Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 7 de novembro de 2009

Falando bonito - Artigo - Diário do Nordeste

Falando bonito

8/11/2009

Na doença do presidente dos EUA, Roosevelt, o seu médico particular não revelou aos americanos a gravidade da mesma; não mentiu, mas falava de forma técnica e com jargões que somente os médicos entendiam, assim como muitas pessoas falam verdades mentindo ou brincando. Exemplo: alguma mulher pode dizer que ficou com o Brad Pitt, mas em sonho; não foi fisicamente, mas não mentiu.Num estudo admirável de 1897, é dito que costureiras de um cantão criaram gíria para falar sobre sexo na hora do trabalho sem que os patrões entendessem. Hoje ainda é assim, pois as mulheres têm jargões e gírias que são desconhecidos o sentido por quase a totalidade do universo masculino. A critica à psicanálise por ainda não ter universalizado seus auspiciosos conhecimentos, é devido aos prolixos e desnecessários jargões remanescentes da sua fase embrionária. James Murphy, dizia que os economistas e sociólogos falam jargões que somente eles entendem para esconder algo ou jogar com as palavras junto ao público leigo. A maçonaria, bem como as demais sociedades hoje quase secretas, usa jargões, gírias e sinais que somente os adeptos sabem os significados. Grupos híbridos - máfias e gangues, por exemplo, - usam gírias mutáveis à medida que outros descobrem os significados. Discursos eloquentes e de indisfarçável pedantismo, impressionam os leigos em política e religião, mas talvez nem os oradores ou boquirrotos saibam ao certo o que falam. Os advogados costumam orar e enfeitar as suas laboriosas petições para impressionar, mas o linguajar, é o mesmo sempre, e os jargões se repetem cansativamente.Nas guerras, os soldados criam seu próprio linguajar como "arma" para se protegerem e confundir o inimigo.Não faltaram intelectuais para criticarem os jargões e os excessos de neologismos técnicos ou não no período da Escolástica e de escolas diletantes, pois são termos difíceis e que podem ter mais de um sentido. Há escritores extremamente difíceis de compreensão e acham que em sendo assim há glamour para os que se debruçam em seus livros, pois passariam para o público a ideia de que são inteligentes.
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LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO - psicanalista

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