Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 2 de julho de 2011

Escola de Fortaleza - artigo - Diário do Nordeste


Na Grécia de Platão e de Aristóteles, a maioria dos gregos eram escravos braçais e o conhecimento era privativo apenas dos que tinham acesso aos livros e que dispunham de tempo para ouvir os debates filosóficos nas praças públicas. O conhecimento se propagou quando os livros começaram a transitar nos continentes por meio das embarcações, e os portos tornaram-se celeiros iluminados de novas ideias. A biblioteca de Alexandria, no Egito, conseguiu reunir todo o conhecimento daquela época, mas um incêndio tragou os rolos de papiro e adiou assim a universalização do saber. A Casa da Sabedoria, - Bayt al Hikma, em árabe -, fundada no século IX, em Bagdá, no Iraque, reuniu os livros de vários saberes; os cabedais nativos se debruçavam na tradução dos livros e se embriagavam com o conhecimento ali depositado. A Casa da Sabedoria teve um importante papel na divulgação do conhecimento humano por conta das constantes viagens dos desbravadores árabes, que levavam consigo os livros traduzidos para outros países e continentes. No século passado, na Europa, duas escolas se notabilizaram e se projetaram no planeta: a Escola de Frankfurt, na Alemanha, que estudou a questão das comunicações de massa e a manipulação da mídia e a Escola dos Analles, na França, que reescreveu a História. Proponho a criação da Escola de Fortaleza para se estudar e debater em alto nível os caminhos da construção de uma sociedade transparente e sem guerras, injustiças e desigualdades, e não pense o leitor que isso é ousadia, mas como a história se repete, na Grécia antiga, os pensadores se reuniam para debater as questões de interesse público e tiveram êxito em vários pontos, ou seja, não é uma proposta inglória. Temos que compartilhar os conhecimentos e nos libertar da escravidão contemporânea - a ignorância, pois esta é a causa de todos os males da civilização - se os antigos gregos eram escravos braçais, hoje o homem é escravo da manipulação. Nenhum ateniense, na Grécia antiga, apostaria um tostão furado que aqueles debates filosóficos públicos teriam tanta importância e ecoariam por todo o planeta...



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

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