Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 23 de março de 2008

Ímpeto na saga juvenil - Artigo - Diário do Nordeste

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Ímpeto na saga juvenil

Na utopia platônica, pugnava-se, que quem ultrapassasse os dez primeiros anos de idade na cidade, deveria imediatamente ser recambiado para o interior, como forma de não corromper as crianças remanescentes e assim, estas ficariam livres dos maus costumes e da corrupção. Milhares de hipóteses já foram aventadas sobre como educar os adolescentes e jovens nesse mundo tão cheio de desafios e de causas tão inglórias. Não é questão nova o encaminhamento do adolescente e do jovem na sociedade civil e uma questão básica chama a atenção neles: a falta de um sentido para a vida. Nesta hipótese, vê-se, com alguma segurança, o reflexo e a autodenúncia de carência e de rejeição, carência de afeto dos pais e da desintegrada família, e rejeição provocado pelo mundo do consumismo e da hipocrisia em que se transformaram as amizades contemporâneas. Denunciam total desprezo ao corpo e ao futuro, pois, inevitavelmente, estão comprometendo-os. Neste momento, milhares de jovens estão desesperados sem sentido algum para as suas vidas e mergulhados nas drogas, álcool e na banalização do sexo, achando até, talvez, que adolescência e/ou juventude são doenças, quando na verdade é a melhor parte da vida, desde que bem administrada. Essa moda do “fica” não deu certo, pois, se tivesse dado, não haveria tanta reclamação entre os adolescentes e os jovens em relação a sofrimento afetivo e a falta de novos relacionamentos. É forte a hipótese de que muitos jovens parecem estar se “vingando” do universo masculino e/ou feminino por motivos diversos, quando, na verdade, estão se vingando é do próprio corpo. Esse comportamento mundano do adolescente e do jovem da contemporaneidade está tirando a identidade deles. O adolescente e o jovem inteligente da contemporaneidade rompe esse ciclo vicioso que não os levará a nada, pelo contrário, transforma-lo-á em pessoa vazia e sem identidade. Não se deve destruir o futuro por conta das “delícias” duvidosas do presente, pois pouco ou nada lhes servirão mais na frente. Diz o sábio adágio grego: “A vida é um dom da Natureza; mas uma vida bela é um dom da sabedoria”.*
Psicanalista

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