Meu novo livro: Novas abordagens

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quinta-feira, 20 de março de 2014

Israelenses e palestinos acordam - artigo - OPOVO

                         

   Pode parecer utópico um acordo entre israelenses e palestinos, mas houve no fim do ano passado, não para viverem em paz e solucionarem de vez a questão territorial já definida na Resolução da ONU nº 242, de 22 de novembro de 1967, em que manda Israel devolver as terras ocupadas ilegalmente na “Guerra dos Seis Dias”, pois o acordo foi para transposição de águas para a sobrevivência de todos naquela beligerante região. O acordo tentará salvar o “Mar Morto” que seca sem tréguas por conta do uso contínuo da água e vai trazer do “Mar Vermelho” água canalizada para dessalinização e beneficiar assim Israel, Jordânia e o que sobrou da Palestina.  
   Ao contrário do senso comum, Israel não é o “paraíso perdido” da solução de autossustentabilidade de água em tempos de chuvas escassas ou em solo de seca severa, pois a tecnologia do “gotejamento” foi importante para a agricultura israelense, bem como a dessalinização da água para o consumo humano, mas com a ampliação dos assentamentos pelo povo judeu na Palestina, a água tornou-se um problema de vida e de morte para os judeus e os palestinos. A “Guerra Dos Seis Dias”, entre Israel, Egito, Síria e Jordânia, iniciada em 5 de junho de 1967 por Israel, tinha como pano de fundo a busca por recursos hídricos —água —, pois Israel já antevia o colapso de água no seu Estado e somente na Cisjordânia concentram-se 30% de toda a água da Palestina, daí a resistência de Israel em cumprir a Resolução nº 242 que manda devolver os territórios ocupados — a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental, as colinas de Golan, na Síria, e o Monte Sinai, no Egito — o Egito fez acordo unilateral com Israel e recebeu de volta o Monte Sinai.
   A questão da escassez de água potável é global e gravíssima e não há solução tecnológica que possa garantir de forma peremptória o abastecimento perene desse precioso líquido para as populações...


Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista