Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

sábado, 26 de março de 2011

Revolução Bolivariana - artigo - Diário do Nordeste

Revolução Bolivariana

 
Simón Bolívar (1783-1830), militar e maçom, é tido como “O Libertador” de vários países da América do Sul, especialmente a Venezuela, onde foi presidente. Homem de letras e de visão, emigrou para a Europa onde fez amizades no meio cultural e ingressou na franco-maçonaria parisiense e recebeu a missão maçônica de agregar a América do Sul num possível governo sul-americano. A influência de Bolívar ainda hoje na Venezuela é algo surpreendente, pois o atual presidente venezuelano, Hugo Chavéz, também maçom, reza na mesma cartilha do seu ídolo Bolívar. A contradição da Revolução Bolivariana se dá na questão da liberdade de expressão, pois na Venezuela, hoje, quase toda a mídia encontra-se tolhida do seu direito de divulgar a verdade dos fatos e Chavéz persegue os poucos veículos de comunicação que teimam em ser independentes. Na Revolução Francesa, liderada também por francos-maçons, o objetivo maior era justamente restabelecer a liberdade de expressão castrada por dezessete séculos pelos monarcas — somente no último semestre de 1789, 250 jornais impressos foram fundados na França. Na luta pela Independência dos EUA, os maçons usaram a tese da garantia das liberdades individuais e coletivas para seduzir os americanos e assim legitimar e fundar o Estado americano. O modo de operar as Revoluções Maçônicas é muito parecido, pois os líderes são trabalhados em sua imagem pública tornando-a íntegra e intelectual, assim como foi a de Robespierre e Napoleão na Revolução Francesa, Karl Marx na Revolução Proletária, Tiradentes na Inconfidência Mineira e Bolívar na Revolução Bolivariana. É quase um endeusamento que Chavéz e a população fazem de Bolívar, mas a verdadeira história venezuelana os venezuelanos não sabem. Praticamente todas as revoluções e “revoltas” depois do século XVIII, a Maçonaria esteve nos bastidores, curiosamente usando o sedutor discurso Francês americanizado da democracia – Liberdade, Igualdade e Fraternidade. É tentador imaginar que a Maçonaria está por trás dessa “revolta” repentina no mundo árabe que culturalmente tem raízes profundas com o totalitarismo.

 
Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

terça-feira, 22 de março de 2011

Por que a guerra? - artigo - Observatório da imprensa

"PROFECIAS" & GEOPOLÍTICA


Por que a guerra?


Por Luís Olímpio Ferraz Melo em 22/3/2011


   O Armagedom parece que está se armando, pois, usando a linguagem bíblica, a luta entre o bem e o mal é inevitável, faz parte das "profecias" e, portanto, tem que ser cumprida. A Terceira Guerra mundial avizinha-se e não será qualquer novidade se seu estopim for no Oriente Médio, como sugerem as últimas movimentações militares. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – ONU – autorizou ação militar na Líbia para "proteger" os civis das ações desastradas do seu ditador Muamar Kadafi. O curioso é que dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e também maiores fabricantes de armas do planeta, três – França, Reino Unido e EUA – já proclamaram que estão prontos para intervir na Líbia, juntamente com alguns países árabes, apenas um dia depois da resolução militar.
   Merece um estudo todos esses últimos sombrios eventos de "revoltas" nos países de cultura árabe, pois tradicionalmente essas plagas são governadas por ditadores totalitários e, de uma hora para outra, o povo descobre que precisa de liberdade para poder sobreviver. No caso do Iraque e das possíveis armas de destruição em massa que os EUA e a Inglaterra afirmavam peremptoriamente existir e que nunca foram encontradas, a verdade é que a notícia foi "plantada" e numa transmissão feita pela BBC de Londres, em 29 de maio de 2003, o jornalista Andrew Gilligan denunciou que o tal relatório do serviço de inteligência que afirmava a existência do iminente perigo iraquiano era falso. Soube-se, depois, que a fonte da notícia era o dr. David Kelly, um inspetor de armamento sem vínculo direto com o sistema de informação reservado governamental, que após a bombástica revelação apareceu suicidado em circunstâncias obscuras.
   Albert Einstein, fundador do estudo da energia nuclear, escreveu a Sigmund Freud, em 30 de julho de 1932, perguntando-lhe: "(...) Por que a guerra? Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra?" Freud respondeu-lhe: "(...) E quanto tempo teremos de esperar até que o restante da humanidade também se torne pacifista? Não há como dizê-lo. Mas pode não ser utópico esperar que esses dois fatores, a atitude cultural e o justificado medo das consequências de uma guerra futura, venham a resultar, dentro de um tempo previsível, e que se ponha um término à ameaça de guerra. Por quais caminhos ou por que atalhos isto se realizará, não podemos adivinhar. Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra..."

sábado, 19 de março de 2011

Escravos do dinheiro - artigo - Diário do Nordeste


Escravos do dinheiro

 
A História registra 60 crises financeiras desde o início do século XVII, e o primeiro pânico – hoje seria tipo “corrida aos bancos para sacar o dinheiro antes da quebra” – deu-se em 33 d. C, no Império de Tibério que foi obrigado a injetar um milhão de peças de ouro públicas no sistema financeiro para evitar o colapso. No pós-Primeira Guerra, a Alemanha viveu períodos difíceis na sua economia devido às dívidas da guerra – Tratado de Versalhes – e vivenciou uma hiperinflação que na época, os médicos chegaram a diagnosticar como uma doença e chamaram-na de “ataque de cifras”, devido à quantidade de números para se calcular a compra de qualquer coisa. O colapso alemão não somente desestabilizou a sociedade, mas impulsionou o Nazismo de Hitler ao poder. Na Grande Depressão, de 1929, quando o sistema financeiro de Wall Street, nos EUA, quebrou e refletiu negativamente em todas as economias dos continentes, o número de suicídios foi apavorante e famílias e empresas entraram em derrocada. Os banqueiros centrais que administraram a Grande Depressão foram: Montagu Norman, do Bank of England; Émile Moreau, do Banque de France; Hjalmar Schacht, do Reichsbank alemão e Benjamin Strong, do Federal Reserve Bank de New York – praticamente decidiram o futuro da economia mundial, sugerindo que o dinheiro tem poder e governa o planeta. Os embates, além dos interesses ainda hoje obscuros, eram se continuavam ou não com o padrão-ouro ou liberavam os países a emitirem dinheiro sem lastro no ouro. Depois da Grande Depressão ocorreram outras crises financeiras, mas a de 2008, novamente nos EUA, tida como a mais grave dos últimos 75 anos, voltou a colocar em xeque o sistema financeiro mundial. A História sempre se repete e a civilização deve entender que o sistema financeiro é um jogo que somente alguns poucos sempre invictos ganham. O dinheiro escravizou o homem, tornando-o egoísta e com desejos ilimitados, além de provocar guerras e discórdias entre os povos. O homem sábio vive na simplicidade, não é escravo do dinheiro e nem sofrerá no próximo colapso financeiro que se avizinha...

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista.

terça-feira, 15 de março de 2011

Dalai Lama, tsunami e outras informações - artigo - Observatório da imprensa

MÍDIA & GEOPOLÍTICA

Dalai Lama, tsunami e outras informações



Luís Olímpio Ferraz Melo



   A notícia internacional de que o Dalai Lama "renunciou" ao cargo político de governante do povo tibetano que dizia ter veio desacompanhada de elementos históricos importantes que podem auxiliar o leitor na compreensão da disputa entre o Tibete e a China. A tradição tibetana dos Lamas terminou em 1924, com a morte do 13º Dalai Lama. Tanto é que, por muito tempo, questionou-se a legitimidade do atual 14º Dalai Lama, que foi expulso pelo governo comunista chinês na Revolução Cultural. Antes da invasão chinesa, os Dalai Lamas ocupavam um cargo híbrido, ou seja, ora eram líder espiritual, ora governante, ou os dois ao mesmo tempo. A Revolução Cultural chinesa prometia "libertar" o Tibete dos tibetanos, coisa que até hoje ninguém entende, mas o fato é que somente com a derrubada do híbrido governo dos Lamas, e por consequência pondo fim à tradição cultural e religiosa daquele povo, os comunistas poderiam ocupar o Tibete e "implantar" uma nova cultura.
   O terremoto e o tsunami no Japão também ganharam destaque internacional pela violenta fúria da natureza, mas os cientistas já sabiam que a qualquer momento iria acontecer um mega-terremoto. Estive no Japão logo após um médio terremoto e os japoneses falavam com tanta calma de catástrofes naturais que você chegava a pensar como os nipônicos conseguem viver tranquilos em cima de uma ilha que poderá desaparecer do mapa.
   Os desastres naturais continuarão, pois fazem parte do ciclo da natureza, que a cada 12 mil anos precisa se renovar para continuar vivendo. O povo maia e outros mais antigos sabiam disso, tanto que o calendário maia finda em 21 de dezembro de 2012, sugerindo não ser viável e necessária a contagem dos dias após essa data. Em Israel, próximo à fronteira com o Líbano, visitei escavações arqueológicas em que os arqueólogos já haviam encontrado uma cidade em cima da outra, sugerindo já ter ocorrido mais de uma hecatombe.
   Por pura coincidência, o terremoto no Japão aconteceu um dia depois do 14º Dalai Lama fazer a sua profética renúncia política, mas para os que acreditam nos mitos religiosos e desprezam a informação de que a vida é apenas mera repetição de fatos, sugiro o evangelho de Marcos, 13:5-37: "E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e tribulações. Estas coisas são os princípios das dores (...). E se o Senhor não abreviasse esses dias ninguém seria salvo; mas por causa dos eleitos que ele escolheu, ele abreviou esses dias..."

domingo, 13 de março de 2011

Verdade premiada - artigo - Diário do Nordeste

Verdade premiada

A mentira é exortada na civilização e por toda a vida do sujeito, daí a criança perceber, desde cedo, que o mundo é hipócrita e que se faz necessário usar quase sempre máscaras para poder sobreviver. Ainda na infância, a criança percebe que se cometer atos desaconselháveis para a sua idade e contar a verdade sobre suas ações, será punida e que mentindo, há alguma possibilidade de sair incólume. A verdade é desencorajada e desprestigiada, mas o curioso é que todos querem a verdade nos outros. Porém, somente poucos estão dispostos a serem realmente verdadeiros. Na Justiça, o processo é semelhante ao cotidiano, ou seja, quase todos são orientados a mentir, ou a falsear a verdade, já que se falarem a verdade a punição é certa. A delação premiada é oferecida ao réu para que fale a verdade, com isto ganha a diminuição da pena e é somente assim, que se vem conseguindo a verdade na Justiça. A verdade dói e nem todos estão preparados para sabê-la, inclusive nos relacionamentos é possível afirmar que a verdade é oportunista, pois o sujeito somente conta ao seu cônjuge o que for viável e que não venha trazer problemas para o relacionamento. Porém, a mentira "engole" o fato e somente poucos conseguem perdoar e superar. A mulher fala uma "mentira branca" quando elogia outra sabendo que será retribuída, pois é apenas uma linguagem universal feminina para manter a autoestima em alta; já a do homem acontece na mesa de bar para enganar-se, pois todos sabem que é quase sempre mentira quando aumenta ou inventa as histórias. Os políticos usam a mentira para sobreviver no sistema, pois sabem que a verdade é inconveniente e impossível, por isso, ficam só no discurso sofismático. Há quem sinta prazer na mentira, exemplo: a meretriz geme e finge que goza na hora do ato sexual e o cliente até gosta, mesmo sabendo que é mentira e que ela faz isto com todos. Punir quem fala a verdade desestimula, antes pelo contrário, é preciso premiar e estimular a verdade na civilização, e, atenuar a pena prevista aos que deslizarem nas regras sociais, desde que estejam dispostos a falar a verdade.



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

sábado, 12 de março de 2011

A arte na religião - artigo - Espiritualidade - OPOVO

A arte na religião



   A História da arte confunde-se com a da religião, pois as pinturas rupestres da Antiguidade versavam sobre tradições de crenças e de adorações sagradas. Após o sucesso da arte grega e com o advento do Cristianismo, a arte ganhou lugar de destaque na cultura da civilização. No Renascimento, em que se quis voltar à arte e à cultura da Grécia antiga, a Igreja Católica investiu na arte em geral, mas não foi um casamento abençoado, pois os artistas deram muito trabalho para concluir as pinturas, estátuas e músicas. Leonardo da Vinci já era um artista genial, mas foi contratado pela corte de Milão para ser engenheiro militar e não artista; mesmo assim da Vinci deu uma contribuição na pintura renascentista extraordinária com os quadros: A Última ceia, A Virgem das rochas, a enigmática Mona Lisa e outros monumentos artísticos.
   Michelangelo desconfiava do papa Júlio II e achava que ele estava infiltrado entre seus auxiliares para ver a sua obra na Capela Sistina antes do término, coisa que Michelangelo não permitia, daí ter fugido de Roma sem concluir a obra. O papa Leão X mostrou profundo interesse pela música, pois ele mesmo tocava e compunha letras para a Igreja; e a Igreja apoiava os corais e os cantores, mas o cachê pago aos músicos não dava para garantir a salvação.
   A Igreja no século XV acreditava que as imagens sacras tinham um efeito moral na formação das pessoas, tanto o é, que exortava os pais a mostrarem para as suas filhas as imagens das santas Agnes, Catarina e Úrsula – com as suas 11 mil virgens (quase metade das pinturas religiosas renascentistas são da Virgem Maria) – para a valorização da virgindade nelas e que ficassem longe do pecado e das tentações – aos meninos era mostrada a imagem de Jesus (Apenas ¼ das pinturas renascentistas retrata o Cristo). No Concílio de Trento, em 1560, a literatura levou um duro golpe, pois com o Índice dos Livros Proibidos — foi instituído também um Índice das Imagens Proibidas — a censura tolheu a arte. A produção literária religiosa é quase toda baseada na Bíblia, pois com a censura do Índex, poucos ousaram rezar fora do Catecismo da Igreja, com medo da Santa Inquisição...
   Nos eventos religiosos, há o apelo musical – funerais, adorações, casamentos, dias de santo, missas, batizados, etc., e com o advento da trilha sonora, esses cantos se universalizaram – Aleluia, aleluia, aleluia... Os templos, Mesquitas, Sinagogas e Igrejas europeias, são de beleza artística admirável e impressionam pela suntuosidade.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

terça-feira, 8 de março de 2011

A política secreta internacional - artigo - Observatório da imprensa

WIKILEAKS

A política secreta internacional

Por Luís Olímpio Ferraz Melo em 8/3/2011

 
   O ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Gustavo Barroso, na sua obra História Secreta do Brasil, revela, entre outras coisas, como as sociedades secretas se infiltraram e agem nos bastidores da política brasileira. Porém, a sua obra foi desabilitada por interesses governamentais obscuros. Não é qualquer novidade que governantes e autoridades brasileiras são egressas de sociedades secretas, como parece ser o caso do tucano e governador de São Paulo Geraldo Alckmin revelado na semana passada pelo WikiLeaks. Frise-se, Alckmin, até que se prove o contrário, é um homem honrado, mas as insinuações dele pertencer a Opus Dei não são de hoje... Essas organizações secretas agem na calada da noite e o segredo é a maior arma utilizada. O juramento é aterrorizante, pois, no caso da maçonaria, o neófito "autoriza" a cortarem a sua língua e o pescoço caso venha a revelar os segredos maçônicos.
   Aqui no Brasil, desde D. Pedro I, passando por Deodoro da Fonseca e outros presidentes, saíram todos de lojas maçônicas e ainda hoje muitas autoridades são maçônicas e evitam proclamar esse status, sugerindo ser algo muito misterioso e altamente secreto a teleologia. Nos EUA, desde o primeiro presidente, George Washington, outros 14 ex-presidentes foram egressos da maçonaria, vários membros da Suprema Corte de Justiça também o foram e não é por acaso que a sede da maçonaria é na cidade de Washington D.C.
   Os Três Grandes, Roosevelt, então presidente dos EUA, Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, ambos maçons, e o comunista bolchevique Stalin – não há provas, mas tem-se evidências de que Stalin era também maçom –, entre acordos de alianças para a guerra e divisão territorial de países, criaram a Liga das Nações – hoje Organização das Nações Unidas (ONU) – e inauguram-na em 25 de abril de 1945, numa conferência em São Francisco, coincidentemente nos EUA. Os países governados pelos Três Grandes, mais a híbrida França e a China comunista, são os únicos membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU com poder de veto, mas curiosamente são também os gigantes da indústria bélica mundial...
   A Opus Dei é uma organização secreta a serviço do Vaticano, mas há evidências de que a sua criação se deu após a bula papal de Clemente 12, de 28 de abril de 1738, que foi corroborada em 17 de junho de 1751 por Bento 14, que proibia a maçonaria e dizia que os maçons pilhados pelos inquisidores poderiam falecer no cadafalso, pois a Igreja acreditava que a maçonaria conspirava contra a religião católica e o Estado. É assustadora e intrigante a história das sociedades secretas, pois o desejo de poder e de dominar a civilização parece ser a marca registrada de todas elas.

sábado, 5 de março de 2011

Espelho retrovisor - artigo - Diário do Nordeste

Espelho retrovisor

 

No trânsito, o espelho retrovisor tem importância significante, pois pode auxiliar o motorista a evitar acidentes - somente isto. No entanto, o sujeito utiliza na vida cotidiana o olhar no passado, como se estivesse permanentemente vigiando e com medo do que passou. A maioria das pessoas está presa ao passado e remoendo situações que não poderão mais ser modificadas e por conta disto sofrem com sentimentos de culpa e remorso pelo que fizeram ou deixaram de fazer. Chegam a glorificar o lado negativo do passado, mas não dão o mesmo destaque aos fatos positivos que aconteceram. É cruel o sentimento de culpa e há pessoas que acreditam carregar toda a culpa do mundo até por fatos que não deram causa. Freud dizia que o sentimento de culpa no homem nasce ainda na fase masturbatória - a mulher queixa-se de certo arrependimento após o ato masturbatório. A mulher que, por qualquer motivo, praticou o aborto, sente-se profundamente culpada por este ato extremo, mas que deve ser esquecido e creditado à imaturidade e ao desespero. As religiões contribuíram negativamente para a glorificação da culpa na civilização, inclusive, os 7 pecados capitais da Igreja foram cada um vinculados a um demônio; e algumas seitas religiosas exortam a castração e o autoflagelo, como forma dos fieis se penitenciarem por faltas que não cometeram. Qual a importância do passado no presente? Nenhuma! Os arquivos mentais servem apenas para registrar experiências; e não para se ficar remoendo fatos, desejando, em vão, modificar o que passou. Ninguém deve se sentir culpado, pois é da natureza humana o erro e, essa ideia equivocada de pecado e punição, jamais terá comprovação, pois trata-se apenas de alegorias. A Bíblia diz que o primeiro assassinato ocorreu quando Caim matou o seu irmão, Abel, por ciúmes e alguns exegetas míopes enxergaram nisto uma expiação para toda a humanidade; assim como o pecado original descrito na Bíblia e pelo qual todos ainda hoje teriam que responder. Ora, se Adão e Eva foram expulsos por Deus do Paraíso pelos supostos pecados, nós nada temos a ver com isto! Dane-se a culpa!



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

terça-feira, 1 de março de 2011

A cultura das revoluções - artigo - Observatório da imprensa

SOCIEDADES SECRETAS

A cultura das revoluções



Luís Olímpio Ferraz Melo



   A História cultural da civilização é de dominação e sempre houve desejo no homem de manipular e de governar os demais. O analfabetismo tem sido a melhor arma dos totalitários para continuarem a "controlar" o planeta e alienar cada vez mais a civilização. Desde a fundação de Roma, em 753 a.C, até a Revolução Francesa, em 1789-91, fomos governados por reis e monarcas, mas recentes arquivos abertos tê m trazido à tona elementos importantíssimos que nos auxiliam na compreensão desses eventos ditos revolucionários. Sabe hoje que foi a maçonaria que arquitetou a Revolução Francesa, inclusive sua trilogia – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – foi estampada como o estandarte da revolução.
   O discurso de liberdade da franco-maçonaria é sedutor e não encontra resistência na opinião pública, mas o que há por trás da maçonaria que é guardado com tanto segredo? Por que somente no quarto grau é revelada ao maçom a palavra secreta: "Jah-Bul-On", que é uma variação de quatro línguas: caldeu, hebraico, siríaco e egípcio? Não há dúvida de que a franco-maçonaria é constituída, na sua maioria, por homens dignos e honrados, mas nada justifica a falta de transparência nessas ações secretas.
   No dia 17 de novembro de 1845, na loja maçônica "Anarquistas de Bruxelas", ou "Le Socialiste", foi iniciado aos 27 anos de idade nas luzes da maçonaria aquele que viria a ser um de seus mais ilustres membros, Karl Marx. Habilidoso e demonstrando ter perfil de líder, Marx tornou-se o iluminado para liderar a revolução proletária rumo à construção do desejo maçônico de um governo único. Marx sabia que o movimento revolucionário somente teria sucesso se mobilizasse a classe operária, pois, além de menos esclarecida, era uma força civil gratuita e devastadora contra qualquer regime governamental.
   Simón Bolívar (1783-1830), militar, revolucionário e maçom, é tido como "o Libertador" de vários países da América do Sul. Homem de letras e de visão, emigrou para a Europa onde fez amizades no meio cultural, ingressou na franco-maçonaria parisiense e recebeu a missão maçônica de agregar a América do Sul num possível governo sul-americano. Não restam mais dúvidas de que a maçonaria arquitetou considerada parcela das revoluções e "revoltas" no mundo em nome da tão almejada liberdade. A repentina "agitação" indignada no mundo árabe hoje pode estar sendo "manipulada" por alguma sociedade secreta que deseja construir um planeta livre e democrático para controlá-lo à sua maneira. Acreditar que o Oriente Médio age conscientemente nessa agitação política, é desconhecer por completo a natureza humana.