Meu novo livro: Novas abordagens

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domingo, 24 de julho de 2016

SOMOS TODOS NEGROS - Artigo - Diário do Poder

   Parece ser consenso entre os estudiosos da matéria de que a vida humana surgiu na África e de que há apenas uma espécie humana e a questão da cor da pele varia devido a um fenômeno de pigmentação que pode sofrer influências por diversos fatores. Os conflitos entre brancos e negros que se espalham nos EUA e pelo mundo preocupam a civilização, pois há evidências de existir uma manipulação para que se odeiem os negros, embora não haja qualquer motivo plausível.
  O debate sobre raça percorreu os séculos XVIII e XIX e, após breve parada, durante a Segunda Guerra, voltou à tona com novos estudos genéticos e antropológicos. Chegou-se a registrar, ainda em 1900, 29 raças; em 1937, 38; porém, no fim do século XX contava-se quase 200 raças humanas catalogadas, mas as teorias poligenéticas não se sustentaram, pois há somente uma espécie humana, daí sugerir que raça é uma criação do homem e não um elemento biológico — no século XV, em Provença, no sul da França, a palavra raça designava a escória da população.
  A palavra “racismo”, que significa a força de uma raça sobre outra, apareceu nos dicionários europeus somente em 1932, mas foi oficialmente abandonada pela Unesco, em 1950, que a substituiu por etnia. Com os avanços da ciência e após a proclamação do projeto do “Genoma Humano”, em 2000, ganhou força a hipótese de que existe somente uma espécie humana e não há mais razão para se falar em raças.
  Numa perspectiva psicanalítica, poder-se-ia dizer, com alguma segurança, que Sigmund Freud (1856-1939) denominaria de “recusa da realidade” essa indiferença indevida que alguns fazem aos negros, pois somos todos originados da África e não se pode negar esse fato, assim como muitos quando ganham dinheiro e fama tentam negar suas origens humildes. Os oftalmologistas denominam esse conceito freudiano de “escotomização” que, na edição de 1977, do “Dicionário Petit Robert” definia: “Uma exclusão inconsciente de uma realidade externa ao campo da consciência”...
Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista 

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