Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 29 de outubro de 2011

Em nome da honra - artigo - Diário do Nordeste

Na cultura muçulmana, a honra é mais importante do que a vida, pois nesses países, as mulheres que forem pilhadas em adultério, crime considerado contrário à honra da tribo, são apedrejadas até a morte para desestimular outras que, porventura, pensem em praticá-lo. O estarrecedor é que a mulher casada pode ser condenada à morte por apedrejamento por conta de um simples olhar a outro homem, bastando para tanto, que quatro testemunhas confirmem o ato. Em 1999, no Paquistão, Samia Sarwar, mulher muçulmana, mãe de dois filhos, procurou uma advogada para que fizesse o seu divórcio, alegando não mais suportar o marido, mas antes de assinar a procuração foi fuzilada na frente de sua mãe que a acompanhava e tinha planejado a emboscada (!). A mãe justificou o ato dizendo que era para defender a honra da família e de sua comunidade, pois o divórcio para eles é um atentado contra a família e a religião islâmica. Como se não bastasse tamanha crueldade, a mão da vítima é cortada, pois é a "prova" para o chefe da tribo de que a adúltera, ou divorciada, foi realmente executada. No fim de 2003, prisioneiras da prisão de Abu Ghraib, no Iraque, fizeram circular uma "carta aberta", em que pediam para morrer antes da data da execução, pois não suportavam mais as torturas de todas as espécies pelos seus crimes: adultério - e até as que foram vítimas de estupros (!). Pela tradição tribal iraquiana essas mulheres "manchadas" teriam que ser eliminadas para não violar a honra coletiva. O que é mais espantoso é que há mulheres que defendem essa prática cavernosa em nome de uma pseudomoralidade. Frise-se, a cultura muçulmana machista permite a poligamia, podendo o homem ter até quatro mulheres - se conseguir sustentá-las, é lógico - e nunca se levantou a relação dos crimes de adultério com esses tradicionais casamentos "arranjados", em que a família da noiva paga a do noivo dote para viabilizar o enlace matrimonial. Há um equivoco na cultura muçulmana, pois Maomé ensinou amor, e não crueldade, aos seus discípulos; e a história da civilização não pode mais continuar a ser escrita com sangue.



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

Um comentário:

disse...

Dai se ver Luiz como existem no nosso planeta nações ainda tão atrasadas, tão precárias do real conhecimento que nos foi deixado com relação ao verdadeiro amor e respeito ao outro, fico imaginando quanto atrocidade, meu deus como é possível nos dia de hoje.