Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 14 de maio de 2011

O ódio de si no racismo - artigo - Diário do Nordeste

Volta e meia, o racismo toma conta do noticiário revelando novas vítimas e formas de demonstração do lamentável preconceito. Historicamente, sabe-se que a escravidão gerou o preconceito racial ainda na Antiguidade, pois entendia-se que era necessário manter a distância entre patrão e empregado, ou entre ricos e pobres, como é hoje. O preconceito na cultura racial desmembrou-se em diversas modalidades, pois não estacionou somente na cor da pele, mas sempre houve o equívoco de que a raça de cor negra deveria ser eliminada para "salvar" a branca e assim a civilização. Tentaram de tudo para o controle racial e a produção de uma nova raça: esterilização, eutanásia, eugenia, racismo científico e o darwinismo social, mas não conseguiram e nem conseguirão. O nazismo de Hitler ousou mais do que qualquer outro movimento higienista racial, pois queria criar a raça ariana e exterminar os judeus, negros, homossexuais, deficientes físicos e mentais, matando milhões de vítimas nos campos de concentração e de extermínio, mas também não conseguiu seu "objetivo". Alguns grupos de "skinheads" (cabeças raspadas) ou neonazistas, como também são conhecidos, agem como se fossem os donos do mundo, pois atacam preconceituosamente suas vítimas por conta do seu "ódio de si" que, na psicanálise, é comparável ao "ódio do judeu de si". Impressiona o desejo e o prazer deles ao agredirem violentamente as suas vítimas - algumas vezes matando-as -, sugerindo que querem anular algo a sua frente que não podem ser ou ter. Assim como há preconceito racial entre os negros, gays, lésbicas, etc, a homofobia seria um desejo homossexual reprimido. Os nordestinos quase sempre sofrem preconceito nas grandes metrópoles, pois são humildes e também são atacados por esses grupos extremistas "skinheads" que usam a violência para esconder o "ódio de si". Quem rejeita algo ou alguém é porque um dia foi rejeitado, daí o ciclo do preconceito que muitas vezes nasceu inocentemente no seio do lar num destrato a um colaborador doméstico e foi se repassando por gerações desde a escravidão...



LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO é psicanalista

Um comentário:

disse...

Luiz é uma pena que num mundo moderno no qual vivemos essas situações de preconceito sejam cada vez mais vista, as pessoas buscam o conhecimento a realização profissional e pessoal, mas esquecem de olhar o próximo como a si mesmo, é difícil de ver e entender.