Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 12 de junho de 2010

Evolução espírita - artigo - jornal OPOVO

Evolução espírita


Antes da Era cristã, o Espiritismo já era praticado no Tibete num ritual da religião Bon - havia comunicação com os espíritos, e animais eram sacrificados. Na edição de 1692, O livro de conveniências de Paris, incluía os horários em que o rei aplicava a “imposição das mãos” nos súditos, fato este conhecido como “toque real” e que, segundo a crença, curava os súditos de diversos males. Franz Mesmer desmistificou o “toque real” teorizando o magnetismo animal, ou passe magnético, como é conhecido no Espiritismo, pois o conhecimento espírita não é estranho à ciência e foi o próprio Kardec que recomendou que acompanhássemos a ciência quando houvesse conflito com os seus enunciados. A importante contribuição de Kardec deve-se ao seu compêndio do conhecimento espírita, mas é preciso avançar no estudo do mundo espiritual expurgando os mitos.

A psicanálise andou paquerando o Espiritismo e em 24 de maio de 1919, Sandor Ferenczi, discípulo mais querido de Freud, apresentou a psicanálise como um movimento espiritual, mas acabou tendo de recuar devido às críticas ao “desconhecido”. Numa carta datada de 24 de julho de 1921, em resposta ao psiquiatra norte-americano Hereward Carrigton, que lhe havia pedido sua opinião sobre espiritualidade, Freud lhe respondeu: “Se eu me encontrasse no início de minha carreira científica, e não em seu fim, talvez escolhesse esse campo de pesquisa e desafiaria todas as dificuldades”. Segundo a historiadora francesa Elisabeth Roudinesco, Freud fez experiências nas mesas girantes como médium, o que sugere que Freud não era cético em relação ao espírito como muitos imaginam.

Tanto a Igreja como a psiquiatria classificam os transtornos mentais como possessão demoníaca e doença da alma, respectivamente, porém, não proclamam a sobrevivência do espírito. O fenômeno da obsessão espiritual tem alcançado milhões de pessoas desprevenidas causando doenças e até desejos suicidas; ora por invigilância no comportamento, ora por uso contínuo de substâncias que causam dependência química, pois os espíritos influenciam em nossas vidas mais do que se imagina; seja lá o que se imagina.

É dito na edição de 30 de janeiro de 1997, do jornal L´Express, que 25% dos franceses buscavam na teoria da reencarnação a causa de seus problemas; e na análise é dito pelos analisandos que conseguiram “superar” a questão, mas quase nunca falam em “cura”. A Evolução do Espiritismo saúda o eminente Kardec, mas abandona de vez a nomenclatura de religião para se desincompatibilizar e auxiliar a civilização na busca da verdade e da plenitude do saber científico.


Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista e espírita