Meu novo livro: Novas abordagens

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sábado, 27 de agosto de 2016

O exemplo britânico - artigo - Diário do Poder





   Os britânicos gostam de fazer trabalhos voluntários como poucos povos, inclusive dizem que eles trazem esse desejo de devotamento no DNA, pois abraçam causas em favor da sociedade e não esperam muito dos políticos. O sistema de saúde britânico é tido como de “Primeiro Mundo”, mas os profissionais da área e a população sempre estão comprometidos buscando aperfeiçoá-lo. Um grupo de jovens médicos, em 2012, pelo twitter, criou um movimento inusitado denominado de “Dia de Mudança do NHS” — NHS é a sigla em inglês do “Serviço de Saúde Nacional” — e em poucas semanas dezenas de milhares de voluntários se alistaram para auxiliar o aperfeiçoamento do NHS e todos saíram ganhando com a melhoria.
   A “Samaritanos” é uma instituição britânica sem fins lucrativos que funciona 24 horas por dia auxiliando pessoas a não cometerem o suicídio e possui 200 agências no Reino Unido com mais de 20 mil voluntários. A “Samaritanos” é altamente organizada, séria, salva por ano milhares de vidas e leva esperança para outras milhares que estão desesperados pensando em ideias extremas...  
   Outro evento notável que mobilizou 70 mil voluntários britânicos que trabalharam sem receber qualquer tipo de pagamento foram as “Olimpíadas 2012”, em Londres, pois para eles era uma questão de honra fazer uma festa bonita. Os britânicos amam a sua cultura e são resistentes a mudanças, inclusive resistiram até onde puderam a não entrar na “União Europeia”, da qual decidiram, em plebiscito, sair recentemente.
   Há hoje no Reino Unido por volta de 17 mil Quakers — pessoas que participam da “Sociedade de Amigos” — que são pacifistas, vivem para a filantropia, lutam contra o comércio de armas e defendem a pureza moral. Os Quakers resistem ao sistema e, ao invés de lutarem contra ele, o sistema, colocam a “mão na massa” em busca de um mundo melhor para todos...



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista

domingo, 7 de agosto de 2016

Vai ser russo - Artigo - Diário do Poder

Vai ser russo  



   O mega escândalo envolvendo vários atletas da Rússia abalou os jogos olímpicos, pois ninguém imaginava que uma organização sofisticada estivesse fraudando os resultados no exame antidoping. É desonesto disputar os jogos olímpicos sem respeitar o “fair play” (jogo justo), pois os demais atletas foram prejudicados por terem se esforçado para conseguir os melhores resultados, porém, não usaram essas substâncias que aumentam a capacidade física do atleta.
   Os russos sempre estiveram em evidência por sua suposta capacidade física nos jogos olímpicos, mas hoje se sabe que era apenas mais uma fraude no mundo dos esportes...
   O atleta cubano José Canseco denunciou, em 2015, no seu livro que a maioria dos jogadores de beisebol é usuária de esteroides anabolizantes, o que causou um escândalo no meio esportivo, mas depois se descobriu que o próprio Canseco também era usuário dessa droga.  Os esteroides são utilizados pelos atletas para ganho rápido de massa muscular, bem como aumentar a potência e a velocidade, mas os efeitos colaterais são dramáticos, pois altera a libido, o humor e aumenta a agressividade — há casos em que o atleta desenvolve mamas femininas, há o encolhimento da genitália e a impotência sexual.
   É importante que haja uma punição dura para desestimular esse tipo de fraude nos jogos e não desprestigiar os demais atletas que não usam essas substâncias proibidas. Sigmund Freud (1856-1939) falava que era importante a punição aos que descumprem as normas e exemplificou numa de suas conferências, em 1899, com bom humor: “Numa aldeia havia um ferreiro que cometera um crime capital. O júri decidiu que o crime devia ser punido, porém, como o ferreiro era o único da aldeia e era indispensável, e como, por outro lado, lá havia três alfaiates, um destes foi enforcado em seu lugar”. Aqui no Brasil quando algo se torna difícil dizemos: “Vai ser russo...” e a Rússia que se cuide...



Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista