Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 22 de setembro de 2007

Processo evolutivo - Artigo - Diário do Nordeste


LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO

Processo evolutivo


Bilhões de pessoas confundem “devoção” com “evolução” e nada tem a ver uma coisa com a outra. Na devoção, se adoram imagens, santos, pessoas, animais, deuses, etc., e nesse estágio não há evolução espiritual alguma, pois o devoto sempre ficará preso a dogmas e ao passado, e assim, nunca avançam. Na evolução é justamente ao contrário, pois somente se entra no processo evolutivo quando se abandona todos esses padrões mentais e essas “bengalas” psicológicas que são as imagens, crenças, deuses e amuletos. Verdadeiramente deve se dizer que, é muito discreto o número de pessoas que estão dentro do processo evolutivo, e isso não é bom para a humanidade. Há muito fanatismo e as pessoas “devotadas” estão impermeáveis à verdade e a novas idéias. No Tibete, os tibetanos caem pelo chão num ritual de desprezo à dignidade humana, mas, acreditam eles, que essa devoção aos “deuses” os levará à devoção. Na Rússia, no século XVIII, a seita mística Skoptzy castrava o pênis dos seus devotos numa negação da procriação, e na Índia, ainda hoje, na comunidade Hijras, a castração peniana é praticada e exortada pelos devotos. No Nepal, em Katmandu, há todos os sábados o ritual do sacrifício do animal, que, segundo eles, dá sorte e saúde aos devotos que sacrificarem seus animais degolando-os. Ao contrário do que se pensa, não há na Índia nenhuma coqueluche de evolução, mas contradições é o que não faltam, pois os ditos mestres espirituais de lá não tiveram tempo para estudar, pois priorizaram arrecadar dinheiro de seus devotos, daí o grande equivoco em relação à devoção e evolução. A Índia há milênios não avança um só milímetro em matéria de evolução espiritual, pois a tradição do devotamento é muito forte e não se vê ninguém querendo mudar o final dessa triste história. De todos os países que conheci, a Índia foi certamente o local que mais devotos encontrei, e uma cultura destruída pelo capitalismo e pelo fanatismo religioso. Num olhar imparcial, digo-lhes, foi dramático o que por lá descobri. Retornei da Índia preocupado com o futuro daquele humilde, devotado e enganado povo.
* Psicanalista

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