Meu novo livro: Novas abordagens

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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A questão palestina - artigo - Jornal OTEMPO de Minas Gerais


 Trata-se duma das questões mais importantes para a civilização. Pouco debatida e explicada, o leitor fica sem formar opinião por conta das várias versões sobre os fatos. Após a queda do último governo da Judeia e a destruição de Jerusalém, no ano 70, a região mudou de nome e passou a ser conhecida como "o país dos filisteus", ou Palestina, pois o desejo do Império Romano era desjudeizá-la. A Palestina transformou-se, ao longo desses dois milênios, numa cultura genuinamente árabe e palestino-muçulmana, pois a grande maioria dos judeus emigrou em diásporas para a Europa, África, Rússia e, depois, para os Estados Unidos. O Estado de Israel foi fruto do movimento sionista, que defendia, em apertada síntese, que os judeus somente estariam seguros se tivessem um Estado judaico para protegê-los das perseguições. A doutrina do sionismo foi fundada por Teodoro Herzl (1860-1904), que esteve apenas uma vez na Palestina.
A ONU aprovou, em 29 de novembro de 1947, por 33 votos a favor e 13 contra, a Resolução nº 181, que criaria o Estado de Israel e outro, palestino, que ainda não foi reconhecido completamente pela organização. Israel deveria ocupar 51% do território palestino, mas já na guerra pela posse, em 1948-49, ocupou 78% dele e expropriou 700 mil palestinos de suas terras. Apontada como obstáculo para a paz, hoje, a Guerra dos Seis Dias, contra o Egito, a Síria e a Jordânia, foi iniciada em 5 de junho de 1967, resultando na Resolução nº 242, do Conselho de Segurança da ONU, de 22 de novembro de 1967, que determinou, por unanimidade, que Israel devolvesse imediatamente cerca de 20% das terras ocupadas - a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental, as colinas de Golan, na Síria, e o monte Sinai, no Egito - à Palestina. Israel tem problema gravíssimo de falta de água, devido à seca severa; as fontes do rio Jordão estão na Cisjordânia e concentram 30% da água da Palestina.
   As diversas tentativas de acordo para a paz entre judeus, árabes e palestinos muçulmanos naufragaram em Oslo I e II, Camp David, Taba e Mapa da Estrada - a moeda de troca foi, quase sempre, ofertar terras pela paz.
   Em 14 de junho de 2002, Israel começou a construção de uma "barreira de segurança" na Cisjordânia (em Samaria e Judeia, nomes bíblicos), alegando que é para segurança dos israelenses, por causa dos atentados terroristas. Os palestinos chamam-na de "muro de anexação", uma vez que inviabilizou a vida social e econômica de várias comunidades palestinas, que dependem de áreas contínuas para sua sobrevivência, o que aumenta a tensão e reduz ainda mais as esperanças de novas tentativas de paz na Palestina.
   Recentemente, a ONU elevou o status da Palestina para Estado Observador, dando, assim, efetividade e eficácia parcial à Resolução nº 181, de 1947, mas uma solução definitiva para a paz continua longe...


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

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