Meu novo livro: Novas abordagens

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segunda-feira, 10 de março de 2008

Línguas e a globalização - Artigo - Diário do Nordeste

Debates e Idéias (2/3/2008)

Línguas e a globalização

LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
Sem que haja unificação na comunicação lingüística, é possível afirmar, com alguma segurança, que jamais o homem viverá em paz e sem guerras. Centenas de livros, artigos, monografias, teses, dissertações, cartas, etc tiveram as suas traduções equivocadas e causaram e causam ainda hoje, prejuízos aos pesquisadores e, de alguma forma, a toda humanidade. A justificativa plausível para se buscar uma língua universal, inicia-se no equívoco das traduções de textos antigos e novos que mudaram – para pior - a história da humanidade, e o homem trilha caminhos obscuros e ineptos, por conta desses vetustos erros que estão se repetindo. A globalização da comunicação faz-se necessária e imperiosa, pois, com mais de oito mil línguas e dialetos – somente na china fala-se cinco mil dialetos - hoje existentes, não é possível se expressar de forma equânime e harmoniosa pelo mundo. Desde tempos imemoriais, o homem se comunica por diversas formas, mas qual a razão de se manter línguas herméticas e quase incompreensíveis, se o objetivo de todos, em tese, é viver em harmonia e em paz, e a condição genérica para isso, é a comunicação? Milhares de decisões e informações são manipuladas por conta da dificuldade de cognição dessa ou daquela língua e que por conta disso, milhares de conflitos foram deflagrados em detrimento ao objetivo do homem que deveria ser a busca permanente da paz. Em muitos países não se exorta o aprendizado dessa ou daquela língua em virtude de conflitos por questões religiosas, o que é irracional. Nos países de línguas herméticas, somente eles entendem a mesma, e quase não se dá margem para se estudar por completo, a cultura desses povos. São na verdade povos endógenos, pois somente mostram o que querem, e a sua essência fica sempre sujeita a essa ou aquela interpretação e traduções que nem sempre condizem com a verdade. Não há pelo mundo esse ódio entre judeus, cristãos e muçulmanos, como a mídia insiste em propagar e somente uma língua universal seria capaz de pacificar o mundo, e os homens viveriam então, como irmãos e não mais como indiferentes, como são hoje.
* Psicanalista

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