Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 30 de maio de 2009

Vida indefesa - Artigo - Diário do Nordeste


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Vida indefesa

Os defensores da pena de morte usam o argumento bíblico da vingativa Lei de Talião, onde tudo deve ser revidado na famosa e malfadada expressão: olho por olho; dente por dente. Surpreende os intelectuais e filósofos usarem esse vetusto conhecimento para justificar as suas hipóteses, pois é da barbárie que nasce a desorganização da sociedade e o sentimento de vingança que perdura no sujeito por gerações. As principais religiões do mundo – Judaísmo, Cristianismo e o Islamismo, de uma forma ou de outra, vivem em disputas políticas e executam seus adversários, o que acaba sendo contradição, pois pregam a paz usando violência. Santo Tomás de Aquino era fervoroso defensor da pena de morte e em 1978 o episcopado francês publicou “Elementos de reflexão sobre a pena de morte” onde lamenta o apoio histórico da Igreja Católica a pena capital e apelava para a abolição da mesma na França, mas foi num discurso eloqüente na Câmara dos Deputados, em 30 de setembro de 1981, que o advogado Robert Badinter conseguiu eliminar a pena de morte da França e hoje qualquer país que quiser ingressar na comunidade européia deverá abolir a malfadada pena. Os Estados Unidos é o único país do mundo que se diz democrático que ainda autoriza a pena de morte e em 37 Estados. A China não abandonará a pena capital por questões demográficas e culturais e alguns países de cultura muçulmana por questões religiosas autorizadas pelo seu livro sagrado: o Alcorão. As contradições não param por ai, pois há vários grupos que lutam pela abolição da pena de morte e são favoráveis ao aborto e outros tantos em posição contrária. Robespierre era contrário à pena de morte e foi “vitima” da contradição, pois apoiou a condenação de Luis XVI por traição ao povo, mas após a guilhotinada no soberano ele também sucumbiu no cadafalso. Filósofos, veja só, até Platão, estadistas, que o diga Hegel, e iluministas, leia-se Rousseau e Kant, por exemplo, defendiam a pena capital. A pena de morte nada resolve e é inadmissível e cruel e não permite reparo por erro judicial, pois morto não pode reclamar ação de Revisão Criminal.
* Psicanalista

2 comentários:

disse...

O direito a vida é divino e único, ele não pode ser decidido por pessoas humanas, Deus pai maior nos revelou que a hora chagada pertence ao tempo, ao seu tempo de cada existência individual, e não a uma sentença determinada por leis tão falhas.

Anônimo disse...

concordo, um ser humano não deve decidir se outro deve viver ou morrer, isso é um crime.E também como um homem pode ser punido por seus crimes após está morto?