Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Vinculações mentais - Artigo - Diário do Nordeste

Opinião
Debates e idéias (30/12/2007)

Vinculações mentais

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

No dia 23 de agosto de 1973, três mulheres e um homem foram rendidos por seqüestradores num assalto a banco, em Estocolmo, na Suécia, e ao final do desfecho desse caso duas das vítimas acabaram se casando com os seus raptores, fato este que ficou conhecido mundialmente como a “Síndrome de Estocolmo”. Passa desapercebido nas pessoas a questão das vinculações mentais de tão sutis que são. Na historinha acima, percebe-se que os conflitos dos seqüestradores comoveram suas vítimas, que acabaram vivenciando os mesmos e se vinculando mentalmente com os seus algozes. Não é raro vermos no dia-a-dia essa situação se repetindo de diversas formas. Mulheres que são muito amigas e/ou na relação de filha e mãe que se confidenciam seus dramas mutuamente, acabam se vinculando mentalmente e a prova irrecusável disso é que até a menstruação passa a ter a mesma data. Muitas pessoas sofrem por problemas mundanos que nada tem a ver com elas e acabam se apropriando indevidamente daquele sofrimento, mas é necessário compreender que problemas coletivos exigem soluções coletivas. A vinculação mental gera dependência psíquica e é seguro dizer que as tragédias nos relacionamentos ocorrem por conta das pessoas não saberem separar o que é o problema de um e que é do outro. No estado contratransferencial, o sujeito vivencia o problema do outro por conta de estar vinculado mentalmente a outra pessoa, e isso é péssimo. Equivocadamente, os pais – mais as mães – querem fazer de suas filhas verdadeiras analistas e acabam sem saber tirando o glamour pela vida, pois no inconsciente delas são plantadas todas aquelas situações pejorativas que lhes são transferidas. Filhos não são analistas e devem ser poupados desse pesado encargo. As tragédias mundiais, sempre exageradamente destacadas pela mídia, produzem sofrimento em todos e as pessoas passam a desenvolver medos, tensões, angústias, ansiedades, mas é necessário saber separar e entender que quase nunca damos causa para aquelas situações. Portanto, não se justifica o sofrimento apenas por conta da sutil vinculação mental coletiva.

* Psicanalista

sábado, 8 de dezembro de 2007

O exemplo japonês - Artigo - Diário do Nordeste


Opinião
Debates e idéias
O exemplo japonês

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
Na manhã, do dia 6 de agosto de 1945, às 8 horas e 15 minutos, era detonada a primeira bomba atômica no mundo, na cidade de Hiroshina, no Japão. Depois desse evento, a humanidade nunca mais seria a mesma e as ameaças de outras guerras com arsenais de destruição em massa, pairariam para sempre. A chamada “guerra fria” campearia por todos os continentes amedrontando povos e nações inteiras com possíveis novas guerras mundiais. Desproporcional a forma de como é decidido o destino da humanidade, pois, dos 217 países do planeta Terra, com os mesmos números de governantes e/ou líderes religiosos, administram quase sete bilhões de pessoas. Tornar-se herói de guerra, geralmente morto, quase não se rende homenagens e é possível afirmar, com alguma segurança, que os poucos corajosos e que desejam ir à guerra, são na verdade, angustiados potenciais suicidas. Os japoneses não falam a língua inglesa e é por demais difícil se comunicar por lá, mas estou seguro de que inconscientemente haja bloqueio para se aprender a língua pátria dos EUA que tentou, em outrora, destruí-los. E não é diferente isso nos países muçulmanos, pois apesar de serem pessoas fantásticas, guardam mágoas e cicatrizes profundas dos povos que os rejeitam e, equivocadamente, os vêem de forma pejorativa, tudo isso por causa dos extremistas também chamados de xiitas, que nada têm a ver com a grande maioria dos muçulmanos. Não há esse “ódio” entre esses povos todos e parece-me algo apenas virtual. Não se pode descartar a hipótese de que todos esses profetas, que se matam em nome deles, nem sequer tenham existido. Tem muita coisa por trás das guerras. Nos países beligerantes, há sempre túmulos do “soldado desconhecido”, que diz no seu epitáfio: não sabemos o seu nome, mas sabemos muito bem o que você fez por nossa pátria - homenagem subliminar. Os japoneses não querem mais guerra de jeito nenhum. Em temporada nipônica, notei que, eles, apesar dos traumas, superaram as trágicas lembranças da bomba atômica e compensam com lhaneza sem fim a dificuldade extrema de comunicação lingüística que se tem naquela plaga.
* Psicanalista

sábado, 1 de dezembro de 2007

Debute da Nova Era - Artigo - Diário do Nordeste

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Debute da Nova Era

Estabeleceu o filósofo Marco Aurélio: “Onde não há julgamento, não há sofrimento”. Na Nova Era não deverá existir mais justiça como essa convencional ainda existente, pois não deu certo o seu modelo e as próprias comunidades deverão resolver as possíveis querelas de forma harmoniosa e rápida. Conselhos de conciliação serão formados nas comunidades em substituição aos políticos e aos juizes, para solucionar, planejar e decidir tudo. As pessoas viverão em comunidades que, serão organizadas por afinidades e consangüinidade, mas dentro do máximo respeito à dignidade do homem. O capitalismo escravizou toda a humanidade e atrasou o processo evolutivo da humanidade e, portanto, não deverá ser insistido esse anacrônico e inepto sistema. Sociedades secretas não serão instaladas, pois a transparência deverá ser exortada sempre. Boas tradições e costumes que foram desperdiçadas por ignorância do homem, serão restauradas na Nova Era, tais como: a prática diária da yoga, a alimentação natural, o respeito à Natureza, boas leituras, caridade e compaixão ao próximo, honestidade, ética e tudo no planeta deverá doravante ser ecologicamente correto. Os ensinamentos psicanalíticos até aqui amealhados sobre o comportamento humano, devem ser propagados para se evitar muitos dos sofrimentos humanos que são causados por mera ignorância. Religião alguma será aproveitada ou criada na Nova Era, pois todas, sem exceção, faliram e atrasaram também o processo evolutivo da humanidade e aposentaremos todos os deuses e santos existentes. A igualdade, a educação, o respeito e a solidariedade entre os povos será condição singular para que nunca mais no mundo aconteçam guerras e injustiças. Não se deve temer, mas não será fácil para ninguém a transição para a Nova Era, e os que estiverem entre os Escolhidos, deverão observar essas singelas anotações, pois a humanidade não pode mais cometer os mesmos erros de outrora. A vida e a história da humanidade são cíclicas e tudo que nos acontece faz parte do processo de renovação do mundo. Não mais tardará para a humanidade saber toda a verdade.
* Psicanalista