Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Colapso econômico - artigo - Diário do Nordeste


A primeira Bolsa de Valores foi fundada em Bruges, na Bélgica, no ano de 1409, seguida das de Antuérpia (1460), Lyon (1462), Amsterdã (1530), Londres (1554), Hamburgo (1558) e Copenhague (1624). É ainda no século XVII que se forjou a palavra "stockjobbers" (especuladores) quando a Bolsa engatinhava para sair da comercialização de produtos para entrar no mercado de títulos e ações. As especulações giravam em torno das informações náuticas sobre o "Grande Mar do Sul" (Oceano Pacífico da América do Sul) em que os especuladores se reuniam diariamente no Café Exchange Alley, o que motivou o surgimento das agências de notícias para facilitar a distribuição das informações, pois as notícias e os boatos alimentavam as Bolsas. No século XVIII, usava-se em Londres a expressão "buyer of bearskins" (comprador de peles de urso), pois as comercializações nas Bolsas aconteciam antes mesmo da matança dos ursos.
A Grande Depressão, em 1929, nos EUA, em que houve a quebra da Bolsa de Valores de Wall Street, em Nova Iorque, e num efeito dominó quebrou milhares de bancos e fecharam outras tantas empresas comerciais, levando ao colapso a economia atingindo reflexivamente outros continentes, teve como elementos decisivos o alto endividamento dos americanos, bem como o consumo exagerado de bens móveis, especialmente veículos e a especulação na Bolsa de Valores - cenário muito parecido com o atual... O governo americano relutava em regulamentar a Bolsa de Valores, conhecida como, "A confusão das confusões", pois havia muitos interesses econômicos da elite por trás da jogatina, mas no dia 24 de outubro de 1929, a bolha especulativa estourou deixando rastro de destruição por todos os lados. O que viria a seguir era algo até então inimaginável, pois a ilusão da especulação acabou não somente com a economia, mas também com o glamour e a dignidade da sociedade que passou a enfrentar dificuldades até para a alimentação e a higiene pessoal. O pagamento das dívidas externas dos países tornou-se escravidão para a civilização, pois essas "dívidas" foram contraídas sem transparência e são impagáveis e será o estopim do próximo colapso econômico mundial que se avizinha. O homem tornou-se escravo do dinheiro e das ilusões mundanas, mas precisa mudar urgentemente de mentalidade.

 
Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

Um comentário:

Fabiola Uchoa disse...

Ola Luis, parabéns pelo blog. Nao conhecia a expressão buyer of bearskins, apenas mercado bull para mercado em alta pois o touro ataca com chifrada para cima e mercado bear pois urso ataca com patada de cima para baixo.
abraços

Fabiola Uchoa