Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 6 de agosto de 2011

Perversão humana - artigo - Diário do Nordeste

Numa carta datada de 9 de abril de 1935, em resposta a uma mãe aflita por ter descoberto que seu filho era gay, Freud escreveu: "Minha senhora, não sei por que não me disse que seu filho é homossexual. Saiba que o homossexualismo não chega a ser alguma vantagem, mas também não é nenhuma doença. Trata-se de uma falha no desenvolvimento sexual do indivíduo (...)". Até o ano de 1974, a Associação Americana de Psiquiatria - APA -, manteve o homossexualismo - masculino e feminino - como uma doença mental, mas esse conceito foi abolido; e em 1987, o termo "perversão" foi substituído por "parafilia" e os homossexuais e as lésbicas ficaram livre do rótulo de perversos sexuais. A pedofilia acontece desde a Antiguidade, mas vem ganhando destaque na mídia, devido à posição social dos pedófilos pilhados, quase sempre, até então, acima de qualquer suspeita. O pedófilo, na sua maioria, pode ter sido molestado na sua infância, o que não atenua o crime, mas foi por conta da contradição, que Freud, em 21 de setembro de 1897, numa carta ao amigo Fliess, explica o abandono da teoria da sedução, pois descobriu que as mulheres inventavam, sem mentir, seduções na infância, daí tê-la transformado em teoria da fantasia - ou seja, a pedofilia é uma perversão sexual, mas é preciso cautela e equilíbrio na apuração desse hediondo crime. Ao lado da perversão da pedofilia, aparece a triste figura do terrorista que, antes de tudo, é um suicida em potencial e quer vincular o ato extremo do terror a uma causa religiosa e/ou política, mas no fundo de sua alma, há um sofrimento existencial profundo e somente a loucura explica tamanha perversão. A pedofilia e o terrorismo são perversões, mas surgiu o alienador parental que, quase sempre, é a mulher, pois fica mais tempo com o rebento após a separação; e usa o filho como escudo para se vingar do ex-companheiro afastando-o, hostilizando-o e impedindo assim a plenitude do amor filial. É um ato perverso e desumano alienar parentalmente uma criança indefesa e inofensiva - nem os animais irracionais são capazes de tamanha crueldade com os seus filhotes.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

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