Meu novo livro: Novas abordagens

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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Violência versus mídia - Artigo - Jornal O Estado e Observatório da Imprensa

Violência versus mídia
28 de outubro de 2008
Não lembro a última vez que assisti a algum programa policial que trate da violência urbana como “produto”, pois identifiquei que, inconscientemente, os produtores e apresentadores, estão propagando a violência e “glorificando-a” desnecessariamente. Passou desapercebido que a banalização da violência urbana vem produzindo vários fenômenos dentro da mesma. Virou moda, por exemplo, marginais “gozarem” ao aparecerem na mídia, como se fosse alguma vantagem, mas para o seu contexto social, ele, o preso, é reconhecido e temido, o que lhe dá certa satisfação. A sociedade civil é omissa e conivente e reconhece e tolera hoje o ilícito e o ilegal e em muitos locais, tais como o tráfico de drogas nos morros do Rio de Janeiro, onde os traficantes “ajudam” as comunidades, prestando os serviços elementares que é de obrigação do Estado, os moradores daquelas plagas sentem-se desprotegidos quando há operações policiais por lá e preferem a pseuda segurança ofertada pelos traficantes, em vez da oficial, que é obrigação do Estado.
Se levarmos em conta somente o que vemos pela mídia, corremos o risco de sermos induzidos ao erro, pois mostra-se somente ângulos da notícia e quase nunca a realidade dos fatos. Assistindo aos noticiosos televisivos sobre os conflitos no Oriente Médio, podemos imaginar que ali há guerra sem fim, mas a realidade é outra, pois em Israel, por exemplo, o índice de violência urbana é próximo de zero e nos países limítrofes também assim o são. A mídia dá destaque aos atos isolados de terrorismos, como se fosse acontecer a todo o momento e em todos os lugares, mas se comparados aos índices de morte no trânsito e com “balas perdidas”, vê-se, que ser vítima fatal em ato terrorista é infinitamente menos provável do que naquelas outras situações. Há inequívoco interesse dos Estados Unidos de propagar o medo e a iminente - mas falsa - idéia de que eles estão sempre em perigo e que a qualquer momento poderá acontecer outro atentado igual ao do 11 de setembro de 2001, quando se sabe que o mesmo foi “patrocinado” pelo próprio governo americano para justificar as guerras no Afeganistão, Iraque e outras que estão por vir. Tem muita gente faturando alto com a violência urbana e a desgraça dos outros.
Qualquer um de nós poderá ser a próxima vítima da violência urbana, pois a mesma sempre existiu, desde tempos imemoriais, mas de tempos para cá, ela ganhou nova “roupagem” e é tratada como “produto”, pois se “vende” a mesma para opinião pública na forma que se quer e de maneira equivocada. A mídia tem considerada responsabilidade na banalização da violência urbana.
Luís Olímpio Ferraz Melo

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