Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 7 de outubro de 2012

Síndrome do pânico - artigo - Diário do Nordeste


Não há uma explicação definitiva para a pandemia de síndrome do pânico de que tantos reclamam, mas já existem elementos importantes para um estudo. Freud utilizou o termo "medo" em vários de seus escritos em oposição à "angústia" para diferenciar que no medo há um perigo real, enquanto na angústia, não há um objeto determinado - ou seja, fica-se angustiado sem saber a razão. Freud fez relações semânticas em vários textos entre os termos: Angst (angústia), Furcht (temor ou medo) e Schreck (pavor) para mostrar as diferenças desses sentimentos tão comuns no sujeito. Para Freud, a angústia seria um estado caracterizado pela expectativa para um perigo que pode ser até desconhecido, porém, no caso do medo, sempre há algo especifico que o provoca, exemplo: medo de dirigir, de elevador, de escuro, de morrer, de doenças, de alguém, etc.
A angústia, segundo Freud, transforma-se em medo quando estabelece algum objeto a se temer, inclusive, ele utilizou um novo termo a partir de 1916, "Realangst", que se traduz por: angústia perante um perigo real. É impossível imaginar alguém sem qualquer tipo de medo, pois o medo protege a vida do sujeito colocando-lhe limites, mas não se pode glorificá-lo dando-lhe importância maior do que a devida. Há homens que não penetram uma mulher por medo, pois são acometidos da síndrome da "vagina dentada" e acham que a vagina poderá mastigar o seu pênis. A mulher sente medo e fica angustiada, aqui contrario o mestre Freud, com a possibilidade de terminar a vida sozinha por conta da cultura matrimonial planetária - ou seja, o medo e a angústia andam de mãos dadas nesse caso. Não se pode descartar a hipótese de que a explosão do uso e abuso de remédios alotrópicos para diversas finalidades podem estar causando efeitos colaterais levando o sujeito a "estado químico" de pânico e de angústia que poderiam ser evitados - há provas robustas de que vários remédios podem induzir o sujeito até ao suicídio, imagine ao pânico e à angústia... A exploração da violência na mídia diuturnamente, especialmente nos programas policiais televisivos, está contribuindo para "plantar" e espalhar pânico na sociedade. Faz-se necessário uma urgente mudança de vida e de atitude mental para não ser alcançado pela real pandemia de síndrome do pânico...

Luís Olímpio Ferraz Melo é psicanalista





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