Meu novo livro: Novas abordagens

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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Religião, espiritualidade e a psicanálise - artigo - Diário do Nordeste

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
Religião, espiritualidade e a psicanálise

Advogado

“Ciência sem espiritualidade é loucura, espiritualidade sem ciência é fanatismo” Thomas Edson. A psicanálise tende a se afastar cada vez mais dos sistemas ditos religiosos, pois nota-se na clínica psicanalítica a forte tendência do homem de ser alienado pelas religiões, quando na verdade a psicanálise se propõe a libertar o homem das suas neuroses e paradigmas que fora estereotipados por milênios. Não há o que comemorar em relação às religiões, pois passados milênios, a tão prometida luz que libertaria a humanidade não chegou, pois são todas equivocadas e invenção da mente humana que a tudo quer controlar. Se o homem renunciasse a sua religião pouco ou nenhum prejuízo lhe acarretaria, pois a verdade sobre a espiritualidade não está na Bíblia.O espiritualismo é muito mais complexo e altruísta do que o sistema religioso propriamente dito, pois sublima-se a questão das religiões nele e se busca o auto-conhecimento como forma única de evolução espiritual sem assim tornar as pessoas neuróticas e fanáticas.A psicanálise nasceu por conta da descrença nas religiões e da falência do patriarcado e a Igreja Católica perseguiu-a ferrenhamente usando o padre Agostinho Gemelli (1878-1959) que a hostilizou tachando-a de Pansexualismo. É Freud que vem alertar a humanidade dizendo em seu livro, “O futuro de uma ilusão”, que todas as doutrinas religiosas são ilusões e que é tão impossível refutá-las quanto o é prová-las e que religião é uma neurose obsessiva universal.Freud fez experiências nas “mesas girantes” como médium e assumiu a defesa da telepatia, mas teve que recuar, pois havia muita oposição da Igreja e perseguição dos nazistas à psicanálise e essa nova ciência poderia levar a doutrina freudiana à derrocada. Em 24 de maio de 1919, Sandor Ferenczi apresentou a psicanálise com um movimento espiritual e Carl Gustav Jung estudava o Espiritismo e toda a sua obra visa resgatar o Sagrado dentro das pessoas e não fora.Em 1921, numa carta ao psiquiatra norte-americano Hereward Carrigton, que lhe havia pedido sua opinião sobre espiritualidade, Freud lhe respondeu em off: “Se eu me encontrasse no início de minha carreira científica, e não em seu fim, talvez escolhesse outros campos de pesquisas”. O niilismo no pensamento humano somente foi possível após a Revolução Francesa, no século XVIII, pois a ignorância, que causa todos os males da humanidade, deu lugar à ciência. A psicanálise, peremptoriamente, acredita na espiritualidade, porém, sem as anacrônicas e ilógicas dogmáticas das religiões.

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