Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 13 de novembro de 2011

O bondoso Maomé - artigo - Diário do Nordeste

Há mais de uma versão dos ensinamentos - Sunna, em árabe - do profeta Maomé, mas algumas estão em contradição ao que desejou esse homem iluminado. Maomé foi homem de poucas letras e por quase cem anos os seus ensinamentos eram transmitidos apenas na forma oral. Não é razoável acreditar que alguém que recebeu a honra de conversar com o anjo Gabriel, segundo a tradição muçulmana, possa não ter o coração puro. A cultura da infibulação e da excisão, por exemplo, é anterior à religião islâmica, daí não ser obra sua essas crueldades para com as mulheres muçulmanas. O apedrejamento, ou lapidação, como forma de punição a diversos crimes, especialmente o adultério, incorporou-se à cultura muçulmana no "rito da lapidação de Satã", em Mina - etapa da peregrinação à Meca, onde o diabo é representado e apedrejado num monumento de 18 metros. No Alcorão, há até a possibilidade do perdão para os adúlteros, se houver o arrependimento, mas a cultura machista dos países muçulmanos ignora essa hipótese. A religião islâmica é a que mais cresce no planeta, mas a cultura muçulmana tem trazido problemas para muitos que residem em países não muçulmanos, pois muitas das tradições islâmicas são consideradas crimes nessas plagas, exemplo: a infibulação e a excisão nas mulheres e o apedrejamento no adultério são crimes comuns na Europa e nos EUA. A cultura tribal dos muçulmanos se sobrepõe às leis e a autoridade religiosa tem mais poder do que o governante e pode decidir sobre a vida ou a morte de alguém. A imagem da religião islâmica assusta a opinião pública, mas Maomé ensinou aos seus seguidores amar ao próximo e a união de seu povo. Maomé jamais teria alcançado a liderança plena se não fosse humano e de bom coração, porém, deve-se reconhecer que há antinomia no ensinamento maometano original e na jurisprudência - Figh, em árabe. É mentira a generalização que a grande mídia faz dos muçulmanos tratando-os como terroristas, pois são, na sua maioria, pessoas boas, porém, no caminho diferente do ensinado e desejado por Maomé.



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

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