisam é de tratamento urgente. Não deveria haver sigilo bancário, fiscal e nem telefônico para ninguém, pois estes têm servido para proteger os criminosos e a sociedade acaba ficando refém desses indivíduos. Todo o governo – Executivo, Legislativo e Judiciário – estão sendo questionado na sua legitimidade, pois foram constituídos para trabalhar para o povo e não para satisfazer interesses ilegítimos, como é o da corrupção que produz o enriquecimento ilícito. Os corruptos não percebem que estão destruindo a sociedade, bem como as suas famílias, pois quando pilhados, acabam arremessando todos os seus familiares ao crivo da opinião pública e, não raramente, acabam por comprometer todas as próximas gerações.
A corrupção esconde desejos inconscientes de mascarar as fraquezas do sujeito, pois dentro do corrupto há inequivocamente rejeição, complexo de inferioridade, traumas de toda sorte, que acreditam eles, os corruptos, que podem esquecê-los inconscientemente gozando com o fruto da corrupção. O sofrimento psíquico a que se expõe o corrupto é algo impressionante, pois ele mesmo se denuncia que é desequilibrado e fraco de caráter.
Engraçado é que todo mundo sabe quem são os corruptos e eles se esforçam, inutilmente, para se fazerem passar por sérios, intelectuais, idolatrados - tem toda uma “jogada” de marketing inútil em volta dos corruptos.
Desejam muitas vezes certas posições hierárquicas para se proteger, pois sabem, pelo menos acreditam, que em sendo assim, podem sair incólumes de suas investidas contra o erário e outras boquinhas. Sem a mobilização da sociedade civil, já que os políticos falharam nesta pretensão, para lutar contra a corrupção em todas as suas formas, dificilmente a metástase da corrupção ficará reversível e todas as próximas gerações sofrerão pela omissão e falta de comprometimento do povo.

sábado, 15 de novembro de 2008

Tragédia humana - Artigo - Diário do Nordeste


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Tragédia humana


Na alegoria grega edipiana, onde Édipo envolve-se numa tragédia anunciada, que poderia ter sido evitada, vê-se, que as tragédias contemporâneas apenas se remodelaram, mas o homem continua agindo inconscientemente da mesma forma. Quando Édipo nasceu, seu pai, Laio, vai ao Oráculo de Delfos e este diz que seu filho lhe matará. O pai, para evitar aquela tragédia, abandona o filho entregando-o a um pastor. O pastor comove-se com a situação e leva Édipo ao rei e a rainha que o adotam. Adolescente, Édipo vai ao Oráculo de Delfos e este revela-o que ele matará seu pai e se casará com sua mãe. Édipo, que não sabia que era filho adotivo, não mais volta ao palácio para que a tragédia fosse evitada. Porém, numa encruzilhada, encontra-se com Laio, e sem saber, mata-o, e logo depois casa-se, também sem saber, com sua mãe, Jocasta.Édipo decifrou o enigma da Esfinge - decifra-me ou eu te devorarei -, mas não conseguiu decifrar a sua tragédia pessoal, pois ao saber que mataria seu pai, tivesse ele se comprometido a não matar ninguém, teria assim interrompido todo o ciclo de tragédias na humanidade. Parece absurda e fantasiosa essa hipótese, à primeira vista, mas não há outra explicação para as repetidas tragédias humanas. O abandono pelo pai biológico acrescido da rejeição, esta hoje universalizada, teriam sido as causas da tragédia edipiana. É o que acontece hoje – pais matando os filhos e vice-versa. As tragédias humanas, são fruto da cultura, e não da Natureza, pois as leis desta, são imutáveis, aquela não, pode sim, ser remediada com boas e novas idéias. A vida é mera repetição de fatos que estamos vivenciando em várias reencarnações, mas tudo isso pode ser mudado. Sigmund Freud, se vivo estivesse, com certeza, corroboraria esta hipótese, talvez em vida até tenha chegado, sem saber, a essa conclusão. É por isso que os livros antigos falam na necessidade do perdão; de não se fazer ao próximo aquilo que não queres para si; de amar ao próximo como a si mesmo, pois sem a aplicação dessas normas sociais, será impossível à humanidade um dia encerrar o ciclo das tragédias humanas.
* Psicanalista

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Lançamento virtual de livro - Artigo - Jornal O Estado

Terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lançamento virtual de livro


Sempre fui homem de desafios e gosto de arriscar no que aparentemente é difícil ou impossível realizar, mas o que é o impossível senão o possível que não foi tentado? Este ano comemoro 10 anos de publicações de minhas idéias na imprensa e devo dizer que amadureci e aprendi muito nesse ínterim e resolvi organizar livro com quase todos os artigos publicados, bem como alguns ainda inéditos para que pudesse a data não passar desapercebida e que os meus leitores tivessem de lembrança e para futuras pesquisas esses textos. Há também no livro informações inéditas e preciosas que consegui nas minhas viagens pelo mundo, pois o intelectual que não for polêmico tornar-se-á mero repetidor de idéias. O nome do livro ficou: No Campo das Idéias – Evolução do pensamento – 10 anos de publicações, ABC Editora, 284 páginas, o preço sugerido para venda foi de RS 30,00, mas deve-se ressaltar que as livrarias ficam em média com 30% ou 40% deste valor e o custo do livro ficou em torno de RS 14,00, ou seja, devido à conjuntura, quem menos fica com alguma coisa no livro é o escritor, mas isso é o de menos, pois o mais importante é que o leitor leia a obra.
Trata-se aqui de novo modelo de lançamento de livros, visto a quantidade de livros que vem sendo lançados no mercado literário cearense a toda semana, todos dignos de multidões para prestigiar seus escritores, mas os nossos amigos devem estar cansados de tanto irem a lançamentos de livros e notei que muitos livros lançados eram comercializados no lançamento por conta da amizade do autor com o leitor, mas, não raramente, o livro não dizia respeito ao objeto de estudo ou leitura daquele leitor. Ficaria constrangido se meus amigos e conhecidos comprassem o meu livro somente por consideração a minha pessoa, pois acredito que há verdadeiramente no livro elementos suficientes que serão úteis a todos e que justificam a sua leitura. Não sou nenhum escritor renomado e profundo conhecedor da literatura, mas tenho me esforçado e estudado bastante para produzir textos que tenha utilidade para o leitor e que não cansem a sua inteligência. Soube que se vendem em média cinqüenta livros por edição num lançamento e que mesmo assim exige muito esforço por conta do escritor em enviar centenas de convites e ligar na véspera e no dia do lançamento. Estou seguro que o leitor gostará do meu livro, pois tem conteúdo o mesmo e lhe será útil se lido de forma imparcial.
O livro se encontra à venda na Livraria Livro Técnico, Oboé do Center Um, Lua Nova e Sinal Verde. Fica então lançado aqui o meu novo livro nesta nova e inédita modalidade de divulgação.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Moralismo sem moralistas - Artigo - Jornal O Estado

Opinião

terça-feira, 04 de novembro de 2008

Moralismo sem moralistas

Luís Olímpio Ferraz Melo

Passou desapercebido da quase totalidade das pessoas o fato de que a doutrina do moralismo, certamente criada por algum filósofo não moralista, dura ainda hoje e não se vê com facilidade moralistas natos pugnando a sua efetivação na sociedade e entre as autoridades e políticos e mesmo assim a inédita doutrina moralista não perece e atravessa milênios. Já disse alhures que não sou moralista e nem candidato a tanto, mas como cidadão tenho legitimidade para levantar o debate acerca da ausência do moralismo na nossa hipócrita sociedade moralista. A regra moralista somente se aplica quando é para se fazer cumprir alguma decisão para o lado fraco em questão.
As pessoas estão cheias de tabus, regras religiosas que não servem para nada, normas sociais ineptas, educações ortodoxas, porém, anacrônicas, que prejudicam e causam sofrimento nas pessoas. Os clérigos criaram sistema religioso tão rígido que nem eles estão conseguindo seguir o que prescreveram na antiguidade. Todo mundo é moralista até que seja questionada a sua própria moralidade. A sociedade tolera e acaba por legitimar a imoralidade de forma indiscriminada e a corrupção e a violência hoje faz parte do cotidiano das pessoas, pois nos acostumamos a isso tudo sem nada fazer. Quando acontece alguma barbárie ou escândalo de corrupção, apenas há rápida comoção social, mas logo todos esquecem o fato e ficam esperando o inequívoco próximo episódio. Existem pessoas que são corruptas irrecuperáveis, mas eles, os corruptos, somente existem porque há quem os corrompam. A moral é um fato social, dizia o sociólogo Émile Durkheim, mas a imoralidade também o é de maneira irrecusável. Eminente teórico jurídico disse certa feita que, Deus não criou o mal, mas o mal existe, por analogia diríamos o mesmo do fenômeno social da imoralidade.
A sociedade civil faliu, os valores mínimos necessários para se viver de forma ética e organizada vazaram entre os dedos daqueles que poderiam e deveriam conduzir os destinos do nosso povo. Vivemos num dilema sem fim, ou seja, estamos sendo governados, no sentido mais amplo da palavra, por pessoas que não tem compromissos para com o bem-estar geral da população, pois, com honrosas exceções, pensam apenas em saciar seus egos e se locupletar à custa do erário.
A sociedade civil encontra-se cansada de participar de eleições, pois, independente de quem seja eleito, nada muda. É como se esse “filme” não tivesse mais fim e a ânsia de ver algo concreto nunca é materializado. A tropa é o reflexo do comando, pois se não há rigor e seriedade no topo, não se pode esperar muita coisa dos comandados.

sábado, 1 de novembro de 2008

Terrorismo no mundo - Artigo - Diário do Nordeste

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Terrorismo no mundo


Atribuem aos islâmicos os ataques terroristas no mundo, mas não é bem essa a verdade. A religião islâmica é dividida em dois grupos: os sunitas e os xiitas, estes, que são minoria, vivem na quase sua totalidade no Oriente Médio, e os sunitas, pelo resto do mundo. Há grande confusão divulgada pela mídia entre o que seja o povo muçulmano e o Islamismo. Todo islamita é muçulmano, mas nem todo muçulmano é islamita. Tanto os muçulmanos como os islamitas, na sua maioria, são pessoas boas e trabalhadoras e pregam a sua fé cotidianamente. A causa deles é a religião e a devoção ao seu deus Alá que é adorado e reverenciado pelos rituais e o seu livro sagrado, o Alcorão. Os xiitas não têm causa alguma a defender, pois o terrorismo não pode ser considerado causa de luta, pois mostra esses comportamentos total desprezo à vida e matam e morrem por motivo inglório. Em todos os países muçulmanos em que estive, conversei com várias dezenas deles, e todos eles eram contra os insanos atos terroristas e falavam em paz e no amor à família, senti muita sinceridade nesses depoimentos. O Islamismo é a religião que mais cresce no mundo. A possibilidade de alguém morrer num ataque terrorista é infinitamente menor do que num acidente de carro ou com uma bala “perdida”. A mídia, consciente ou inconscientemente, dá destaque quase que glorificando os atos terroristas, mas não há essa ameaça global de terrorismo generalizado como os EUA pugnam. Há muitos interesses obscuros que financiam esses atos de terrorismo no mundo, usam e apóiam o terror para amedrontar as pessoas e que as mesmas vivam permanentemente em pânico e também para justificar as guerras. Há partidos políticos que se diziam de esquerda que em outrora eram paladinos do terrorismo e acreditavam assim poder construir “governos” alicerçados no medo e na força, o que não livra seus partícipes da hipótese de serem portadores de transtornos mentais, pois somente a doença mental pode justificar tamanha atrocidade. Falta desejo de viver e auto-estima nos terroristas e eles são seres profundamente perturbados e sem nenhum equilíbrio.
* Psicanalista