Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 19 de setembro de 2010

Disputa de gigantes - artigo - Diário do Nordeste

Disputa de gigantes

 


Bibliotecas reivindicam o título de maior do mundo, mas não é fácil esclarecer e proclamar a vencedora, mesmo o Guiness Book já tendo a sua eleita. Há critérios técnicos que devem ser observados, tais como: quantidade de livros, artigos, dissertações, teses, fotografias, jornais, espaço físico, documentos inéditos, etc. A biblioteca de Nínive, na Assíria, no século VII antes de Cristo, possuía 25 mil plaquetas de argila, que eram usadas como livros e foi tida como a maior daquela época. Alexandre, o Grande, deu nome a uma das maiores bibliotecas da Antiguidade, a de Alexandria, no Egito, onde era possível encontrar antes de ser incendiada, milhares de rolos de pergaminhos. Na biblioteca de Ambrosiana, na Itália, os leitores eram aquecidos com braseiros, diminuindo assim a preocupação com eventual incêndio. De 1880 para cá houve aumento considerável na procura pelas bibliotecas, pois o advento da luz elétrica facilitou as pesquisas e leituras que eram limitadas ao bel-prazer da luz solar. Na biblioteca de Oxford, na Inglaterra, ainda hoje tem que se fazer juramento ao entrar de que não produzirá centelha que possa colocar em risco os livros. No século XV, após a fundação na Europa da Imprensa por Gutenberg - os chineses já tinham inventado há mil anos -, a produção de livros se proliferou de tal forma que era dito ironicamente que ninguém tinha mais tempo para lê-los, pois a oferta era enorme e no máximo se conseguia ver somente as capas. Os clientes das bibliotecas eram em geral os polímatas - homens de ampla cultura, hoje também conhecidos como intelectuais. A biblioteca do Congresso Nacional em Washington, nos EUA, a Nacional de Saint Petersburgo, na Rússia, a Biblioteca Nacional de Madri, a Bibliothèque Nationale em Paris e o British Museum em Londres, por exemplo, reivindicam o título de maior do mundo. Os 300 livros de Epicuro perdidos e outros tantos que ainda não foram achados desfalcam as gigantes bibliotecas que buscam o reconhecimento do seu tamanho, mas muitos homens de letras têm hoje a sua biblioteca particular, mas é bom não entrarmos nessa briga.



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

psicanalista

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