Meu novo livro: Novas abordagens

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terça-feira, 15 de maio de 2012

Análise do terrorismo americano - artigo - Observatório da imprensa


Há algo de obscuro na mídia internacional em relação à questão do terrorismo, pois a forma como são divulgadas as supostas tentativas de atos terroristas dá margem a diversas interpretações e suspeitas. Em recente viagem ao Afeganistão, Barack Obama, presidente dos EUA, afirmou na mídia que o fim da rede terrorista Al-Qaida estaria próximo, trazendo assim alívio e segurança ao planeta. Na semana imediata, os EUA divulgaram também na mídia que conseguiram “abortar” uma tentativa da Al-Qaida de explosão de um avião comercial americano saindo do Iêmen, graças à ação de contraterrorismo de um agente secreto jogo duplo que teria se infiltrado naquela rede terrorista e se oferecido para ser homem-bomba suicida – a notícia ainda veio acompanhada de imagens de um suposto novo material que seria capaz de passar despercebido pelos detectores de metais e de explosivos nos aeroportos.
A tentativa “abortada” coincidiu com o aniversário da morte do terrorista Osama bin Laden, supostamente morto no Paquistão. Porém, no final da matéria, veio o anúncio consolador: nenhum americano teria ficado em risco durante a suposta tentativa de ataque aéreo terrorista. A divulgação das supostas tentativas de ataques terroristas sem que se tragam à tona maiores detalhes e análises pode ser comparada ao próprio ato terrorista, pois as pessoas ficam apreensivas sem ter qualquer informação acerca dos possíveis locais, dias e horários em que possam acontecer essas tentativas e têm que ficar refém das “fontes” dos serviços secretos desses países obcecados pelo terrorismo – a probabilidade de morte num atentado terrorista é infinitamente menor do que num acidente de trânsito...
Outro ponto que merece destaque, e não é observado pela mídia, é a questão da “coincidência” da proximidade das eleições americanas com a pauta vinculada ao aumento do risco de atentados terrorísticos, sugerindo que o tema é usado como propaganda subliminar para implantar medo nos americanos e insinuando que somente estarão seguros se o Barack Obama for reeleito. Não foi por acaso que o ex-presidente americano Bill Clinton, também democrata, elogiou Obama por ter autorizado o assassinato de Bin Laden, inclusive insinuando que Mitt Romney, atual candidato republicano e que disputará a presidência dos EUA, talvez não tivesse essa coragem...
Beira o deboche a cobertura da mídia internacional que não traz à baila análises dessas “coincidências” e informações acima, que fazem toda a diferença na divulgação e na relação das notícias acerca dos supostos e iminentes atentados terrorísticos e as eleições nos EUA...

Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista



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