Revolução Bolivariana
Simón Bolívar (1783-1830), militar e maçom, é tido como “O Libertador” de vários países da América do Sul, especialmente a Venezuela, onde foi presidente. Homem de letras e de visão, emigrou para a Europa onde fez amizades no meio cultural e ingressou na franco-maçonaria parisiense e recebeu a missão maçônica de agregar a América do Sul num possível governo sul-americano. A influência de Bolívar ainda hoje na Venezuela é algo surpreendente, pois o atual presidente venezuelano, Hugo Chavéz, também maçom, reza na mesma cartilha do seu ídolo Bolívar. A contradição da Revolução Bolivariana se dá na questão da liberdade de expressão, pois na Venezuela, hoje, quase toda a mídia encontra-se tolhida do seu direito de divulgar a verdade dos fatos e Chavéz persegue os poucos veículos de comunicação que teimam em ser independentes. Na Revolução Francesa, liderada também por francos-maçons, o objetivo maior era justamente restabelecer a liberdade de expressão castrada por dezessete séculos pelos monarcas — somente no último semestre de 1789, 250 jornais impressos foram fundados na França. Na luta pela Independência dos EUA, os maçons usaram a tese da garantia das liberdades individuais e coletivas para seduzir os americanos e assim legitimar e fundar o Estado americano. O modo de operar as Revoluções Maçônicas é muito parecido, pois os líderes são trabalhados em sua imagem pública tornando-a íntegra e intelectual, assim como foi a de Robespierre e Napoleão na Revolução Francesa, Karl Marx na Revolução Proletária, Tiradentes na Inconfidência Mineira e Bolívar na Revolução Bolivariana. É quase um endeusamento que Chavéz e a população fazem de Bolívar, mas a verdadeira história venezuelana os venezuelanos não sabem. Praticamente todas as revoluções e “revoltas” depois do século XVIII, a Maçonaria esteve nos bastidores, curiosamente usando o sedutor discurso Francês americanizado da democracia – Liberdade, Igualdade e Fraternidade. É tentador imaginar que a Maçonaria está por trás dessa “revolta” repentina no mundo árabe que culturalmente tem raízes profundas com o totalitarismo.
Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista