Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

sábado, 29 de janeiro de 2011

Reflexões maçônicas - artigo - jornal OPOVO - Espiritualidade


Reflexões maçônicas

 

   Tem-se sempre questionado se a sociedade secreta denominada Maçonaria é ou não uma religião, ou apenas uma confraria masculina em que seus partícipes reúnem-se e juram guardar segredos. A questão é complexa, mas hoje quero dar uma contribuição para auxiliar na compreensão do leitor do que é a franco-maçonaria. Há várias hipóteses de datas para o surgimento da Maçonaria, mas a mais recorrente na modernidade é a fundação da loja maçônica na Taverna da Macieira, em Londres, Inglaterra, em 24 de junho de 1717. Sabe-se que a Maçonaria aceita homens de qualquer religião, mas todos têm apenas que acreditar num deus – o da Maçonaria é o Grande Arquiteto do Universo. A Maçonaria preenche os requisitos genéricos para ser considerada uma religião no sentido formal, pois há adorações, crenças, imagens, rituais e cultos, mas os maçons não admitem ser uma religião.
   A Maçonaria foi copiada da sociedade secreta israelense dos “Irmãos Essênios” que se confunde com a Maçonaria em vários momentos da História; e em algumas tradições religiosas é dito, mesmo sem provas materiais, que Jesus Cristo teria sido maçom da antiga ordem maçônica – ou essênica – e sua perseguição e morte ocorreram por conta de Ele ter revelado os segredos que os fariseus queriam guardar para uso próprio. Daí sugerir a razão do repúdio da Maçonaria à imagem da cruz e ao crucifixo por conta deste obscuro evento. A Maçonaria é composta, na sua maioria, por homens honrados e dignos, mas somente pouquíssimos chegam ao grau máximo – 33º grau no Rito Escocês Antigo e Aceito – quando o maçom conhece todos os segredos da Maçonaria. Somente no quarto grau é revelada ao maçom a palavra secreta: "Jah-Bul-On", que é uma variação de quatro línguas: caldeu, hebraico, siríaco e egípcio; e o símbolo que supostamente substitui a cruz na Maçonaria é o compasso e o esquadro – instrumentos dos construtores.
   A Igreja Católica, que é cristã, perseguiu os maçons na Inquisição, pois acreditava que a Maçonaria era uma ameaça ao domínio da religião católica; e Hitler e Mussolini também perseguiram os maçons por conta do poderio que uma sociedade secreta pode causar num governo. Na Revolução Francesa, a Maçonaria tentou anular a religião, inclusive retirando do calendário o dia de “domingo” para os fiéis não irem às missas, mas não houve êxito e não é claro se há religiosidade dentro da Maçonaria, pois vários de seus membros iluministas não nutriam apreço algum pelas religiões, exemplo: Montesquieu, Kant, Rousseau, Voltaire, Karl Marx etc.


Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista.

Nenhum comentário: