Meu novo livro: Novas abordagens

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reeleição na OAB - Artigo - Jornal O Estado

Opinião

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reeleição na OAB

Luís Olímpio Ferraz Melo

Soube pela imprensa que o eminente presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – secção do Ceará -, colega Hélio Leitão, pensa em reeleger-se novamente. Na hora fiquei pensando a razão de tal pretensão, pois somos no Ceará algo em torno de vinte mil advogados e por qual sentido somente um pequeno grupo se reveza na presidência da OAB? Se confirmado este fato e não houver outras candidaturas que possam oxigenar a nossa valorosa OAB, mostrará a falência e a desarticulação de toda a categoria. O nobre colega e ex-presidente da OAB/CE, Paulo Quezado, um dos melhores presidente que já tivemos, sem demérito para com os demais, é quem ainda hoje comanda e decide, em última instância, a eleição na nossa casa conjuntamente com meia-dúzia de colegas. É sabido que a eleição na OAB é caríssima e cheia de conchavos, o que acaba afastando outros valorosos colegas da disputa eleitoral, mas não podemos aceitar silenciosamente que continue a panelinha eternamente, visto que esse grupo atual já perdura se revezando há décadas no poder. Outra coisa que me chama a atenção, coincidência ou não, é que somente no período eleitoral é que os colegas candidatos abrem a boca para fazer críticas e falar em mudanças (?).Quero deixar consignado que não tenho nenhum interesse e não serei candidato a qualquer cargo da OAB, mas não abro mão da minha prerrogativa de questionar esse modelo anacrônico de curral e cabresto eleitoral usado pelo grupo dominante. A OAB precisa lutar contra o corporativismo dentro da advocacia, pois o mesmo influencia até na eleição pelo comando da OAB, pugno, inclusive, pelo máximo de rigor no nosso insigne Tribunal de Ética para punir os colegas que eventualmente não honrem a nossa nobilíssima profissão. Esfriou na OAB a vigilância contra a corrupção e a mesma ficou em segundo plano, pois o primeiro é sempre a manutenção no poder a qualquer preço. Qualquer colega advogado que eventualmente ocupe o cargo de presidente da OAB/CE, não pode usar o cargo por vaidade e outros interesses que não sejam o dos advogados, pois não estamos mais nos tempos do imperialismo onde os reis e monarcas governavam até a morte. A OAB surgiu na década de 30, do século passado, em meio à revolução e a um governo provisório e era conhecida como a caixa de ressonância dos anseios e da defesa do povo brasileiro, mas nos últimos tempos a coisa mudou muito. A maioria dos colegas não se manifesta com medo de represália ou preferem ficar em cima do muro, mas digo a estes que não tenham medo não, pois a OAB somos todos nós e temos que desejar e lutar sempre pela independência da nossa OAB.

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