Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 18 de setembro de 2011

Canal da corrupção - artigo - Blog do Eliomar de Lima

   Historicamente, os governantes são fascinados pela construção de grandes obras, mas nem sempre esse desejo é pelo bem-estar de seus governados, pois há interesses pessoais — comissões — e políticos partidários — campanhas eleitorais —, sem falar nos generosos lucros que geram para os banqueiros que financiam essas empreitadas; ora pelo recebimento de altos juros, ora pela exploração do negócio. Em 1884, o governo dos EUA assinou com o de Manágua, um tratado, dito de Zavala, para a construção de um canal através da Nicarágua que atravessaria o Panamá, ou a Nicarágua, para ligar os dois oceanos, que viria a se chamar: Canal do Panamá. Em 1893, houve uma crise de pânico na Bolsa de Valores de Nova Iorque acarretada, entre outros fatos, pela falência da Companhia Lesseps, que construía o Canal do Panamá, obrigando-a a interromper a escavação do canal, causando grande prejuízo. O Parlamento Francês abriu investigação para apurar o ocorrido e descobriu que a Companhia Lesseps corrompeu políticos de primeiro plano, além de jornalistas famosos para mascarar a verdade sobre o avanço das obras.
   No endividado Brasil, a corrupção generalizada é cultural e os recursos públicos escoam pelo ralo da improbidade e desde o império sobram denúncias de malversação do erário e é comparável a uma metástase, pois parece não ter cura. No intrigante dia 3 de agosto de 1914, foi inaugurado o Canal do Panamá, porém, o fato passou totalmente despercebido, pois "coincidentemente", foi o dia em que explodiu a Primeira Guerra Mundial. O Canal de Suez, inaugurado antes do Panamá, também teve o mesmo destino de denúncias de corrupção na sua construção.
   Os portos, tradicionalmente, são vias importantes para o intercâmbio de livros, mercadorias, alimentos, etc. Inclusive, os canais hidroviários são meios de comunicação necessários entre as nações, mas devido aos desvios com superfaturamento e pagamento de propinas dos recursos da contrapartida e dos empréstimos a juros extorsivos, acabam inviabilizando o progresso dos países que se pensava serem beneficiados, mas que ficam apenas a ver navios…

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista.

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