Meu novo livro: Novas abordagens

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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O mal-estar na contemporaneidade - artigo - Diário do Nordeste


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
O mal-estar na contemporaneidade

Sigmund Freud identificou na “consciência de culpa” o mal-estar na civilização e poucos entenderam a profundidade dessa importantíssima revelação. Pelo que tenho observado nos meus andarilhos, tentarei aqui, dentro das minhas limitações intelectuais, desenhar o que seria o mal-estar na contemporaneidade. O drama de muitos na contemporaneidade é a questão dos relacionamentos, tanto a falta, bem como os conflitos dos ainda existentes. As pessoas criaram nas suas cabeças paradigmas de relacionamentos perfeitos para se formarem famílias ou mesmo se relacionarem amistosamente. O mundo evoluiu muito rápido nesses últimos séculos e o homem conquistou a Lua, fez descobertas fantásticas na ciência, na tecnologia e na arqueologia, mas as tradições, religiosas ou não, não mudaram.Alguns sociólogos e psicanalistas dizem que os casamentos não estão mais prosperando devido a vários fatores, mas o que mais se observa é o desgaste na convivência devido ao aumento considerável que houve na expectativa de vida que quase dobrou nesses últimos tempos. As pessoas estão chegando aos 50 e 60 anos e se sentem perdidas e sem objetivos e ficam se perguntando: e agora? O que é mais hilariante é que os jovens parecem sofrer do mesmo mal, ou seja, falta de perspectivas e de objetivos de vida, até porque se não fosse não estariam “mergulhados” nas drogas, no álcool e na promiscuidade do sexo a qualquer “preço”. O que tem levado muito jovens – principalmente do sexo masculino – ao visível desequilíbrio e a terem transtornos de toda ordem é a questão da masturbação descomedida. A energia sexual é de um poder que poucos ainda se atentaram para isso e ela não pode e nem deve ser desperdiçada sem justificativas.As pessoas estão desesperadas para gozar – a palavra gozar aqui é usada no seu sentido mais amplo – e com isto acabam ficando frustradas e recalcadas, pois o desejo não realizado causa a frustração. A sociedade em que vivemos é hipócrita e emasculadora, pois por conta desses falsos conceitos religiosos que meteram nas nossas cabeças somos todos os dias “convidados” ao recalque. O psicanalista, Charles Melmam, aborda no livro “O homem sem gravidade – gozar a qualquer preço” que a contemporaneidade produziu uma nova economia psíquica e que muitos paradigmas foram modificados e hoje existiria um homem novo disposto a gozar de qualquer maneira. O mal-estar na contemporaneidade, em tese, é inevitável, pois as pessoas não querem mudar para ser felizes...Nota do autor - No artigo anterior, “Em busca da verdade”, o parágrafo em que falo da Índia dá margem para mais de uma conclusão, pois existem na Índia vários Sai Babas. Baba em sânscrito quer dizer “Pai” - e não se pode precisar peremptoriamente qual é o mais referenciado por lá, conforme afirmei no artigo em questão.

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