Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

A questão da culpa - artigo - Diário do Nordeste


Opinião
LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
(29/7/2007)

A questão da culpa

Essa parece questão simplória e inofensiva, mas não é, pois o sentimento de culpa pode e causa danos impressionantes nas pessoas que podem levá-las até a loucura. As pessoas que vivem remoendo o passado e sonhando com vinditas sofrem demasiadamente e sem justa causa, pois para se avançar tanto na seara pessoal, bem como na espiritual, faz-se necessário a libertação do passado, independente do que tenha acontecido. A cultura do temido e punitivo Deus criou no homem o fantasma da “culpa”, que as religiões trataram de potencializá-la para assim “controlar”, pelo medo, os seus rebanhos. Nada mais cruel, equivocada e desproporcional do que essa idéia da “consciência de culpa”, pois todos nós, de uma forma ou de outra, estamos inseridos nessa cultura anacrônica e ilógica das religiões. Seria razoável e prudente o homem renunciar a sua religião se assim fosse necessário para se libertar da consciência de culpa, pois além de ser a porta de entrada para as obsessões, esse malfadado e inútil sentimento atrapalha a evolução espiritual do homem. Os precursores da psiquiatria já haviam alertado para o fato de que as pessoas portadoras de transtorno mentais se queixarem sempre de sentimentos de culpa e de estarem “presas” ao passado. Bastar-se-ia somente essa inequívoca nosografia para se repensar todo o sistema religioso do mundo, já que esse sentimento nasce do medo de uma punição imaginária e fantasiosa que ninguém consegue provar.Tenho sérias dificuldades em entender os clérigos, pois divulgam tanto e atemorizam os seus fiéis com essas histórias de punição divina e isso e aquilo que poderá vir acontecer, quando nem eles têm garantido essa tal “salvação”. Estou seguro que nem os próprios homiliastas acreditam nos seus equivocados e pomposos discursos.Os textos sagrados são anacrônicos e cheios de contradições reais. O certo é que o homem deve urgentemente se libertar desse malfadado e perigoso “sentimento de culpa”. Perdoem-me todos os clérigos do mundo, mas saibam que serão responsabilizados pelas futuras gerações por terem atrasado o processo evolutivo da humanidade.

*Psicanalista

Nenhum comentário: