Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 24 de abril de 2011

Mudança cultural - artigo - Diário do Nordeste

O imperador romano Adriano (76-138) travou luta contra os judeus e proibiu o judaísmo por conta da reclamação de que esta cultura em Jerusalém estava sendo profanada com construções que fugiam ao tradicional. Adriano não mediu forças para modificar a cultura judaica daquela época. Na Revolução Francesa, no século XVIII, tentou-se destruir a cultura religiosa existente para se impor outra, e igrejas foram destruídas, o calendário foi modificado, excluindo-se o "domingo", porém, no cadafalso foram guilhotinados milhares de dissidentes da revolução, como se fossem inimigos do povo. A cultura monarquista francesa foi substituída por uma nova ordem constitucional que defendia o liberalismo econômico e garantia a liberdade e a igualdade entre os franceses. Na Revolução Cultural chinesa, em 1950, no Tibete, os comunistas assassinaram um milhão e duzentos mil inocentes e inofensivos tibetanos para poder implantar a nova cultura comunista - bibliotecas inteiras foram destruídas e hoje outra história é contada para os tibetanos. No regime do Vichy, na França, (1940-44), durante a II Guerra Mundial, os nazifascistas ensinavam em cartilhas aos alunos a história modificada enaltecendo as "vantagens" daquele governo. A cultura dos povos vem sofrendo mudanças, ora forçadas, como as descritas, ora por empréstimos de outras culturas. A cultura na civilização hoje é híbrida e já quase não há virgindade em alguma delas, pois se implantou comidas, rituais, modas, arquitetura, etc., modificando a tradição cultural originária. O capitalismo não respeita cultura alguma e escraviza os povos priorizando sempre a produção à tradição e introduz a cultura do consumismo. O fenômeno da globalização possibilitou a modificação de culturas nativas tornando-as metropolitanas e desejosas do consumo desenfreado antes não existente. Os nativos da Ilha de Páscoa, na Oceania, tido como o local mais isolado do planeta, por exemplo, lutam para que não desapareça a sua cultura "Rapa Nui" (ilha grande), pois os hábitos dos turistas estão transformando a ilha numa metrópole capitalista como outra qualquer.


 

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

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