Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

sábado, 12 de março de 2011

A arte na religião - artigo - Espiritualidade - OPOVO

A arte na religião



   A História da arte confunde-se com a da religião, pois as pinturas rupestres da Antiguidade versavam sobre tradições de crenças e de adorações sagradas. Após o sucesso da arte grega e com o advento do Cristianismo, a arte ganhou lugar de destaque na cultura da civilização. No Renascimento, em que se quis voltar à arte e à cultura da Grécia antiga, a Igreja Católica investiu na arte em geral, mas não foi um casamento abençoado, pois os artistas deram muito trabalho para concluir as pinturas, estátuas e músicas. Leonardo da Vinci já era um artista genial, mas foi contratado pela corte de Milão para ser engenheiro militar e não artista; mesmo assim da Vinci deu uma contribuição na pintura renascentista extraordinária com os quadros: A Última ceia, A Virgem das rochas, a enigmática Mona Lisa e outros monumentos artísticos.
   Michelangelo desconfiava do papa Júlio II e achava que ele estava infiltrado entre seus auxiliares para ver a sua obra na Capela Sistina antes do término, coisa que Michelangelo não permitia, daí ter fugido de Roma sem concluir a obra. O papa Leão X mostrou profundo interesse pela música, pois ele mesmo tocava e compunha letras para a Igreja; e a Igreja apoiava os corais e os cantores, mas o cachê pago aos músicos não dava para garantir a salvação.
   A Igreja no século XV acreditava que as imagens sacras tinham um efeito moral na formação das pessoas, tanto o é, que exortava os pais a mostrarem para as suas filhas as imagens das santas Agnes, Catarina e Úrsula – com as suas 11 mil virgens (quase metade das pinturas religiosas renascentistas são da Virgem Maria) – para a valorização da virgindade nelas e que ficassem longe do pecado e das tentações – aos meninos era mostrada a imagem de Jesus (Apenas ¼ das pinturas renascentistas retrata o Cristo). No Concílio de Trento, em 1560, a literatura levou um duro golpe, pois com o Índice dos Livros Proibidos — foi instituído também um Índice das Imagens Proibidas — a censura tolheu a arte. A produção literária religiosa é quase toda baseada na Bíblia, pois com a censura do Índex, poucos ousaram rezar fora do Catecismo da Igreja, com medo da Santa Inquisição...
   Nos eventos religiosos, há o apelo musical – funerais, adorações, casamentos, dias de santo, missas, batizados, etc., e com o advento da trilha sonora, esses cantos se universalizaram – Aleluia, aleluia, aleluia... Os templos, Mesquitas, Sinagogas e Igrejas europeias, são de beleza artística admirável e impressionam pela suntuosidade.



Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista

Nenhum comentário: