Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 10 de abril de 2011

A Idade das Trevas - artigo - Diário do Nordeste

A Idade das Trevas

 

O período denominado Idade das Trevas, em que a civilização quase não tinha acesso aos livros, pois além de caros eram raros, atrasou o processo evolutivo do homem. Atribui-se a Gutenberg e a sua invenção da prensa - mas, os chineses já haviam descoberto mil anos antes - o início do fim da Idade das Trevas, pois com produção em escala industrial de livros e panfletos aumentou a oferta de oportunidades para a leitura e o conhecimento. O grande desafio depois disto era criar a cultura da leitura nos europeus, pois não havia o hábito de ler e quase sempre os poucos leitores apenas ouviam os livros em rodas de leitura. Os que se sobressaíam na sociedade eram justamente os que tinham acesso aos livros, daí as disputas nos portos por livros raros quando chegavam de navios de outros países. Mesmo diante desse avanço na produção de livros, o crescimento intelectual ainda era tímido e o número de leitores crescia a passos de tartaruga. Na Inquisição, no Concílio de Trento, a Igreja Católica lançou um Índice dos Livros Proibidos, frustrando assim o deslindar da expansão do livro e da leitura na sociedade europeia. Uma sociedade sem livros e leitores não é nada e deve-se encorajar as crianças e os jovens a adquirir o hábito da boa leitura, pois é fundamental para o homem e a sociedade - toda iniciativa de divulgar livros e conhecimento deve ser louvada e enaltecida. No Iluminismo, o conhecimento ficou restrito a um grupo de intelectuais que usaram-no para divulgar suas ideias e proporcionar a Revolução Francesa. Gigantes da literatura revelaram-se nesse período e suas obras tornaram-se leitura obrigatória para as gerações vindouras. Há problemas ainda nas traduções de alguns livros, mas isso não anula a sua importância e o preço dos livros está cada vez mais acessível tornando assim a leitura muito mais interessante. Parece-me que vivemos um segundo Renascimento, pois se espalham salutarmente novas livrarias, espaços culturais, gosto pela arte - música, pintura, esculturas, etc. - aumentou-se o interesse por viagens culturais e por leituras sobre a cultura da civilização.



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

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