Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 19 de março de 2011

Escravos do dinheiro - artigo - Diário do Nordeste


Escravos do dinheiro

 
A História registra 60 crises financeiras desde o início do século XVII, e o primeiro pânico – hoje seria tipo “corrida aos bancos para sacar o dinheiro antes da quebra” – deu-se em 33 d. C, no Império de Tibério que foi obrigado a injetar um milhão de peças de ouro públicas no sistema financeiro para evitar o colapso. No pós-Primeira Guerra, a Alemanha viveu períodos difíceis na sua economia devido às dívidas da guerra – Tratado de Versalhes – e vivenciou uma hiperinflação que na época, os médicos chegaram a diagnosticar como uma doença e chamaram-na de “ataque de cifras”, devido à quantidade de números para se calcular a compra de qualquer coisa. O colapso alemão não somente desestabilizou a sociedade, mas impulsionou o Nazismo de Hitler ao poder. Na Grande Depressão, de 1929, quando o sistema financeiro de Wall Street, nos EUA, quebrou e refletiu negativamente em todas as economias dos continentes, o número de suicídios foi apavorante e famílias e empresas entraram em derrocada. Os banqueiros centrais que administraram a Grande Depressão foram: Montagu Norman, do Bank of England; Émile Moreau, do Banque de France; Hjalmar Schacht, do Reichsbank alemão e Benjamin Strong, do Federal Reserve Bank de New York – praticamente decidiram o futuro da economia mundial, sugerindo que o dinheiro tem poder e governa o planeta. Os embates, além dos interesses ainda hoje obscuros, eram se continuavam ou não com o padrão-ouro ou liberavam os países a emitirem dinheiro sem lastro no ouro. Depois da Grande Depressão ocorreram outras crises financeiras, mas a de 2008, novamente nos EUA, tida como a mais grave dos últimos 75 anos, voltou a colocar em xeque o sistema financeiro mundial. A História sempre se repete e a civilização deve entender que o sistema financeiro é um jogo que somente alguns poucos sempre invictos ganham. O dinheiro escravizou o homem, tornando-o egoísta e com desejos ilimitados, além de provocar guerras e discórdias entre os povos. O homem sábio vive na simplicidade, não é escravo do dinheiro e nem sofrerá no próximo colapso financeiro que se avizinha...

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista.

Um comentário:

Bruno Eduardo disse...

Excelente artigo Luís!

Acho que devo comentar também que a partir do momento em que o indivíduo pensar no Dinheiro como um meio e não como um fim, essa relação de escravidão com a moeda ficará no mínimo em xeque.

Forte abraço e felicidades,
Bruno Eduardo