Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 4 de agosto de 2007

Pais e filhos modernos - artigo - Diário do Nordeste


Opinião
LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Pais e filhos modernos

Um dos maiores tratados sobre educação vigente foi escrito pelo filósofo, Jean-Jacques Rousseau – “Émile”. Por ironia do destino e após o sucesso desse compêndio, Rousseau acabou escrevendo outro livro, “Confissões”, em que tenta justificar a razão de ter abandonado seus filhos num orfanato, causando assim, inequívoca contradição.A contemporaneidade produz jovens cada vez mais difíceis de se observar e a liberdade em demasia dada pelos pais faz deles jovens fadados aos inevitáveis transtornos emocionais, não somente pela carência afetiva, mas também pelo desejo de “gozar” a qualquer preço. Seguro estou de que, a explosão das drogas no mundo, diz respeito a carência afetiva nas pessoas. Os pais abriram mão de sua autoridade e não entendem que, a “diferença” deve ser respeitada, pois pai é pai, mãe é mãe, filho é filho e amigo é amigo, e baldeiam tanto essa relação que há confusão na cabeça dos jovens que querem que seus pais sejam seus “cúmplices” assim como são sempre os amigos. É muito difícil amizade verdadeira hoje em dia, e, os filhos devem saber que alguém que lhe oferece drogas ou coloca-o em situação constrangedora, não pode ser considerado amigo. A família passa por provação difícil, pois a desintegração da mesma e a ausência dos pais na educação dos seus filhos fazem com que eles aprendam o que deveria ser orientado em casa, na rua, e nas piores condições possíveis. A família do futuro, em tese, será apenas a “família possível”. Os pais também não devem alimentar “sentimento de culpa” por conta das desídias de seus filhos, pois essa relação familiar, além de complicada, é também cheia de equívocos insanáveis. Por outro lado, os filhos quando adolescentes, devem ser advertidos e saber que os pais se traumatizam por conta de seus comportamentos rebeldes. Todo filho sempre terá o que reclamar de seus pais, até porque, não há família perfeita. Como acertadamente disse o poeta: (...) Você me diz que seus pais não entendem/mas você não entende seus pais/você culpa seus pais por tudo/e isso é absurdo/são crianças como você/o que você vai ser, quando você crescer?
* Psicanalista

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